Fundação 4 de março de 1895
Gentílico simonense
Unidade federativa São Paulo
Mesorregião Ribeirão Preto
Microrregião Ribeirão Preto
Região metropolitana
Municípios limítrofes Santa Rosa de Viterbo, Cajuru, Serra Azul,
Cravinhos, Luís Antônio e Santa Rita do Passa Quatro.
Distância até a capital 300 km
Características geográficas
Área 617,964 km²
Densidade 24,1 hab./km²
Altitude 620 m
Clima mín: 16.8°C máx: 29.3°C média: 22.9°C chuvas: 1470.7mm
Fuso horário UTC-3
Indicadores
IDH 0,801 elevado PNUD/2000
PIB R$ 149.639 mil IBGE/2005
PIB per capita R$ 10.157,00 IBGE/2005 |
Brasão de São Simão - SP |
Bandeira desconhecida de São Simão -
SP |
São Simão e a Revolução de 1932
Cartaz convocando os paulistas à lutaQuando em 9 de julho de 1932
estourava a Revolução Constitucionalista de 1932, os simonenses, assim
como todos os paulistas, pegaram às armas para combater a ditadura
instaurada por Getúlio Vargas, desde 1930. As mulheres formaram um
batalhão, o Batalhão Feminino, e por causa dos discursos feitos nas
praças da cidade, formou-se o Batalhão de Voluntários de São Simão. As
mulheres desse batalhão ficaram responsáveis pela confecção das fardas,
os sapateiros ficaram responsáveis pela confecção das butinas dos
soldados, isso porque os voluntários simonenses tinham pressa de irem
aos campos de batalha, para darem a vitória a São Paulo. No dia 20 de
agosto de 1932, os jovens simonenses foram para as batalhas por M.M.D.C..
A plataforma da estação
estava tomada de gente, pois todos queriam despedir-se dos jovens
combatentes. Essa tropa incorporou-se ao Batalhão Capitão Saldanha da
Gama, comandado pelo Capitão Reynaldo Ramos Saldanha da Gama, que
entusiasmado e contente com a força de vontade dos combatentes,
enviou-lhes para Vila Queimada, Pedreira Lavrinha, e Queluz: as frentes
de batalha mais perigosas. Enquanto a guerra matava e destruía, o
Batalhão Feminino recolhia fundos para ajudar quem estava nos combates.
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Quando souberam que as forças getulistas
poderiam se aproximar de São Simão, os simonenses que haviam ficado na
cidade esconderam seus bens de valor para não os entregar às tropas
inimigas. Uma história interessante, é que o senhor Orlando Flores
chegou a enterrar a próprio automóvel para que as tropas mineiras não o
confiscasse, e não usasse-o contra as forças paulistas. Em 28 de
setembro de 1932, São Paulo viu-se derrotado, sem saída, pois havia sido
traído por alguns estados que antes da Revolução de 32 prometiam ajuda e
apoio às tropas paulistas, mas que na hora que a revolução estourou
ficaram do lado do Governo. São Simão perdeu dois
combatentes:Aristóteles de Abreu Patrony e João Francisco. Mas em 16 de
julho de 1934, foi assinada uma nova Constituição. São Paulo saía
vitorioso, afinal!
Geografia
Tendo como latitude 21º28'45" sul e longitude 47º33'03" oeste. Com uma
altitude de 665 metros. É o 119º município do estado de São Paulo em
área.
Rodovias
SP-253
SP-330- Rodovia Anhangüera
Bairros
A cidade, é formada por prédios antigos, compreendidos entre a igreja
matriz e a rodoviária, o que é chamado centro da cidade, e pelos bairros:
a sentido sudeste: Vila Monteiro e Cava do Bosque
a sentido sudoeste: Conjunto Evangelina Garaigire, Jardim João Furtado e
Jardim da Saúde.
a sentido noroeste: Jardim das Américas, Bento Quirino, Jardim Brasil,
Jardim Cláudia Prado,Parque dos Ferroviários e Vila Industrial.
Esporte
Na cidade, encontra-se o Ginásio de Esportes Amadeu Geraigire, que na
cidade é conhecido por "Bola Azul", por sua forma de "meia bola". Com
exceção de 1999, o Festival Simonense da Canção, sempre ocorreu ali. O
ginásio proporciona ao usuário(a), uma ampla infra-estrutura, pois é
poliesportivo. Talvez seja por isso, que no ginásio, não ocorram somente
eventos esportivos. A população simonense já pode assistir nesse local,
apresentações de ginástica artística de ginastas da extinta União
Soviética, bem como já pode assistir uma ordenação sacerdotal em 1995.
Filhos ilustres
Nascido em 23 de setembro de 1925, o artista plástico Marcelo Grassmann,
de fama mundial.
João Roberto de Souza: bailarino, professor, ator,
coreógrafo,figurinista, diretor, cenógrafo, emaitre de Butoh.
Historiador Fausto Pires de Oliveira, Ex-vereador e escritor do livro "Elementos
para História de São Simão".
Epidemias
No final do século XIX e início do século XX, São Simão sofreu várias
epidemias. Isso, porque o saneamento básico era muitíssimo raro. Um dos
únicos hospitais da região, só foi inaugurado na cidade, quando a mesma
estava infestada pela terceira epidemia de febre amarela.
