Localização
Dados Gerais Mairi BA
Geologia
O Município de Mairi é
constituído essencialmente de rochas cristalinas pertencentes aos
complexos Caraíba, Tanque Novo-Ipirá, Mairi e Saúde, além da suíte São
José do Jacuípe.
Destacam-se ainda os granitóides e corpos máficos ultramáficos.
Na porção oriental destacam-se as rochas do Complexo Caraiba, Tanque
Novo-Ipirá e suíte
São José do Jacuípe, que ocorrem em faixas estreitas e alongadas segundo a
direção Norte-Sul. O
complexo Caraiba é representado por ortognaisses mangerítico e
charnockitico, calcialcalinos de alto
K, e ortognaisses ederbítico, charnoenderbítico e charnockito, em parte
migmatizadsos, calcialcalinos
de baixo a médio K, com enclaves de metamafito. O complexo Tanque
Novo-Ipirá está representado
pelo gnaisse Ipirá caracterizado por gnaisse kinzigítico, rocha
calcissilicática, quartizito, formação
ferrífera, xisto grafitoso e anfibolito/metamafito. A suíte São José do
Jacuípe é constituída por
metanorito, metagabronorito, metapiroxenito, metaleucogabro e
metaferrogabro granulíticos,
toleíticos.
Na porção ocidental predominam as rochas do complexo Mairi, e em menor
proporção,
complexo Saúde, cortados por granitóides. O complexo Mairi e o complexo
Saúde são carecterizados
respectivamente por gnaisse Kinzigítico e anfibolito, e ortognaisse
migmatitico, tonaliticotrondhjemitico-
granodioritico, com enclaves máfico e ultramáfico; e paragnaisse e xisto
aluminosos,
em parte migmatiticos, quartizito, formação ferrifera, metamafito e
metaultramafito, além de rocha
calcissilicática, quartizito impuro e rochas metamáfica e metaultramáfica.
O corpo granitóide de maior dimensão é o Várzea do Poço e Senhor do Bomfim,
representados
por monzogranito e sienogranito, em parte foliados ou gnaissificados,
calcialcalinos de alto K,
metaluminosos. Destaca-se ainda o granitóide denominado Baixa Grande,
caracterizado por
monzogranito e sienogranito, gnaissificados; e uma pequena área de
ocorrência de
leucogranito,biotita-muscovita granito e biotita granito.
Águas Subterrâneas
No Mmunicípio de Mairi, podem-se distinguir três domínios hidrogeológicos:
formações
superficiais Cenozóicas, metassedimentos/metavulcanitos e cristalino
(Figuras 4 e 5), os dois últimos
ocupando a quase totalidade do território municipal.
As formações superficiais Cenozóicas, são constituídas por pacotes de
rochas sedimentares de
naturezas diversas, que recobrem as rochas mais antigas. Em termos
hidrogeológicos, têm um
comportamento de “aqüífero granular”, caracterizado por possuir uma
porosidade primária, e nos
terrenos arenosos uma elevada permeabilidade, o que lhe confere, no geral,
excelentes condições de
armazenamento e fornecimento d’água. Na área do municipio, este domínio
está representado por
depósitos relacionados temporalmente ao Terciário-Quaternário (coberturas
detrito-lateriticas). A
depender da espessura e da razão areia/argila dessas unidades, podem ser
produzidas vazões
significativas nos poços tubulares perfurados, sendo, contudo, bastante
comum, que os poços
localizados neste domínio, captem água dos aqüíferos subjacentes.
Os metassedimentos/metavulcanitos e cristalino têm comportamento de
“aqüífero fissural”.
Como basicamente não existe uma porosidade primária nestes tipos de
rochas, a ocorrência de água
subterrânea é condicionada por uma porosidade secundária representada por
fraturas e fendas, o
que se traduz por reservatórios aleatórios, descontínuos e de pequena
extensão. Dentro deste
contexto, em geral, as vazões produzidas por poços são pequenas e a água,
em função da falta de
circulação, dos efeitos do clima semi-árido e do tipo de rocha, é na maior
parte das vezes salinizada.
Essas condições definem um potencial hidrogeológico baixo para as rochas,
sem, no entanto,
diminuir sua importância como alternativa no abastecimento nos casos de
pequenas comunidades, ou
como reserva estratégica em períodos de prolongadas estiagens.
