O
Vale do Anhangabaú é uma região do centro da
cidade de São Paulo. É um espaço público
caracterizado como praça, onde tradicionalmente
organizam-se manifestações públicas, comícios
políticos e apresentações e espetáculos
populares.
Atualmente, define-se como uma extensa laje —
configurada como calçadão — sobre um
entrocamento rodoviário, possuindo papel
importante na circulação de pedestres do centro
da cidade. Esta plataforma está localizada
aproximadamente dez metros acima da cota do vale
propriamente dita, de tal forma a permitir a
passagem subterrânea do tráfego rodoviário por
meio do Complexo Papa João Paulo II.
O espaço também interliga-se a outras praças da
área central, como a Praça Ramos de Azevedo,
justaposta ao Vale, ao Largo de São Bento, por
meio das escadarias do Metrô e à Praça da
Bandeira, atualmente ocupada por um terminal de
ônibus.
Historia
Não se sabe ao certo quando o Vale do Anhangabaú
foi ocupado, mas há registros que apontam que,
em 1751, o governo já estava preocupado com um
vale aberto por Tomé de Castro na região entre o
Rio Anhangabaú e um lugar onde se tratava a água
chamado "Nhagabaí".
Até 1822 a região não era mais que uma chácara
pertencente ao Barão de Itapetininga (e, depois,
à Baronesa de Itu), onde se vendia agrião e chá.
Lá, os moradores precisavam atravessar a Ponte
do Lorena para chegar do outro lado do morro,
dividido pelo rio.
A Câmara Municipal pressionou o Barão de
Itapetininga a ceder parte de suas terras, que
foram transformadas na primeira rua do vale, a
Rua Formosa, em 1855.1 Onze anos depois o
presidente da província, João de Matos,
solicitou a cessão de nova parte das terras do
Barão, no que foi atendido, com a condição,
respeitada, de que a ele fosse dado o nome de
Rua Barão de Itapetininga.
Em 1877 começou a urbanização da área, com a
idealização do Viaduto do Chá — que só viria a
ser inaugurado em 1892. A construção do viaduto
gerou a desapropriação de chácaras no local, e
um projeto do engenheiro Alexandre Ferguson de
construir 33 prédios de cada lado do vale para
ser alugados.
Após um longo período de descuido, em 1910 foi
feito o ajardinamento do Vale do Anhangabaú,
resultando na formação do Parque do Anhangabaú.
Esse projeto foi uma combinação de três
projetos, incluindo o "Grandes Avenidas", de
autoria do arquiteto Alexandre Albuquerque, que
resultaram na urbanização do vale com edifícios.
No fim da década de 1930 o parque foi eliminado,
substituído por uma via expressa. Foi criada na
década seguinte uma ligação subterrânea entre as
Praças Ramos de Azevedo e do Patriarca, a
Galeria Prestes Maia, onde se instalaram as
primeiras escadas rolantes da cidade.
O cruzamento entre a Avenida Anhangabaú e a
Avenida São João ganhou uma passagem em desnível
em 1951, com a construção do Buraco do Ademar,
que lá permaneceu por 37 anos, sendo
posteriormente substituído por dois túneis
homônimos de nome Papa João Paulo II.
No início da década de 1980 a prefeitura de São
Paulo promoveu um concurso público para a
remodelação da região. Os arquitetos Jorge
Wilheim, Jamil José Kfouri e Rosa Grena Kliass
foram os vencedores, propondo a criação de uma
grande laje sobre as avenidas existentes no
local em altura suficiente para ligar os dois
lados do Vale, com o tráfego de automóveis
abaixo e recriando a área verde entre os
viadutos do Chá e Santa Ifigênia.
Este projeto acabou arquivado até o final
daquela década, quando foi resgatado na época em
que se estudava o fim do Buraco do Ademar. É ele
o que atualmente existe no local. O projeto
paisagístico é composto por desenhos bastante
geometrizados, tanto dos pisos quanto dos
recantos.
Com jardins, obras de arte e três chafarizes, o
Vale do Anhangabaú é hoje um cartão postal do
Centro de São Paulo, de onde é possível ver
edifícios, igualmente caracterizados como
cartões-postais, como o Martinelli, o Banespa, o
Teatro Municipal, o Shopping Light e o Edifício
Matarazzo, sede da prefeitura.
Pela sua ampla dimensão, o vale é considerado um
espaço adequado a reuniões públicas de grande
porte. Dentre as mais célebres manifestações
ocorridas no Vale do Anhangabaú está o comício
pelas Diretas Já, organizado no dia 16 de abril
de 1984, onde foram recebidas 1,5 milhão de
pessoas.
Referencia:
Wikipedia
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