uma região de
economia mais dinâmica do país, produzindo a maior parte do P.I.B.
nos setores agrário, industrial e de serviços, além de concentrar a
maior parte da população. Apesar da maior dinamicidade, o Centro-Sul
possui também as contradições típicas do desigual desenvolvimento
sócio-econômico brasileiro.
O Centro-Sul pode ser sub-dividido em:
PARTE
MERIDIONAL DA REGIÃO CENTRO-OESTE
Área que possui uma população ainda reduzida e constitui,
historicamente uma zona de expansão da economia paulista, o
que explica a presença do maior rebanho bovino brasileiro.
Organização Econômica
A principal atividade econômica do Centro-Oeste é a pecuária
bovina extensiva que imprimiu a estrutura latifundiária
desde a crise da mineração, no século XVIII. Há também,
extrativismo mineral e vegetal, sendo que agricultura
ampliou-se com a abertura das fronteiras agrícolas de
exportação. Este fato provocou intenso conflito pela terra,
agravado pelo fluxo migracional. É uma região de fraca
densidade, com luta pela terra.
Pecuária: Goiás e Pantanal (bovinos) - abastecimento dos
frigoríficos do oeste Paulista.
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A região sofre
grandes alterações a partir da década de 70, com a expansão da
fronteira agrícola e as pesquisas que viabilizaram o avanço da soja
pelo cerrado, como por exemplo, o processo da calagem, adição de
calcário ao solo.
O enorme crescimento da agricultura na região vem
determinando a necessidade de alternativas de
transportes, como a hidrovia do rio Madeira e a
Ferronorte.
REGIÃO SUL
Com uma superfície de 577.723 km2, a Região Sul
compreende os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul, constituindo a única região brasileira
não tropical.
O relevo do Sul é formado em sua maior parte pelo
Planalto Meridional, que apresenta três patamares
limitados por escarpas: ao longo do litoral, ergue-se a
primeira escarpa, de altitudes mais elevadas - a Serra
do Mar, mais para interior, estende-se um planalto
cristalino; a seguir a chamada "Serrinha" forma uma nova
escarpa é a Serra Geral, limite do planalto basáltico
que se estende até o vale do rio Paraná.
No extremo sudoeste do Rio Grande do Sul, desenvolve-se
a Campanha Gaúcha, parte brasileira da vasta planície
platina (o Pampa).
O clima do sul é subtropical úmido fatos que
individualiza a região no conjunto brasileiro. A
pluviosidade é bem uniforme, e as temperaturas médias
são abaixo de 22oC, registrando-se as mínimas nas zonas
mais elevadas onde ocorrem a neve ocasional.
Na vegetação original do Sul, predominavam as formações
florestais: a Mata Atlântica, junto ao litoral; a
Floresta Tropical, no norte do Paraná; a Floresta
Subtropical com pinheiros (Mata de Araucária).
O Celeiro do País
A Região Sul possui, atualmente, uma economia agrícola
altamente desenvolvida, que vem passando por um intenso
processo de modernização, tornando-se uma atividade cada
vez mais mecanizada e capitalizada.
O norte do Paraná, constitui a área agrícola mais
desenvolvida do estado, com uma estrutura fundiária
baseada em médias propriedades. Embora o café tivesse
sido o principal produto da região, seu cultivo tem
perdido o caráter monocultor, com a diversificação das
lavouras comerciais (soja, trigo, arroz).
O restante do estado tem uma produção agropecuária ampla
e variada, além da exploração madeireira. Curitiba é a
metrópole da região, com um parque industrial de certo
vulto e com crescimento.
O Vale do Itajaí, ao norte da encosta catarinense, é a
zona mais dinâmica de Santa Catarina: vales profundos,
caracterizam essa área de colonização italiana e alemã.
Blumenau é o maior centro industrial da região.
