Período regencial
Período regencial brasileiro
Durante o período de 1831 a 1840, o Brasil foi governado por diversos
regentes, encarregados de administrar o país enquanto o herdeiro do trono,
D. Pedro II, ainda era menor.
A princípio a regência era trina, ou seja, três governantes eram
responsáveis pela política brasileira, no entanto com o ato adicional de
1834, que, além de dar mais autonomia para as províncias, substituiu o
caráter tríplice da regência por um governo mais centralizador.
O primeiro regente foi o Padre Diogo Antônio Feijó , que notabilizou-se
por ser um governo de inspirações liberais, porém, devido às pressões
políticas e sociais, teve que renunciar.
O governo de caráter liberal caiu para dar lugar ao do conservador
Araújo Lima, que centralizou o poder em suas mãos, sendo atacado
veementemente pelos liberais, que só tomaram o poder devido ao golpe da
maioridade.
Destacam-se neste período a instabilidade política e a atuação do tutor
José Bonifácio, que garantiu o trono para D. Pedro II.
Teve início neste período a Revolução Farroupilha, em que os gaúchos
revoltaram-se contra a política interna do Império, e declararam a República
Piratini.
Também neste período ocorreram a Cabanada, de Alagoas e Pernambuco; a
Cabanagem, do Pará; a revolta dos Malês e a Sabinada, na Bahia; e a
Balaiada, no Maranhão.
Segundo reinado
Dom Pedro II.O Segundo Reinado teve início com o Golpe da Maioridade
(1840), que elevou D. Pedro II ao trono, antes dos 18 anos, com 15 anos.
O período pode ser divido em três etapas principais:
a chamada fase de consolidação, que se estende de 1840 a 1850. As lutas
internas são pacificadas, o café inicia a sua expansão, a tarifa Alves
Branco permite a Era Mauá.
o chamado apogeu do Império, um período marcado por grande estabilidade
política, permitida pelo sistema parlamentarista (o parlamentarismo às
avessas) e pela política de conciliação. Em termos de Relações
Internacionais, o período é marcado pela Questão Christie e pela Guerra do
Paraguai.
o chamado declínio do Império, marcado pela Questão Militar, pela
Questão Religiosa, pelas lutas abolicionistas e pelo movimento republicano,
que conduzem ao fim do regime.
Libertação dos escravos
Os primeiros movimentos contra a escravidão foram feitos pelos
missionários jesuítas, que combateram a escravização dos indígenas mas
toleraram a dos africanos. O fim gradual do tráfico negreiro foi decidido no
Congresso de Viena, ainda em 1815. Desde 1810, a Inglaterra fez uma série de
exigências a Portugal e passou a reprimir violentamente o tráfico a partir
de 1845, com a Lei Aberdeen.
Em 1871, o Parlamento Brasileiro aprovou e a
Princesa Isabel assinou a Lei 2.040, conhecida como Lei Rio Branco ou Lei do
Ventre Livre, determinando que todos os filhos de escravos nascidos desde
então seriam livres a partir dos 21 anos. Em 29 de setembro de 1885,
promulgou-se uma outra lei, a Lei dos Sexagenários (Lei Saraiva–Cotegipe)
que determinava que escravos a partir de 60 anos poderiam ser livres, mas na
verdade era uma ironia, pois os escravos raramente passavam dos 45 anos.
Desde 1880, havia sido criada a
Sociedade Brasileira
Contra a Escravidão
que, juntamente com a Associação Central Abolicionista e outras
organizações, passou a ser conhecida pela Confederação abolicionista
liderada por José do Patrocínio, filho de uma escrava negra com um padre. Em
1884, os governos do Ceará e do Amazonas resolveram abolir a escravidão, no
que foram pioneiros.
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As fugas de escravos prosseguiam. O exército se negava a perseguir os
negros fugidos. Há que lembrar ainda os Caifases, liderados por Antônio
Bento, que promoviam a fuga dos negros, perseguiam os capitães de mato e
ameaçavam os senhores escravistas. A abolição definitiva era necessária.
Diz-se que havia 720 mil escravos para população de 13,5 milhões habitantes:
cerca de 5%. |
Original da Lei Áurea, assinada pela Regente Dona Isabel
(1888)Finalmente, o primeiro-ministro conservador João Alfredo promoveu a
votação de uma lei que determinava a extinção definitiva da escravidão. Em
13 de maio de 1888, a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, que já havia sido
aprovada pelo Parlamento, abolindo toda e qualquer forma de escravidão no
Brasil.
