Os
perigos da Radiação Ultravioleta do Sol
O
planeta esta ficando sem camada de ozônio
Já era
esperado ocorrer um aumento na transmissão da radiação solar na região do
Ultravioleta B (UV-B; especificamente entre 280-320 nm) devido a
degradação antropogênica do Ozônio estratosférico. O principal dano
acarretado pela UV-B em sistemas biológicos é a nível de ADN. Diversos
pesquisadores têm identificado muitos efeitos potencialmente sérios a
saúde humana (depressão do sistema imunológico, catarata nos olhos, e
câncer de pele) e ao ambiente (em cultivos agrícolas, árvores e organismos
marinhos)
Saúde humana
A radiação
UV-B é a principal causa responsável pelo bronzeamento e queimaduras de
pele, bem como pela formação de vitamina D na pele, além de influenciar o
sistema imunológico. A radiação UV-B é também a principal causa da
"cegueira-da-neve" e um importante fator indutor das cataratas. A radiação
UV-B contribui significantemente para o envelhecimento da pele e dos
olhos, e os comprimentos de onda da radiação UV-B são os mais efetivos da
radiação solar para causarem câncer de pele.
A
população do sul do Brasil, predominantemente Caucasiana branca, já está
aparentemente sendo afetada pelo aumento da radiação UV-B. O número de
casos de câncer de pele (cutaneous melanomas) dobraram entre 1983
(0,88 casos por 100,000 pessoas) e 1993 (1,65 casos por 100,000 pessoas)
no Rio Grande do Sul, estado mais ao sul do Brasil (dados da Secretaria da
Saúde do estado). O câncer de pele representa cerca de 25% de todos os
casos de câncer maligno registrados na cidade de Rio Grande (principal
cidade do estuário da Lagoa dos Patos) entre 1986 e 1995 (O. Rodrigues
dados não publicados). Este já é o segundo tipo mais comum de câncer
maligno na cidade de Rio Grande, sendo apenas suplantado pelos casos de
câncer genital e gastrointestinal, respectivamente, entre as mulheres e os
homens. Esta alta proporção esta aparentemente relacionada as principais
atividades econômicas da região, tais como a agricultura, a criação
extensiva de gado e as pescarias, onde as pessoas ficam expostas várias
horas do dia a ação direta dos raios solares.
Aspectos ambientais
Tanto o
aumento da intensidade como do tempo de exposição a irradiância UV-B
diminui a atividade fotossintética (e logo a produção) de plântulas de
cultivares comuns, tais como o rabanete (Raphanus sativus), a soja
(Glycine max), o feijão (Phaseolus vulgares) e alguns
pinheiros (Pinus taeda). A UV-B também faz com as plantas alterem a
composição química de seus tecidos, por exemplo, aumentem seus conteúdos
foliares de flavonóides (aparentemente pigmentos protetores).
Adicionalmente, o aumento da relação UV-B/PAR associado a um decréscimo da
irradiância total (por exemplo, quando aumenta a cobertura de nuvens) faz
com que baixos níveis de radiação sejam potencialmente perigosos a algumas
plantas, mesmo que os níveis de UV-B pareçam ser negligíveis. No início da
década de 1990, a Agência de Proteção Ambiental dos E.U.A. e o Instituto
Internacional de Pesquisa do Arroz iniciaram um programa cooperativo para
investigar os efeitos da UV-B e das mudanças globais sobre os cultivos de
arroz. O arroz é o mais importante cereal cultivado no mundo e responde
tanto a UV-B como às mudanças climáticas.
Para os
componentes dos ecossistemas marinhos, os dados existentes sugerem que o
aumento da radiação UV-B modificará a distribuição e abundância do
fitoplâncton (microalgas que crescem na coluna d'água) e das algas
bentônicas (que crescem associadas a diferentes substratos), o que
potencialmente poderá modificar a estrutura destes ecossistemas. Vários
experimentos têm demonstrado que a radiação UV-B acarreta danos a juvenis
de peixes, larvas de camarão, larvas de caranguejos, copépodos, e plantas
essenciais a teia alimentar marinha. Entre os danos incluem redução da
fecundidade, do crescimento, da sobrevivência e de outras funções vitais
para estes organismos.
Embora o
efeito deletério potencial dos níveis ascendentes da UV-B sobre a
superfície do mar seja atenuado pela diminuição do UV com a profundidade,
e possivelmente restrito aos primeiros metros da coluna de água, as
mudanças induzidas em zonas intermareais e em ambientes terrestres poderão
ser dramáticas. Áreas de marismas desempenham papéis críticos nos ciclos
de biogeoquímicos dos estuários e são consideradas hábitats vitais de
recursos de pesqueiros. A produção primária das marismas tem sido
relacionada a abundância de animais costeiros com e sem interesse
comercial ao longo de todo o mundo. O aumento da radiação solar UV-B
poderá acarretar trocas na estrutura e redução na diversidade de
comunidades marinhas, bem como reduzir a produtividade total.
Plantas Enraizadas das Marismas
Existem
aproximadamente 70 espécies de plantas superiores (isto é que possuem
flores, vasos condutores e raízes) na flora das marismas do Estuário da
Lagoa dos Patos. No entanto, somente 5 espécies de plantas recobrem mais
de 50% da área das marismas. Estas plantas dominantes, que têm suas
distribuições no ambiente relacionadas com a grafia, são: a macega-mol
(Spartina alterniflora),
a
macega
Marismas ocasionalmente alagadas (em pisos intermareais médios) são
dominadas pela grama alta macega (Spartina densiflora).
Planos areno-lodosos adjacentes as áreas vegetadas também podem ser
vistos na foto ao lado. |
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(Spartina
densiflora), a tiririca (Scirpus maritimus), o Junco (Juncus
effusus) e a tiririca (Scirpus olneyi).
A presença
de plantas originárias dos trópicos (ex: a grama-arame Paspalum
vaginatum e a samambaia da marisma Achrosticum aureum) e de
áreas temperadas fria (ex: Atriplex patula e o baicurú Limonium
brasiliensis) na flora das marismas do sul do Brasil caracterizam esta
como uma região de transição biogeográfica temperada quente.
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