É conhecida como a "Capital das Missões. Dois ciclos marcaram essa época lendária no noroeste do Rio Grande do Sul. O primeiro deles vai de 1626 a 1637, mas as onze reduções fundadaas pelo padre Roque Gonzáles, um dos três mártires deste período, ao lado de João de Castilos e Afonso Rodrigues, não chegaram a se consolidar, devido aos ataques dos bandeirantes paulistas. O segundo ciclo correspondente ao período dos chamados "sete povos" (no total, eram trinta, mas os outros estão agora na Argentina e no Paraguai) da República Guarani, o último dos quais foi Santo Ângelo, fundado em 1676. Embora esse notável projeto comunitário chegasse a alcançar um desenvolvimento espantoso, com fundição de ferro, exportações para a Europa, eleições diretas e uma arte refinada, foi liquidado numa ação conjunta de Portugal e Espanha, temerosos com os rumos que as coisas iam tomando. O nome da cidade de Santo Ângelo, tem origens na Missão Jesuítica de Santo Ângelo Custódio, ou como consta em alguns documentos espanhóis da época, Sant"Angel da La Guardia e ainda Sant"Angel Custódio. Segundo os dogmas e a tradição da Igreja Católica (herdados do Judaísmo), existe na corte celestial uma infinidade de espíritos puros divididos em várias hierarquias, entre eles os anjos guardiões, que tem como missão a proteção espiritual das crianças que recebem o batismo, bem como a de povos inteiros. A redução de Santo Ângelo, foi consagrada ao Anjo Custódio das Missões (aquele que tem a custódia, a guarda) o protetor de todos os povos missioneiros. A estatutária deste povo era representada em sua maioria com asas, uma alusão ao protetor, presente em todas as imagens. Seu fundados foi o padre jesuíta Diogo Haze (1647-1725), que cumpriu a especial missão de organizar os primeiros passos daquele que foi o último dos "Sete Povos da Banda Oriental do Rio Uruguai", a ser fundado. Santo Ângelo Custódio tornou-se um dos povos mais ricos de toda a região missioneira. No ano de 1966, numa pesquisa feita pelo C.F. Sentinela do Rio Grande, através de um de seus peões, em conversa com o companheiro, o Sr. Sydinei Vaz, disse que seu progenitor, Sr. Mário Vaz, tinha em sua carteirinha muito antiga, a letra do hino da Santo Ângelo, mas não tinha música bem como o nome do autor. |