A aristocracia escravista, oligarquia rural arruinada com a abolição sem
indenização, culpou o governo e aderiu ao Partido Republicano na oposição ao
regime: uma das consequências da abolição seria a queda da Monarquia. A
economia cafeeira paulista, porém, quando comparada à de outras regiões, não
sofreu abalos, pois já se baseava na mão de obra livre, assalariada.
Muitos escravos negros permaneceram no campo, praticando uma economia de
subsistência em pequenos lotes, outros buscaram as cidades, onde entraram
num processo de marginalização. Desempregados, passaram a viver em choças e
barracos nos morros e nos subúrbios. O Brasil foi o último país das Américas
a abolir a escravidão.
República (1889-2008)
República Velha (1889-1930)
República da Espada
Marechal Deodoro da Fonseca.Em 15 de novembro de 1889, o Marechal
Deodoro da Fonseca decretou o fim do período imperial numa quartelada quase
sem força política e nenhum apoio popular (golpe militar de Estado), e o
início de um período republicano ditatorial, destituindo o último imperador
brasileiro, D. Pedro II, que teve de partir em exílio para a Europa, após 4
anos de ditadura com um caos e várias mortes de federalistas , negros
lutando por seus direitos, entre outros, iniciou-se a era civil da República
Velha, uma farsa democracial que só serviu para atrasar o país, se no
Império já tínhamos PIB igual ao dos EUA , veio com a Proclamação um grande
atraso econômico e constitucional.
O primeiro ato dos militares republicanos
foi o de aumentar o salário de cada ministro em 10 vezes o valor do que cada
membro da família real recebia. Após a Primeira República, esse atraso se
agigantou, aumentando a dependência externa. O Brasil de império
independente, torna-se uma República dependente de várias nações por
iniciativa própria e sem recursos para sustentar a imensa onda de imigrantes
europeus. O nome do país mudou de Império do Brasil para Estados Unidos do
Brasil.
A primeira constituição da República do Brasil foi feita dia 15 de
novembro de 1890.
República do Café com Leite
Entre 1889 e 1930, o governo foi oficialmente uma democracia
constitucional e, a partir de 1894, a presidência alternou entre os estados
dominantes da época São Paulo e Minas Gerais. Como os paulistas eram grandes
produtores de café, e os mineiros estavam voltados à produção leiteira, a
situação política do período ficou conhecida como Política do (Café com
Leite).
No século XIX o café começou a substituir a cana-de-açúcar como o
principal produto de exportação. A riqueza trazida pelo café deu fama
internacional e prestígio ao Brasil, o que atraiu muitos imigrantes,
principalmente da Itália e Alemanha. O país desenvolveu uma base industrial
e começou a se expandir para o interior do país.
A República Velha terminou quando um golpe de estado foi implantado por
Getúlio Vargas, um civil, instituindo-o presidente provisório, até que novas
eleições fossem convocadas.
Os presidentes do período foram:
1889 - Governo temporário do marechal Manuel Deodoro da Fonseca
1891 - Eleito o marechal Deodoro da Fonseca. Seu vice é o marechal
Floriano Vieira Peixoto
1894 - Prudente José de Morais e Barros
1898 - Manuel Ferraz de Campos Sales
1902 - Francisco de Paula Rodrigues Alves
1906 - Afonso Augusto Moreira Pena (morreu durante o mandato)
1906 - Nilo Procópio Peçanha (vice de Afonso Pena, assumiu em seu lugar)
1910 - marechal Hermes da Fonseca
1914 - Venceslau Brás Pereira Gomes
1918 - Francisco de Paula Rodrigues Alves (morreu antes de assumir)
1918 - Delfim Moreira da Costa Ribeiro (vice de Francisco Alves, assumiu
em seu lugar).
1919 - Epitácio da Silva Pessoa
1922 - Artur da Silva Bernardes
1926 - Washington Luís Pereira de Sousa (deposto pela revolução de 1930)
1930 - Junta governativa: General Augusto Tasso Fragoso, General João de
Deus Mena Barreto, Almirante Isaías de Noronha
Era Vargas (1930-1945)
Getúlio Vargas
Em 1930, a Junta de Governo foi substituída por Getúlio
Dorneles Vargas, como presidente do Governo Provisório. Ele foi eleito
presidente pela Assembleia Constituinte.
