Turismo
Mairi BA
Capela da Santa Cruz de
Monte Alegre
Dizem os moradores que a capela da Santa Cruz do Monte Alegre, como ainda
a designam, é o cartão postal da cidade de Mairi. Realmente. Qualquer que
seja o ponto de quem se aproxima da cidade, a primeira vista que se
descortina é a beleza mística da capela lá no alto, dominando extenso e
vasto panorama. Assentada a cavaleiro na parte mais proeminente do monte,
a capela tem dimensões reduzidas, com nave de dez por quatro metros e
dividida em duas partes, separadas por um arco. Na parte menor, posterior,
encontra-se uma mesa , como por um altar, com alguns objetos e encostado à
parede, um grande crucifixo, que chega até o alto. A esquerda, no ângulo
da parede, um nicho protegido por grade de ferro e onde estão dispostos os
santos gêmeos Cosme e Damião. Há, na parede lateral esquerda, uma
prateleira inteiramente ocupada por estampas e quadros com molduras de
santos, fitas, terços, ex-votos de madeira, pano e cera, representando
partes anatômicas humanas: pernas, braços, mãos e pés. Na outra porção do
espaço interno, as paredes estão riscadas, em toda a sua extensão, com
nomes de pessoas, datas e outros dizeres, de tinta preta semelhante a
carvão. O frontispício da igrejinha possui como envergadura urna porta
abaulada, que se alcança por uma escada de seis degraus, em azulejo. Acima
da porta, uma espécie de nicho, em arco romano, com uma pequena trave
horizontal destinada, talvez, a um sino e localizado no centro do frontão.
Lateralmente, em cada extremo, dispõem-se dois coruchéus pontiagudos, com
telhados em duas águas e terminações em beira-seveira. A porta tem duas
bandas, que não se fecham e presas por furos na madeira, onde se passa uma
pequena corrente. As bisagas do lado direito estão corrompidas,
dificultando a abertura. A capelinha está a merecer maiores cuidados por
parte dos poderes constituídos, pois é o mais importante marco (bi)
centenário da Cidade, estando a completar, seguramente, duzentos anos de
edificada. Diante e ao lado direito da capela construiu-se uma amurada com
gradeado tosco de ferro, servindo para proteger os visitantes ou romeiros,
pois que fica à beira do despenhadeiro alcantilado, que abruptamente e
quase na vertical se abre, a um tempo, diante "do precipício! ... e do
céu!..." Ao aproximar-se do templo, o visitante sobe por dois lanços de
escadaria, onde se aproveitou a sinuosidade da formação rochosa, a partir
daí, de quartzo leitoso. O primeiro lanço possui 41 degraus e o seguinte,
25, separados por um patamar inclinado. No final do século XVIII as
freguesias mais próximas do núcleo de moradores então existente eram Sant
'Ana de Camisão, criada em 1753, e Santo Antônio de Jacobina, em 1758. Os
missionários frades capuchinhos, liderados por frei Apolônio de Todi,
sabedores desse pequeno aglomerado de pioneiros, foram em sua busca e
cumprindo sua missão, lá se apresentaram a semear a sua fé é a sua
religião, e auxiliados pelos moradores edificaram o santuário para
perpetuar a sua visita e a sua crença. Houve tempo em que se realizavam
romarias para assistir missa de penitência, quando em época de longas
estiagens e para lá convergiam milhares de fiéis.
Toca da onça
No mesmo monte, cerca de trinta metros abaixo da parte frontal da capela,
encontra-se a falada Toca da Onça. Para lá chegar, a sua descida é íngreme
e escarpada. A gruta se abre numa galeria estreita, que sobe em declive,
mais ou menos por uns dez metros, saindo na parte superior por um rasgão
angusto, dificilmente dando passagem a uma pessoa.
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