Águas Superficiais
O Município de Mairi está inserido totalmente na bacia do rio Paraguaçu.
Tem como principais
drenagens o rio Cariru e o rio Jacuípe (CEI, 1994d).
O rio Cariru tem muitas nascentes nas proximidades da sede municipal de
Mairi. É uma
drenagem intermitente que flui na direção sul, sendo uma das drenagens
formadoras do rio do Peixe,
importante afluente da margem esquerda do rio Paraguaçu.
O rio Jacuípe é uma drenagem perene que flui na direção leste e constitui
o limite municipal
noroeste com Serrolândia.
DO POÇO E SENHOR DO
BONFIM: monzogranito e sienogranito, em parte foliados ou
gnaissificados, calcialcalinos de alto K, metaluminosos
COMPLEXO CARAÍBA
Ortognaisses enderbítico, charnoenderbítico e charnockítico,
em parte migmatizados, calcialcalinos e baixo e médio
K, com enclaves de metamafito
Ortognaisses mangerítico e charnockítico, calcialcalinos de
alto K
Metanorito, metagabronorito, metapiroxenito, metaleucogabro
e metaferrogabro granulíticos, toleíticos
SUÍTE SÃO JOSÉ DO JACUÍPE
COMPLEXO TANQUE NOVO-IPIRÁ
GNAISSE IPIRÁ: gnaisse kinzigítico, rocha calcissilicática,
quartzito, formação ferrífera, xisto grafitoso e anfibolito/metamafito
COMPLEXO MAIRI
Gnaisse kinzigítico e anfibolito
Ortognaisse migmatítico, tonalítico-trondhjemítico-granodiorítico,
com enclaves máfico e ultramáfico
COMPLEXO MAIRI
NEOARQUEANO
PALEOARQUEANO-MESOARQUEANO
PALEOARQUEANO
BAIXA GRANDE: monzogranito e sienogranito, gnaissificados,
calcialcalinos de alto K, metaluminosos
GRANITÓIDES SIN A TARDITECTÔNICOS
GRANITÓIDES TARDI A PÓS-TECTÔNICOS
REGIÃO DE SERRA DE JACOBINA E CAMPO FORMOSO:
leucogranito, biotita-muscovita granito e biotita granito, calcialcalinos
de alto K, peraluminosos
Rocha calcissilicática, quartzito impuro e rochas metamáfica
e metaultramáfica
COMPLEXO SAÚDE
Paragnaisse e xisto aluminosos, em parte migmatíticos,
quartzito, formação ferrífera, metamafito e metaultramafito
Coberturas detrito-lateríticas: areia com níveis de argila e
cascalho e crosta laterítica
PALEOPROTEROZÓICO
CENOZÓICO
geografia
O município de Mairi (do
tupi mair= francês; Mairi = povoação de franceses. Semelhanternente a
mariquiquiig = naufrágio de franceses. Naufrágio acontecido ao largo da
costa do Rio Vermelho, bairro de Salvador, daí o Largo da Mariquita,
corruptela dessa expressão indígena) localiza-se na microrregião homogênea
11 - Itaberaba-, composta por doze comunas (Baixa Grande, Boa Vista do
Tupim, Iaçu, Ibiquera, Itaberaba, Lajedinho, Macajuba, Mairi, Mundo Novo,
Rui Barbosa, Tapiramutá e Várzea da Roça), e na região econômica 7 -
Paraguaçu -, formada esta por quarenta e dois municípios, correspondendo a
6% da área do estado da Bahia, ainda incluído no polígono das secas (área
delimitada pela Lei nº 1 348, de 1951), fazendo parte da Bacia
Hidrográfica do Rio Paraguaçu e, também da Bacia do rio Jacuípe. De forma
botânica de caatinga em maior extensão (caatinga é vocábulo de origem
tupi, significando mato branco), de vertentes-esplanadas, maci- ços de
morros e de oiteiros com tabuleiros interioranos. Pastagens de capim, onde
se desenvolve a pecuária extensiva. O potencial agroclimático do município
é de grau regular, com aptidão para as culturas de algodão arbóreo, fumo e
sisal (agave): mandioca, batata-doce, feijão, banana e laranja. Limites
Municipais O município de Mairi limita-se a oeste com municipalidade de
Mundo Novo, ao sul com Baixa Grande, leste com Pintadas e Capela do Alto
Alegre e ao norte, Várzea da Roça e Serrolândia, com as fronteiras: Mundo
Novo - começa na Foz do Riacho do Ouro no Rio Jacuípe, seguindo, em reta,
até a localidade Canabrava, na margem do riacho deste nome: Baixa Grande -
da localidade Canabrava, na margem do riacho de mesma denominação, daí, em
reta, até o marco da localidade Cruzei- ro, seguindo, em reta até o marco
no lugar Congonha e daí ainda em reta, até a Foz do Riacho Barão do Rio
Cairu, seguindo em reta até o lugar Coração de Jesus, na margem do Rio do
Peixe; Capela do Alto Alegre - no marco do lugar Coração de Jesus, na
margem do rio do Peixe, sobe por este até o cruzamento da estrada vicinal,
que parte de Mairi em direção de Capela do Alto alegre, com rio do Peixe.
