O sertanista mineiro Simão da
Silva Teixeira, cumprindo promessa por sair das matas em que se perdera, trouxe
para o local a imagem de seu Santo protetor, São Simão, doando a este mais mil
alqueires de terras, reservando para si, cerca de duzentos alqueires que, após a
morte, também foram doadas ao Patrimônio da igreja.
Á medida que foram
chegando novos povoadores, a igreja cedia lotes a eles, para domínio
útil, mediante aforamento. Assim que houve certa concentração de
moradias, Simão da Silva Teixeira solicitou à Curia Diocesana de São
Paulo, autorização para construção da capela, concedida em 1824.
Os primeiros moradores dedicaram-se à pecuária e à cultura da cana.
Alguns anos depois, o advento da cafeicultura propiciou grande
desenvolvimento, sendo nesta época implantadas várias ferrovias para
escoamento da produção local. A partir da Estrada de Ferro Mogiana (atual
FEPASA), surgiram a Cia. Melhoramentos São Simão, mais tarde
transformada na Estrada de Ferro São Paulo - Minas (também incorporada à
FEPASA); uma estrada que ligava Santos Dumont a Cajuru, e a São Paulo
Coffee Estates Company, além de vários ramais. |
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FORMAÇÃO ADMINISTRATIVA
Distrito criado por Lei Provincial nº 26, de 8 de março de 1842.
Elevado à categoria de Município com a denominação de São Simão
por Lei Provincial nº 75, de 22 de abril de 1865. Desmembrada do Município de
Casa Branca. Constituído dos Distritos sede. São Simão e Serra Azul. Instalada
em 13 de novembro de 1867.
Cidade por Lei Municipal nº 15, de 4 de março de 1895.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o Município de São Simão se
compõe de 2 Distritos: São Simão e Serra Azul.
Lei Estadual nº 2206, de 14 de novembro de 1927, desmembra do Município de São
Simão o Distrito de Serra Azul.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o Município de São Simão se
Compõe de 1 único Distrito, São Simão.
Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o Município de
São Simão compreende o único termo judiciário da comarca de São Simão e
permanece com 1 só Distrito, São Simão.
No quadro anexo ao Decreto-lei Estadual nº 9073, de 31 de março de 1938, o
Município de São Simão compreende o único termo judiciário da comarca de São
Simão e se compõe de 2 Distritos: São Simão e Luiz Antônio.
No quadro fixado, pelo Decreto Estadual nº 9775, de 30 de novembro do ano de
1938, para 1939-1943, o Município de São Simão é composto dos Distritos de São
Simão e Luiz Antônio e é termo da comarca de São Simão, formada de 1 único termo,
São Simão termo este formado por 3 Municípios: São Simão, Santa Rosa e Serra
Azul.
Em virtude do Decreto-lei Estadual nº 14334, de 30 de novembro de 1944, que
fixou o quadro territorial para vigorar em 1945-1948, o Município de São Simão
ficou composto dos Distritos de São Simão e Luiz Antônio, comarca de São Simão,
assim permanecendo no quadro fixado pela Lei Estadual nº 2456, de 30-XII-1953
para o período 1954-58.
Lei Estadual nº 5285, de 18 de fevereiro de 1959, desmembra do Município de São
Simão o Distrito de Luís Antônio.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 01-VII-1960.
Mais historia
Luis Castenho de Almeida rumo a
Goiás passou pela nossa cidade em uma Bandeira de Preação em 1671 embora
se saiba que também Bartolomeu Bueno de Siqueira em 1670 houvera passado
por aqui em um itinerário muito semelhante. Ambos constataram a presença
de indígenas existente por todo o vale, mas por falta de maiores dados,
precisos e documentais os historiadores atribuem à Bandeira de Luis
Castenho de Almeida que houvera aprisionado indígenas nessa região,
integrando os mesmos a sua expedição rumo a Goiás, a primeira visita a
estas terras.
A localização do vale era designada pelo rio que detinha uma quantidade
considerável de inúmeros tamanduás, animais estes que os bandeirantes
temiam. Saindo de São Paulo eles percorriam o sertão, buscando na preação
do indígena o meio para sua subsistência.
Essa "vocação interiorana" era alimentada por uma série de condições
geográficas, econômicas e sociais. Separada do litoral pela muralha da
serra do Mar, São Paulo voltava-se para o sertão, cuja penetração era
facilitada pela presença do rio Tietê e de seus afluentes que comunicavam
os paulistas com o distante interior. Além disso, apesar de afastada dos
principais centros mercantis, sua população crescera muito. É que boa
parte dos habitantes de São Vicente haviam migrado para lá quando os
canaviais plantados no litoral por Martim Afonso de Sousa entraram em
decadência, já na segunda metade do século XVI, arruinando muitos
fazendeiros.