A zona serrana gaúcha é uma área de colonização alemã e
italiana, apresentando uma estrutura fundiária calcada
na pequena propriedade. À produção agrícola,
extremamente diversificada, vem se somar uma importante
atividade pecuária, que alimenta uma próspera indústria
frigorífica e de laticínios. Por isso mesmo, o setor
agro-industrial foi o que mais cresceu no Sul, no início
da década de 90.
No Centro-Sul gaúcho, destacam-se duas áreas: a região
de Porto Alegre, metrópole que tem expressivo
desenvolvimento industrial, a "campanha", caracterizada
pelos grandes estabelecimentos pastoris - as estâncias,
onde predomina uma pecuária extensiva melhorada.
Hidrografia
Dentro do complexo regional do centro sul encontram se na espanha do
norte partes de grandes bacias de agua do Rio Poriro, do rio São José, e
uma pequena parte da bacia Amaliones, correm o risco de secarem, devido
a erosões, falta de matas ciliares e poluição extrema.
Vegetação
A Região Centro-Sul possui vários ecossistemas diferentes. Se destacam a
Mata Atlântica, e espécies de animais e vegetais em risco de extinção.
Outro ecossistema que se destaca é o
Cerrado localizado em Goiás, Mato Grosso, parte de Mato Grosso do Sul,
Minas Gerais e parte do centro-norte de São Paulo, caracterizado pelas
árvores retorcidas com raízes profundas, caule muito duro e com folhas
que secam no inverno sendo extintas pela cana, soja e gado.
No Paraná se destaca a Mata de Araucárias, que têm como característica
árvores muito grandes que resistem ao frio da região e que produzem a
sua semente conhecida como pinhão, que é usada nas festas tradicionais e
muito apreciada no exterior.
Na região Centro-oeste tem a formação do campo limpo; campo sujo; campo
cerrado; cerrado típico; cerradão, todos sendo extintos por invasão e
queima da madeira para uso do carvão;
População
O processo de ocupação da região, inicia-se com o gado
da Campanha Gaúcha. Oriundo de São Vicente, este gado
procura as pastagens naturais do sul, não ficando nas
matas e serras da região. Imprime o latifúndio, ocupa,
mas não estabelece grandes núcleos de povoamento,
confundindo-se com as fronteiras castelhana. No litoral
do Rio Grande houve, também, no período colonial, o
povoamento com casais açorianos, indo até mais para o
interior (depressão) e fundando Porto Alegre (Guaíba).
A mineração do século XVII gerou um povoamento com
núcleo até Laguna, pelo estreito litoral sul. Lagura
era, em fins do século XVII, o ponto de apoio da
ocupação brasileira no Sul, visando a Sacramento, no
estuário do Prata.
No século XIX chegam os imigrantes. Vão estabelecer-se
nas matas e serras pouco valorizadas pela pecuária, e só
usam a região como trânsito para a venda nas feiras e
São Paulo (exemplo Sorocaba), para abastecer a área
mineradora. Estes imigrantes vão:
Imprimir a pequena propriedade;
Desenvolver a agricultura associada à pecuária;
Desenvolver a agricultura de subsistência que dará
origem à policultura;
Desenvolver a mão-de-obra familiar.
Imigrantes alemães nos vales férteis; italianos nas
encostas; eslavos no oeste e japoneses no norte do
Paraná, configuram o ciclo de povoamento. Hoje a região
perde população para o Centro-Oeste, para a Amazônia e
até para fora do País.
Fato determinado pelos seguintes
aspectos:
Divisão das propriedades pela herança
Minifúndios absorvidos por latifúndios com culturas de
exportação, a exemplo da soja.
Economia
A existência de extensas áreas de pastagens naturais
favoreceu o desenvolvimento da pecuária extensiva de
corte na região Sul, há o predomínio da grande
propriedade e o regime de exploração direta, já que a
grande criação é extensiva, exigindo poucos
trabalhadores, o que explica o fato de haver uma
população rural pouco numerosa na região. A areal
ambiental degradada já traz prejuízo bilionário para a agricultura.