Várzea da Roça - limite provisório sujeito à alteração; Serrolândia - da
Foz do Riacho do Morro, até a foz do Riacho do Ouro, ambos do Rio Jacuípe,
que tomamos como ponto de partida.
Clima
O tipo climático do
Município é o semi-árido e seco, subtropical e ameno, com perene estiagens
e períodos chuvosos, variado entre abril a junho e novembro a janeiro. A
precipitação média anual varia entre 600mm a 800mm e a temperatura média é
de 23º 6 C (graus centígrados).
Hidrografia
O rio principal é o Jacuípe,
que pelo seu talvegue é marco fronteira norte com o município de
Serrolândia, e é parte da Bacia Hidrográfica do Paraguaçu. Zona natural
homogênea da Sacia do Itapicuru, com patamares do médio Paraguaçu. Possui
alguns riachos que afluem para a direita do Rio Jacuípe e outros que
derivam para o sul, a exemplo dos riachos Congonhas e Palácio, e os rios
Paulista, Imbe e Cairu, este último tem a sua nascente no próprio
município. Existem numerosas lagoas rasas e extensas, todas periódicas,
isto é, que secam nas estiagens prolongadas: Comprida, do Casquilho, das
Duas Irmãs, da Macambira e do Jacaré, além de outras. Ainda o Açude
Angico.
Orografia
A grafia é montanhosa, pela presença de ramificações da Serra Preta, e
a sua principal elevação é a Montanha Santa Cruz, onde existe uma capela.
Recursos Naturais
A fauna reúne variadas espécies de aves e animais outros silvestres, como
sejam, entre muitos, aracuã, codorniz, galinhola, inhambu, juriti,
marreco, perdiz, pomba de seca, seriema e zabelê; cagado, camaleão,
caititu, cotia, jaguatirica, mico, paca, raposa, tamanduá, tatu, teiú e
veado. A flora apresenta pequena reserva de madeira de lei e abundância de
madeira de lenha, como ainda plantas alimentícias, aromáticas e medicinais
e muito ouricurizeiro. No campo geológico há os granitos. Pré-Cambriano
indiferenciado. Complexos de rochas granulíticas, com a inclusão de
metatexitos, usados em geral para construções. Depósitos eluvionares e
coluvionares, biolita, granitos e sienito.
Economia
A economia do município de Mairi move-se, principalmente, em torno da
atividade agropecuária e da prestação de serviços.
Agricultura
O setor agrícola do Município continua vinculado às características da
agricultura tradicional. Assim, o pequeno agricultor rural dedica-se, em
grande parte, quase exclusivamente, à economia de subsistência, o que
significa dizer, ao cultivo de gêneros alimentícios; feijão e milho
associados e mandioca. A cultura mais importante é a mandioca e o produto
principal do ramo de transformação, a farinha e derivados. No passado
produziu-se algodão, fumo, milho, feijão, batata-doce, aipim, banana,
café, laranja e sisal. Nos dias correntes a produção agrícola resume-se em
mandioca, milho, feijão, mamona e sisal. Mais da metade da população do
Município encontra-se na zona rural (66,3%), e está ocupada na atividade
agropecuária. Incluímos nesse total os moradores de povoados. Com sede ou
escritório funcionam na cidade o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de
Mairi, fundado em 14 de agosto de 1971 e reconhecido pelo Ministério do
Trabalho, em 15 de agosto de 1974: a Empresa Baiana de Desenvolvimento
Agrícola - FBDA, da Secretaria de Agricultura; Fundação de Agricultura do
estado da Bahia - FAEB, onde funciona o Sindicato dos Produtores Rurais de
Mairi, juntamente com o Sindicato Patronal, em sede inaugurada em 7 de
novembro de 1995. No ano de 1995, estavam cadastradas 990 propriedades
rurais.