Ligados a uma cultura de subsistência baseada no trabalho escravo dos
índios, os paulistas começaram suas expedições de apresamento (ou preação)
em 1562. As reduções organizadas pelos jesuítas no interior do continente
foram, para os paulistas, um presente dos céus: reuniam milhares de índios
adestrados na agricultura e nos trabalhos manuais, bem mais valiosos que
os ferozes tapuias, de "língua travada".
No século XVII, o controle holandês sobre os mercados africanos, no
período da ocupação do Nordeste, interrompeu o tráfico negreiro. Os
colonos voltaram-se então para o trabalho indígena. Esse aumento da
procura provocou uma elevação nos preços do escravo índio, considerado
como "negro da terra", e que custava, em média, cinco vezes menos que os
escravos africanos. O bandeirismo de preação tornou-se, assim, uma
atividade altamente rendosa. Para os paulistas, atacar as reduções
jesuíticas era a via mais fácil para o enriquecimento. Diante dos ataques,
os jesuítas começaram a recuar para o interior e exigiram armas ao governo
espanhol.
Temendo estes ataques surgiu aqui um povoado denominado "Cercado", lugar
seguro que os bandeirantes podiam fazer paradas em suas expedições e como
o próprio nome dizia, era um local cercado feito de troncos de madeira que
mantinham os indígenas e os tamanduás a distância. E foi neste local de
nome "Cercado" que Bartolomeu Bueno da Silva fez parada em 1722 em sua
expedição de bandeira de prospecção que aqui passara em busca de pedras e
metais preciosos.
Mais tarde passou a ser Sesmaria - terras arrendadas pela igreja e que
preparavam os residentes (índios) para a colonização.
14 de maio de 1835 São Simão foi elevada à categoria de Capela.
8 de março de 1842 foi elevada a Freguesia.
22 de abril de 1865 foi criado o Município de São Simão.
12 de maio de 1877 é criada a Comarca de São Simão.
4 de março de 1895 São Simão foi elevada a categoria de Cidade.
São Simão teve o seu próprio Banco, como teve sua própria usina elétrica,
suas estradas de ferro e sua empresa telefônica, São Simão teve no passado
grandes homens com grandes iniciativas e atraiu inúmeros imigrantes como
colonizadores:
Alemães - que trouxeram a fundição de metais a arquitetura e a engenharia
de construção das casas, das quais muitas ainda permanecem de pé, como a
Casa de Cultura Marcelo Grassmann que possui acervo valioso de gravuras do
artista simonense, considerado como um dos melhores do mundo em sua
técnica e o Teatro Carlos Gomes - com características de Teatro de Ópera,
que abrigou inúmeras companhias de Ópera que por aqui se apresentavam
freqüentemente.
Italianos - que vieram para trabalhar na lavoura do café, substituindo a
mão escrava.
Ingleses - trouxeram centenas de utensílios e construíram as estradas de
ferro que escoavam a safra do café. São Simão chegou a ter 4 ferrovias
distintas.
Além destes, nossa cidade também recebeu Norte-americanos, Libaneses,
Portugueses, Franceses e japoneses.
São Simão é também conhecida por ter sido o Berço da Proclamação da
República, pois em 31 de janeiro de 1.888, a Câmara Municipal de São Simão,
propunha a extinção da monarquia e anulava a formação do 3º império.
São Simão passou por três epidemias de febre amarela, 1.896/ 1.898/1.902 e
por uma epidemia de varíola em 1.887. Esse advento, fez com que as sedes
de fazenda e suas pequenas vilas de colonos, recebessem uma quantidade
maior de moradores em sua redondeza, isso fez com que surgissem pequenas
vilas que se transformaram mais tarde em Capelas.
São Simão tem muito orgulho, em poder ter dado vida a cidades de nossa
região: Cravinhos, Santa Rosa de Viterbo, Serrana, Sertãozinho, Ribeirão
Preto, Pontal, Dumond, Guatapará, Serra Azul, Barrinha, Santa Rita do
Passa Quatro, Luiz Antônio.
São Simão tem história anterior ao século 18, temos no acervo do Museu
Histórico e Cultural Simonense, administrado pela Fundação Cultural
Simonense, fósseis que afirmam a existência de primitivos que habitavam
esta região há cerca de 2.000 anos.
Este acervo foi considerado por Jacques Techié - uma das maiores
autoridades em arqueologia no mundo, da faculdade de Dantérre na França,
como o melhor da América Latina, pois possui artefatos das eras da Pedra
Lascada, Pedra Polida e da Cerâmica, todos encontrados em nossa cidade e
que causam enorme interesse entre estudiosos e estudantes, que
freqüentemente o visitam em excursões.
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NATIVA")
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