Logo após a tomada do poder em novembro de 1930, Getúlio Vargas nomeou
interventores federais para governar os estados. Para São Paulo foi nomeado
o tenentista João Alberto, fato que ficou atravessado na garganta das elites
políticas paulistas, desejosas de recuperar o poder perdido. Ao se iniciar o
ano de 1932, crescem os reclamos dessa elite liderada pela FUP (Frente Única
Paulista).
Os paulistas, que mantinham um esquema de domínio político durante a
primeira república, tentam articular um golpe em 1932 para depor Vargas. A
justificativa encontrada pelas oligarquias locais para buscar apoio do povo
é que o país precisava de uma Constituição - pois desde 1930 Vargas dizia
que "assumia provisoriamente" a presidência e que o mais cedo possível
entregaria uma nova Constituição ao país, com a subsequente realização de
eleições para presidente.
Daí o nome de Revolução Constitucionalista de
1932, deflagrada a 9 de julho. Os paulistas foram apoiados provisoriamente
pelo estado do Mato Grosso, mas as tropas federais garantiram uma rápida
vitória para Vargas.
Em 1934, no entanto, o país ganha uma Constituição. Getúlio Vargas é
eleito presidente, tendo três anos seguintes como governante constitucional.
Seguem-se anos conturbados, em que ocorre certa polarização na política
nacional. De um lado ganha força a esquerda, representada principalmente
pela Aliança Nacional Libertadora (ANL) e pelo Partido Comunista Brasileiro
(PCB); de outro a direita, que ganha forma num movimento de inspiração
fascista chamado Integralismo.
Uma articulação revolucionária de esquerda é tentada em 1935, por parte
de um setor das forças armadas e de alguns indivíduos ligados a URSS. O
movimento fracassa, e é apelidado jocosamente de Intentona Comunista. Um dos
principais líderes desse movimento foi o ex-tenente do exército Luís Carlos
Prestes, que fica preso e incomunicável por 10 anos.
Sua mulher, a comunista
e judia Olga Benário, tem um destino pior: os agentes de Vargas a enviam
para a polícia política da Alemanha Nazista. Olga acaba morrendo em um campo
de concentração, concluindo um dos episódios mais vexatórios da política
externa brasileira.
O escritor Graciliano Ramos também é preso depois da Intentona
Comunista, supostamente por praticar atividades subversivas. Um retrato de
seus dias na prisão e da situação política instável do país está gravado em
seu livro Memórias do Cárcere.
Graças ao clima de pânico provocado pela polarização política (os
integralistas tentam um putsch algum tempo depois), Vargas articula uma
situação que lhe permite decretar um golpe de estado um ano antes de novas
eleições presidenciais. Em 10 de novembro de 1937, Vargas anuncia o Estado
Novo.
A justificativa primária do golpe é a existência de um plano comunista
para a tomada do poder, "apoiado por Moscou" - é o chamado Plano Cohen.
Posteriormente descobriu-se que o plano foi uma armação dos agentes de
Vargas. O apoio da classe média garante o sucesso do golpe, pois há algum
tempo cresciam os temores de que o comunismo poderia aterrissar no Brasil.
Vargas consegue prolongar seus anos de presidência até 1945. É
emblemático notar que uma das figuras mais conhecidas de seu governo foi o
chefe de polícia Filinto Muller. A censura oprime a expressão artística e
científica: em 1939 é criado o DIP, Departamento de Imprensa e Propaganda.
Além da censura, o DIP atuava na propaganda pró-Vargas, fazendo com que a
imagem do presidente fosse exaltada ao extremo.
Soldados brasileiros da Força Expedicionária Brasileira (FEB) após a
Batalha de Monte Castelo.Por essas características é que, iniciada a Segunda
Guerra Mundial, não se sabia se Getúlio Vargas apoiaria o Eixo (com quem
parecia ter mais afinidade) ou os Aliados.
O clima de tensão culminara na
adesão aos países aliados em 1942, após ataques alemães em navios mercantes
brasileiros que resultaram na morte de dezenas de pessoas. A barganha
getulista obtivera vantagens econômicas e militares: instituiu-se um acordo
econômico com os Estados Unidos que possibilitara a implantação da Companhia
Siderúrgica Nacional (CSN). Além disso, outro acordo possibilitara o
reaparelhamento das forças armadas brasileiras.