A agricultura, que é desenvolvida em áreas florestais,
com predomínio da pequena propriedade e do trabalho
familiar, foi iniciada pelos europeus, sobretudo alemães,
que predominaram na colonização do sul. A policultura é
a prática comum na região às vezes com caráter comercial,
sendo o feijão, a mandioca, o milho, o arroz, a batata,
a abóbora, a soja, o trigo, as hortaliças e as frutas os
produtos mais cultivados.
Em algumas áreas, a produção
rural está voltada para a indústria, como a cultura da
uva para a fabricação de vinhos, a de tabaco de óleos
vegetais, a criação de frangos e porcos (associadas à
produção de milho) para abastecer as usinas de leite e
fábricas de laticínios.
Diferente das regiões agrícolas "coloniais" é o norte do
Paraná, que está relacionado com a economia do sudeste,
sendo uma área de transição entre São Paulo e o Sul. Seu
povoamento está ligado à expansão da economia paulista.
O extrativismo vegetal é uma atividade de grande
importância no sul do país e o fato de a Mata das
Araucárias ser bastante aberta e relativamente homogênea
facilita a sua exportação. As espécies preferidas são o
pinheiro-do-paraná, a imbuia e o cedro, aproveitados em
serrarias ou fábricas de papel e celulose.
A região Sul é pobre em recursos minerais, devido à sua
estrutura geológica. Lá há a ocorrência de cobre no Rio
Grande do Sul e chumbo no Paraná, mas o principal
produto é o carvão-de-pedra, cuja extração concentra-se
em Santa Catarina. É utilizado em usinas termelétricas
locais e na siderurgia (misturado ao importado).
A região Sul é a segunda mais industrializada do país,
vindo logo após o Sudeste. A principal característica da
industrialização do sul é o fato de as atividades rurais
comandarem a atividade industrial. Assim, somente as
metrópoles de Porto Alegre e Curitiba não se encaixam no
esquema agro-industrial predominante na região. Porto
Alegre é o maior centro urbano-industrial, onde se
localizam indústrias metalúrgicas, químicas, de couros,
de bebidas, de produtos alimentícios e têxteis.
Já a
industrialização de Curitiba, o segundo maior centro
industrial, é mais recente, destacando-se suas
metalúrgicas, madeireiras, fábricas de alimentos e do
ramo automobilístico.
As demais cidades industriais da região são geralmente
mono-industriais ou então abrigam dois gêneros de
indústrias, como Caxias do Sul (bebidas e metalurgia),
Pelotas (frigoríficos), Lages (madeiras), Londrina (alimentos),
Blumenau e Joinville (indústria têxtil), estas duas
localidades no Vale do Itajaí, a região mais próspera de
Santa Catarina.
SUDESTE
O sudeste é a região mais desenvolvida do Brasil,
registrando em relação ao conjunto do país, uma
participação de cerca de 55% no Produto Interno Bruto
(PIB), de 66% no valor da produção industrial, e
concentrando 58% de pessoal ocupado na indústria.
O processo de industrialização ocorrido no Brasil a
partir da década de 50, apoiado tanto na entrada maciça
do capital estrangeiro, quanto na iniciativa privada
nacional e na própria intervenção estatal, baseou-se no
desenvolvimento dos setores mecânico, metalúrgico,
químico, de material elétrico e de transportes,
consolidando-se a região como centro da economia
nacional.
Desde então, aqueles setores industriais
acusam participação crescente no Sudeste, em detrimento
das indústrias tradicionais (têxtil, alimentos e bebidas,
que vêm-se registrando uma queda relativa). Essa
tendência vêm-se afirmando no conjunto da região, embora
o desenvolvimento das indústrias seja diferenciado ao
nível dos estados.
São Paulo destaca-se no contexto nacional como o estado
de maior concentração industrial, especialmente no
tocante à indústria pesada. E o interior do estado já
desponta hoje como o segundo mercado interno do País.