Pecuária
É o tipo de atividade mais difundida na região. O gado, em particular,
bovino figura como elemento principal na combinação agrária de Mairi, ou
seja, gado-pequena lavoura. A pecuária bovina é mista na produção de carne
e leite, sendo o ramo de corte o maior suporte da economia rural,
despontando, timidamente, a avicultura industrial (frango de corte e
ovos). Os rebanhos são considerados nessa ordem pelo número de cabeças:
bovinos, eqüinos, suínos, ovinos e aves.
Indústria
Na produção extrativa vegetal citam-se lenha, carvão e madeiras para fins
diversos. Na produção extrativa animal, peles e couros curtidos, carne e
leite de gado bovino, carne e ovos de galinha. Na indústria de
transformação, os principais destaques são os derivados da mandioca, a
farinha de guerra ou de mandioca, beiju, goma, puba e tapioca; manteiga,
requeijão, rapadura, doces e café em pó; panificadores e fábricas de
móveis, bebidas e têxteis; serrarias e serralherias; artesanato de palha
de ouricuri (aios, chapéus, esteiras, peneiras ou urupemas e vassouras).
Comércio
O município de Mairi exporta seus produtos agrícolas para as praças de
Feira de Santana, Salvador, São Paulo e a do Rio de Janeiro. Em 1985 havia
90 estabelecimentos comerciais: varejistas e atacadistas. Em 18 de
novembro de 1995, foi fundada a Câmara de Diretores Lojistas de Mairi. A
rede bancária é constituída apenas pelo Banco do Brasil S/ A, com prédio
próprio e funcionando desde 1976. A Caixa Econômica Federal esteve em
atividade por mais de dez anos, fechando no ano de 1994. Antes as
operações bancárias eram realizadas em Mundo Novo.
Vida social e outros aspectos
O município de Mairi possui uma extensão territorial absoluta de 494 km² e
relativa de 0,09% (em confronto com a área do estado da Bahia, que é de
561.026 km²). O Município faz parte da 17ª Região Administrativa do estado
- Mundo Novo. Estão aqui implantados alguns órgãos e corporações:
Destacamento de Polícia Militar - 11,1 Batalhão de Polícia Militar/
Itaberaba; Quinta Companhia - 11º BPM/It. 5ª. Cia.; Delegacia de Polícia
do Interior - DEPIN; Oitava Divisão Regional de Polícia do lnterior/Ipirá
- 8ª DIRPIN/Ip; Posto de Identificação- Carteira de Trabalho - Cadastro de
Pessoas Físicas - CPF; Junta de Serviço Militar.
Monumentos, Logradouros e
Feira Livre
A cidade de Mairi está dividida em bairros: Centro, Pé do Monte, Recreio,
Lapinha, Bonfim, Bom Jardim, Tanque do Missionário, Tanque da Nação,
Granja, Coqueiro, Matadouro e Corre Nu (este é o mais recente e o mais
rico). Encontram-se meia dúzia de praças, algumas ajardinadas, como a
Praça José Joaquim Seabra, dividida em canteiros e com uma belíssima
pérgula, podendo ser usada para retretas, danças, representações teatrais
e outros eventos; Praça Dom Manuel Lisboa e a Nova República, onde se
inaugurou em 1985 um busto de Tancredo de Almeida Neves, antes conhecida
por Praça do Dendê e onde ainda existe em um dos canteiros urna dessas
árvores. Inúmeras são as ruas, algumas das quais conservam os nomes
consagrados pela verve popular e ao sabor das circunstâncias imprevistas,
entre elas: Rua da Preguiça, Rua da Palha, Rua Bom Jardim. Outras têm a
nomenclatura mudada, geralmente com nomes de pessoas como homenagem: Rua
Cônego Manuel Maria da Conceição (antiga Rua do Capim), Rua Santo Antônio
(antiga do Cemitério), Rua Marechal Deodoro da Fonseca (antiga do Tomba
Surrão), Praça Dom Manuel Lisboa (chamada do Campo do Gado). Poucas ruas
são representadas por datas, como a Rua 7 de Setembro, Rua 1º de Maio. Em
fevereiro de 1909, o Conselho inaugurou uma escola na Rua da Aurora, porém
o nome hoje é outro e não se sabe qual. A Rua Rui Barbosa ainda é
conhecida por Rua do Sacramento. A feira livre, nos dias que ocorre, é
realizada na Praça Governador Juracy Magalhães, onde está localizado o
Mercado Municipal. Nos primórdios da cidade a feira ocorria na Praça do
Comércio, depois conhecida por Praça da Matriz e é atualmente a Praça J.J.