A pressão popular pela
criação de uma força expedicionária torna-se concreta, mesmo contra a
vontade de Vargas, que afirmara que o envio de tropas brasileira ocorreria
quando "a cobra fumar". Posteriormente, percebendo a crescente pressão
interna (camadas médias urbanas) e externa (os Estados Unidos temiam uma
possível desestabilização de poder no Brasil, não desejosa em tempos de
guerra), Vargas cedeu, criando a Força Expedicionária Brasileira (FEB); cujo
lema fora "A Cobra Vai Fumar".
A compensação à ajuda financeira deu-se de
forma logística e material: garantiu-se o suprimento de matérias-primas aos
aliados (2º ciclo da borracha), e permitiu-se a instalação de uma base
militar na região Nordeste (Rio Grande do Norte), garantido o domínio
logístico e militar dos aliados sobre o atlântico sul.
Ao término da guerra, fazia pouco sentido que Vargas continuasse no
poder. O fascismo fora derrotado, e os brasileiros notaram isso. Getúlio
Vargas é forçado a renunciar em 29 de outubro de 1945 pelas forças armadas,
seguindo para seu estado natal, o Rio Grande do Sul, e elegendo-se senador.
República Nova (1945-1964)
Eurico Gaspar DutraO período conhecido como República Nova ou República
de 46 inicia com a renúncia forçada de Vargas, em outubro de 1945. O General
Eurico Gaspar Dutra foi o presidente eleito e empossado no ano seguinte. Em
1946 foi promulgada nova Constituição, mais democrática que a anterior,
restaurando direitos individuais.
Em 1950, Getúlio Vargas foi mais uma vez eleito presidente, desta vez
pelo voto direto. Em seu segundo governo foi criada a Petrobrás, fruto de
tendências nacionalistas que receberam suporte das camadas operárias, dos
intelectuais e do movimento estudantil. Porém, os tempos não eram mais os
mesmos, e Getúlio não conseguiu conduzir tão bem o seu governo. Pressionado
por uma série de eventos, em 1954 Getúlio Vargas comete suicídio dentro do
Palácio do Catete. Assumiu o vice-presidente, João Fernandes Campos Café
Filho.
Juscelino Kubitschek (JK), o presidente Bossa NovaEm 1955, Juscelino
Kubitschek foi eleito presidente e tomou posse em janeiro de 1956, ainda que
tenha enfrentado tentativas de golpe. Seu governo caracterizou-se pelo
chamado desenvolvimentismo, doutrina que se detinha nos avanços
técnico-industriais como suposta evidência de um avanço geral do país. O
lema do desenvolvimentismo sob Juscelino foi 50 anos em 5. Em 1960,
Kubitschek inaugurou Brasília, a nova capital do Brasil.
Já em 1961, Jânio Quadros (eleito em 1960) assumiu a presidência, mas
renunciou em agosto do mesmo ano. Jânio, um ex-professor paulista que
pregava a moralização do governo e era membro da UDN, fez um governo
contraditório: ao lado de medidas esdrúxulas (como a proibição de biquínis
nas praias), o presidente condecorou o revolucionário argentino Ernesto Che
Guevara, para a supresa da UDN. Com a condecoração, Jânio tentava uma
aproximação com o bloco socialista para fins estritamente econômicos, mas
assim não foi a interpretação da direita no Brasil, que passou a alardear o
pânico com a "iminência" do comunismo.
Jânio Quadros
Acredita-se atualmente que Jânio Quadros tentou promover o
auto-golpe, ou seja, renunciar para voltar com plenos poderes, apostando que
o congresso não aceitaria a renúncia por causa do vice, ligado à esquerda
trabalhista. Mas, se for verdade, falhou, e o congresso aceitou sua
renúncia.
O vice-presidente João Goulart, conhecido como Jango, assumiu após uma
rápida crise política: os militares não queriam aceitá-lo na presidência,
alegando o "perigo comunista". Além de ex-ministro trabalhista, Goulart
encontrava-se na China quando da renúncia de Jânio Quadros (que, pela teoria
do auto-golpe, tentou aproveitar-se dessa viagem de seu vice). Uma solução
intermediária é acertada e instala-se o parlamentarismo no Brasil. Em 1963,
entretanto, João Goulart recuperou a chefia de governo com o plebiscito que
aprovou a volta do presidencialismo. Governa até 1964, com constantes
problemas criados pela oposição militar, em parte devido a seu nacionalismo.