Minas Gerais constitui o segundo centro industrial do
País, com uma participação de cerca de 10% no valor da
produção nacional. Em linhas gerais, a região da Grande
São Paulo abrange o maior parque industrial da América
Latina, além de constituir o maior centro comercial e
financeiro do país.
A riqueza de recursos minerais esteve na base do grande
desenvolvimento das indústrias siderúrgica e metalúrgica
do Estado de Minas. A maior parte da produção brasileira
de ferro ainda provém do "Quadrilátero Ferrífero de
Minas Gerais", sendo o Brasil um dos maiores produtores
mundiais desse minério.
O Rio de Janeiro apesar de estagnado na metade dos anos
90, vem crescendo na última metade através de um
processo de "renúncia fiscal" e dos novos ramos
privatizados, os da telecomunicação e da siderurgia. A
economia do Rio de Janeiro porém, tem sua maior
perspectiva no crescimento da indústria do petróleo (extração,
construção naval, plataformas, óleos e gasodutos, pólo
gásquímico e novas empresas que ganharam concessão de
exploração).
A produção de termeletricidade também tende a crescer em
função de novos investimentos privados e estatais (AngraII).
O problema do Rio de Janeiro é basicamente para consumo
interno e necessariamente exige importação de alimentos
e insumos agrícolas.
Outro setor de crescimento é o turismo - "a venda do
local" - hoje principalmente interna é a rede de escolas
e universidades que atrai investimentos diretos.
Organização Econômica
A importância histórica desta região data do
desenvolvimento da atividade mineradora, quando o eixo
econômico e político do país transferiu-se para o
Centro-Sul. Após a mineração, o café, no Século XIX,
valorizou também a área, tanto no Vale do Paraíba
Fluminense como no Paulista, assim como, no Século XX,
este produto impulsiona o oeste de São Paulo. Manteve,
no entanto, a estrutura fundiária do latifúndio
neocolonial exportador, sendo que no Rio Paraíba
utilizou-se da mão-de-obra escrava negra.
Na Era Vargas esta região encontrou sua vocação
industrial. O capital do café e o esforço do Estado vão
transformá-la em um grande centro industrial, sobretudo,
nas metrópoles nacionais de São Paulo e Rio de Janeiro,
e na regional de Belo Horizonte.
Urbana e industrial, esta região apresenta algumas
características marcantes:
Agricultura - Como produção elevada - cana-de-açúcar,
café, soja, milho e arroz, utiliza-se, porém, da mão-de-obra
temporária ou bóia-fria, mostrando aí seus graves
contrastes sociais e espaciais: ao lado de uma
agricultura moderna há estruturas arcaicas, como a
questão social, técnica e política do Vale do
Jequitinhonha e norte de Minas Gerais, por exemplo;
Pecuária - Dinâmica, não só para o abastecimento da
carne, como de leite e derivados. Destacam os rebanhos
de Minas Gerais e São Paulo.
Concentração Industrial - Destacamos quatro espaços
industriais importantes: São Paulo, Rio de Janeiro, área
do Quadrilátero Ferrífero e cidades médias do oeste
paulista.
Extrativismo Mineral - Extração de ferro no Quadrilátero
de Minas Gerais, que destinado ao mercado externo (porto
e usina de Tubarão - E.F.Vitória - Minas). Extração de
petróleo - bacia de Campos-Macaé.
Crise Social - Nas metrópoles do Sudeste, destacamos o
grave problema da segregação espacial. Mesmo com a
redução da migração, a favelização amplia-se, fato que
constata o elevado processo de segregação do espaço
geográfico, com a favelização e a formação de uma enorme
periferia urbana.
Crise Ambiental - Desmatamento, retirada do mangue,
poluição da Baía de Guanabara, deslizamento de encostas,
problema do lixo, etc. , são tônicas na vida da região.
A industrialização e a exploração econômica acelerada,
sem respeito ao meio ambiente e visando ao lucro
imediato, seguindo modelos externos, são fatores
geradores desta crise vivenciada pela mais dinâmica
região do país.