Seabra, o local mais atraente e convidativo da comunidade mairiense, onde
estão a Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores, padroeira da cidade, o
prédio das Escolas Reunidas Getúlio Vargas, o imponente edifício da
Prefeitura (construção iniciada no governo de Carlos Oliveira Nunes no
começo dos anos sessenta e inaugurado o primeiro pavimento por Carlos
Raimundo Almeida Moreira, em 1965, e concluído por Deraldo Cedraz
Carneiro, no ano de 1987).
Festas Populares
Das festas católicas, a principal é a da padroeira local, Nossa Senhora
das Dores, celebrada a 15 de setembro, com novena, missa solene, pregação
sacra e procissão por algumas ruas, nada obstante realizada com rito
diferente na forma das novas diretrizes da Igreja Católica, conservando,
porém, a parte profana, com a alvorada de foguetes, tocatas, lavagem do
adro, e em torno da Praça, barracas com bebidas e comidas, leilões, jogos
e muita música, sendo que nos últimos anos, o cortejo passou a ser
integrado por cavaleiros de ambos os Patologias, bem trajados, em montarias
ajaezadas, que dão um colorido mais alegre à festa. A Semana Santa com as
belas cerimônias do seu rito, quando a demonstração de fé se torna
evidente na população. O São João típico e animado e que até a década de
1960 era o mais afamado da região, com quatro dias de folia, quando se
promovia a eleição da "Rainha da Cidade", no último dos quais se realizava
o "Baile da Saudade". Havia fogueiras diante das residências, muitos fogos
e mesas lautas, danças nos dois clubes sociais, além de armazéns. Com o
advento da música afro-baiana e sua eletrificação, a festa passou a ser
realizada nas ruas e praças públicas, com a sua conseqüente
descaracterização, nada obstante mais popular e democrática. O Carnaval é
realizado apenas com bailes nos clubes sociais. Os festejos natalinos, com
muita alegria, na recepção dos rnairienses que voltam a penates e se
confraternizam. Houve tempo era hábito da população fazer romarias à
Capela da Santa Cruz do Monte Alegre, ao som de hinos religiosos e preces
por ocasião das estiagens prolongadas, algumas vezes fazendo trocas de
imagens de santos.
Saúde
A mais antiga casa de saúde é o Hospital Municipal Nossa Senhora das
Dores, obra iniciada na administração do prefeito Alfredo dos Reis Navarro
e concluída pelo prefeito Carlos Oliveira Nunes, em 1970. Inaugurado no
ano 2000 na gestão do prefeito Ramon Gonzalez Miranda, conta a cidade com
o Hospital Estadual Luiz Eduardo Magalhães, com excelente estrutura física
e capacidade para 35 leitos. Na administração atual do prefeito Raimundo
de Almeida Carvalho, grande impulso foi dado ao sistema de saúde, sob a
liderança da secretária Ana Célia Carvalho, com a implantação de vários
programas, buscando uma melhor qualidade de vida para a população,
mormente a carente: Programa de Saúde da Família, com seis equipes
compostas por médicos, enfermeiras, odontólogos e pessoal de apoio,
atuando na Sede e no interior do Município; Farmácia Básica, Agentes
Comunitários e outros. O Centro Estadual de Saúde Clemenceau Teixeira e
que, com a municipalização do sistema de saúde, funciona, agora, como mais
uma unidade municipal.