João Goulart
Regime Militar (1964-1985)
O governo de João Goulart foi marcado por alta inflação, estagnação
econômica e uma forte oposição das forças armadas. Em 31 de março de
1964 as Forças Armadas realizam um golpe, destituindo João Goulart. Os
líderes do golpe, dentre eles os governadores dos estados do Rio de
Janeiro, Carlos Lacerda, de Minas Gerais, Magalhães Pinto e de São
Paulo, Adhemar de Barros, escolheram como presidente o General Humberto
de Alencar Castelo Branco, seguido pelo General Arthur da Costa e Silva
(1967-1969), o General Emílio Garrastazu Médici (1968-74), o General
Ernesto Geisel (1974-79) e o General João Baptista de Oliveira
Figueiredo (1979-84). Entre as características adquiridas pelos governos
decorrentes do golpe militar, também chamado de Contrarrevolução,
destacam-se a supressão de alguns direitos constitucionais dos elementos
e instituições ligados à suposta tentativa de golpe pelos comunistas, e
uma forte censura à imprensa, após a edição do AI-5.
Humberto de Alencar Castelo Branco
Em 1965, todos os partidos políticos
então existentes são declarados extintos, e teve início a intensificação
da repressão política aos comunistas. Somente dois partidos eram
permitidos, a Aliança Renovadora Nacional (ARENA), e o Movimento
Democrático Brasileiro (MDB), que veio a servir de refúgio a toda a
esquerda e extrema esquerda política. Em pequenos municípios, porém, a
divisão entre os dois partidos não era ideológica, mas sim atendia às
divisões das oligarquias locais.
Em 1967, foi aprovada a sexta Constituição Brasileira pelo Congresso,
institucionalizando o golpe/Revolução/Contrarrevolução, e estabelecendo
eleições indiretas para Presidente, realizada via Colégio eleitoral,
este eleito diretamente.
Artur da Costa e SilvaNo mesmo ano, diante do crescimento dos movimentos
de contestação, o General Arthur da Costa e Silva assumiu a presidência.
Em dezembro de 1968, fechou o Congresso e decreta o Ato Institucional nº
5, o AI-5, que lhe deu o direito de fechar o Parlamento, cessar direitos
políticos e suprimir o direito de habeas-corpus.
Neste período,
intensificou-se a luta armada nas cidades e no campo em busca da
derrubada do governo militar. Praticamente, tudo teve início com o
atentado no Aeroporto Internacional dos Guararapes, em Recife, em 1966,
com diversos mortos e feridos, e em diversos outros pontos do país,
principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro. Foi após a configuração
desta conjuntura de terror e justiçamentos da parte dos grupos
comunistas que a censura teve sua implantação consolidada.
Emílio Médici
Em 1969, Costa e Silva sofreu uma trombose e ficou
incapacitado; uma junta formada pelos comandantes das Forças Armadas
assumiu o poder. Em outubro, o General Médici foi eleito presidente no
Congresso, e comanda o período mais sangrento da ditadura militar, com a
mais forte repressão aos grupos de terroristas e guerrilheiros
marxistas, com suspeitos e colaboradores sendo presos, ocasionalmente
torturados, exilados ou mortos em confrontos com as forças policiais do
Estado.
Nesta época teve início o movimento guerrilheiro no Araguaia e a
realização de seqüestros de embaixadores estrangeiros por grupos de
esquerda. Estes seqüestros eram usados, em sua maioria, como forma de
pressionar o governo militar a libertar presos políticos. Após a
redemocratização do país, contabilizou-se pouco mais de trezentos
mortos, de ambos os lados.
Ernesto Geisel
Em 1974, o General Ernesto Geisel assumiu a presidência,
tendo que enfrentar grandes problemas econômicos, causados pela dívida
externa criada pelo governo Médici, e agravados pela crise internacional
do petróleo, e uma alta taxa de inflação.
General João Figueiredo Geisel iniciou a abertura democrática que foi
continuada pelo seu sucessor, o General Figueiredo (1979-85). Figueiredo
não só permitiu o retorno de políticos exilados ou banidos das
atividades políticas durante os anos 60 e 70, mas também autorizou que
concorressem nas eleições municipais e estaduais em 1982.
O primeiro presidente civil eleito desde o golpe militar de 1964 foi
Tancredo Neves. Ele não chegou a assumir, sendo operado no dia 14 de
março de 1985 e contraindo infecção hospitalar. No dia da posse, 15 de
março de 1985, assume então José Sarney de modo interino, e após 21 de
abril, data do falecimento de Tancredo Neves, como presidente em caráter
pleno.