Educação e Cultura
No ano de instalação do município de Mairi, em julho, foi criada uma
cadeira primária, ou seja, uma escola pública primária. Por imperiosa
necessidade, o governo municipal requereu e obteve do governo provincial
uma escola para meninas. Eram professoras nessa época dona Cândida de
Macedo Menezes, dona Maria da Costa e dona Emília Maria Barbosa Dias. Na
década de I880, os meninos tinham para mentor o professor provincial
Malaquias Ferreira de Carvalho, e as meninas, a professora Maria Francisca
Santiago Farani. Nos anos da Primeira Guerra Mundial havia ainda duas
escolas públicas, uma para cada Patologia. Os meninos tinham para mestre o
professor estadual Luís Pedro da Silva - dizem que negro, austero, honesto
e competente. Uma dessas escolas, a do professor Malaquias, funcionava em
sua própria residência, onde hoje está estabelecido o Centro Comunitário e
de Treinamento da Paróquia. Nos anos vinte destacaram-se no magistério as
professoras Edeltrudes Pacheco, mais conhecida por Dedezinha, a primeira
mestra mairiense diplomada a ensinar em sua terra natal, Maria José
Santana, Claudionora Noblat Brasil, Rosalva Freitas Nunes e Judite
Pacheco, esta ensinava em outro município, sendo as duas últimas, também,
mairienses. A evolução cultural deu-se lentamente. Até 1950, embora
houvesse diversas pessoas com bom nível de esclarecimento, eram raras as
de grau superior e mesmo médio. Já registramos algures alguns filhos de
Mairi que se destacaram em seus campos de ação, a exemplo do bispo Dom
Manuel Lisboa, o padre Nicanor de Oliveira Cunha, hoje vigário-geral, cura
da catedral diocesana e chanceler do bispado da Diocese de Rui Barbosa,
que não sendo mairienses, como a médica Cora Pedreira, mestra emérita
aposentada, vieram para Mairi ainda crianças. Os padres e freiras irmãos,
o agrônomo José Assis de Oliveira, diplomado em 1952, além de algumas
professoras pelas escolas normais de Feira de Santana, Jacobina e Senhor
do Bonfim. Por iniciativa do médico José Vieira da Silva fundou-se, em
1956, a primeira escola secundária do Município e que deu grande impulso à
educação local - o Ginásio de Monte Alegre. Sucedido, em 1967, pelo
Ginásio de Mairi, hoje Centro Educacional Cenecista Luiz Rogério de Souza,
mantido pelo Conselho Comunitário, presidido por muitos anos por Alício de
Oliveira Leal, que, também é membro da Diretoria Estadual da Campanha
Nacional de Escola da Comunidade - CNEC, oferecendo, hoje em dia, os
cursos de alfabetização, fundamental (1ª a 8ª série) e de ensino médio com
as opções de Magistério, desde 1972, e Contabilidade, a partir de 1976,
cursos estes ditos profissionalizantes, e o colegial, em 1998. A CNEC
ainda rnantém a escola de ensino fundamental João Soares Ferreira, no
povoado de Angico. Na década de 1980 surgiu o Colégio Estadual Abelardo
Cohim Moreira, de 1º grau (1ª a 8ª série) e 2º grau (colegial e
magistério), escolas estas que modificaram aquelas lentas etapas, podendo
o município orgulhar-se de centenas de seus filhos detentores de cursos de
nível médio e superior. A cidade conta com a Escola Nossa Senhora de
Lourdes, de 1º grau e particular e diversas outras de pré-escolaridade. O
Município mantém outras duas: Escola Professora lraci Araújo leal e a
Escola Deraldo Cedraz Carneiro, além de cinqüenta escolas isoladas, no
povoados e em algumas fazendas. As escolas estaduais, além das já citadas,
são: Escolas Reunidas Getúlio Vargas, antes denominada Alexandre Ferreira
Moreira, de construção que surgiu um padrão de um programa de escolas nas
cidades onde não as houvesse, iniciado no governo Góis Calmon, por força
do Decreto n2 4.509, de 6 de agosto de 1926; Escola Edeltrudes Pacheco,
Escola Valter Cerqueira, Escola Carlos de Oliveira Nunes (esta foi
municipalizada) e Escola Durval S. Silva. Todas essas casas de ensino
estão sob a gerência da Diretoria Regional de Educação e Cultura - DIREC-17,
com sede em Piritiba. Funciona uma Biblioteca Pública Municipal Osvaldo
Ribeiro, e no passado existiu a Biblioteca Afrânio Peixoto, da Sociedade
Lítero-Recreativa 7 de Setembro.
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