Epidemia de Varíola
Criança com varíola. Pode-se perceber as lesões no corpoDe setembro a
dezembro de 1887, houve na chamada Vila de São Simão, uma epidemia de
peste negra, conhecida por varíola. Após 14 dias do contágio, a pessoa
fica com lesões no corpo. Oficialmente, 39 pessoas morreram na cidade
por causa dessa epidemia. Mas essa informação provém de livros da igreja,
e deve-se lembrar que nem todos registravam a morte de familiares, já
que não se tinham vantagens. Lembremos também dos escravos que não eram
contados. Após as mortes, os defuntos eram enterrados em lugares
distantes, já que tinha-se medo do contágio. Na verdade, os próprios
familiares tinham medo de transladar os corpos para longe. Um escravo
conhecido por "Nhô", foi quem fez o serviço de transladar os corpos para
um lugar determinado. Mas não se sabe se ele ganhou a alforria por esse
trabalho, ou se ganhara a mesma antes da epidemia, e depois ganhara um
dinheiro para compensar-lhe o perigo que havia passado.
Epidemias de Febre Amarela
O Aedes aegypti, que além da dengue causa a febre amarelaO município
teve três grandes epidemias, que afetaram as zonas rural e urbana. Na
época, a doença era conhecida por Tifo Amaril, Vômito Negro, Mal de Sião
e Mal das Antilhas.
1896: A primeira epidemia
De 1850 a 1902, a cidade do Rio de Janeiro era freqüentemente alvo da
Febre amarela. Eis que muitos contaminados aportaram no Porto de Santos,
e pelos trens espalhavam a doença pelo interior paulista. As autoridades
de São Simão foram avisadas pela Secretaria de Negócios do Interior, e
incubidas da inspeção dos passageiros, e da desinfecção de vagões e
bagagem. Existem indícios de que isso não foi feito, e em 1896 começava
a primeira epidemia de febre amarela. O médico e vereador João
Fairbanks, solicitou pela câmara municipal, uma compra de remédios,
alimentos, e caixões. A doença vinha fazendo vítimas, e as autoridades
médicas e políticas, decidiram que poderia se enterrar os cadáveres no
cemitério municipal, em uma vala que foi aberta em julho de 1896. As
paredes da vala foram cobertas com cal, e recobertas por lâminas de
zinco, além da camada de trinta metros de cal sobre os corpos, e
plantados eucaliptos ao redos da área interditada. Mas não adiantou,
porque os casos continuavam aparecendo, e começou-se a pensar que a
doença era transmitida pelo mau cheiro. João Fairbanks, solicitou a
construção de um cemitério fora da cidade, construído cerca de 500
metros longe de Bento Quirino.Na época, a população urbana simonense
contava com 4.000 pessoas cerca de 800 morreram, cerca de 700 fugiram da
cidade e foram mal recebidas pelo medo do contágio. O jornal O Estado de
São Paulo, em 8 de maio de 1897 publicou: São Simão fica com 2.500
pessoas. As ruas ficaram vazias, e os inspetores sanitários aconselharam
que ninguém voltasse à cidade por algum tempo, e as pessoas alojaram-se
nas vilas vizinhas a São Simão, que ficara deserta.
1901:A segunda epidemia
Em 1901, os simonenses depararam-se com outra epidemia de febre amarela,
todavia, de proporções bem menores em vista da primeira, como foi visto
acima. Nessa epidemia, as autoridades locais se preocuparam logo no
tratamento dos infectados(as), não deixando a doença se alastrar, como
aconteceu de modo extraordinário em 1896, ano em que ocorreu a primeira
epidemia.
1902:A terceira epidemia
Emílio Ribas, que trabalhou em São SimãoEm junho de 1902, casos da
doença voltaram a aparecer na cidade, e as pessoas começaram a deixar
São Simão por medo do contágio. O Serviço Sanitário Estadual ficou
sabendo dos casos pelas pessoas que saíam da cidade, pois os boatos eram
grandes, e quis saber se os boatos eram verdadeiros. O interventor, que
hoje chamaríamos de prefeito, disse que não havia nenhum caso da doença,
o que era mentira, Ele fez isso para não afastar da região uma idústria
têxtil que viria, nem para que a cidade perdesse mais habitantes, e
conseqüentemente, ficasse menor. Sem saber a verdade, o Seviço Sanitário
Estadual não mandou ajuda, e muitas pessoas morreram sem ajuda. Mas
mesmo assim, foi enviado a São Simão um clínico, que constatou que a
cidade enfrentava um grave surto de febre amarela. O intendente, porém,
queria contestar o incontestável, dizendo que a cidade não estava à
beira de outra epidemia, e solicitou a vinda de um inspetor sanitário
para a cidade. Foi o Dr. Carlos Meyer que chegou na cidade, e viu focos
do ædes ægypti alertando o problema. Emílio Ribas que viajou até São
Simão, e ao chegar na cidade, descreveu-a com 530 prédios, sendo 90%
deles eram mal construídos, não tinham assoalho nem forro, e a cidade
não tinha saneamnto básico. A epidemia aumentou, e todos os
recém-nascidos simonenses morreram na época, segundo estudos de Fausto
Pires de Oliveira e de Luiz Antônio Nogueira que compararam as certidões
de nascimento daquele período com os atestados de óbito do mesmo período.
Emílio Ribas e um pequeno grupo de médicos contavam apenas com a boa
vontade de alguns voluntários. Esses ficaram hospedados por algum tempo
no Hotel dos Viajantes,e trabalhavam no Cemitério da Zona Rural. Assim,
se alguém morresse nas mãos da equipe médica era rapidamente enterrado,
tinha o nome escrito no livro de registros, e no túmulo um número
identificativo. Durante a epidemia, a cidade foi administrada pelos
médicos, já que as autoridades políticas fugiram, deixando os munícipes
entregues à própria sorte. Só ao fim da epidemia, São Simão ganhou a
Santa Casa de Misericórdia. As pessoas que saíram da cidade nunca mais
voltaram com medo da doença, mesmo sabendo do fim da epidemia, e que
Emílio Ribas havia mandado limpar o rio que corta a cidade.
Epidemia de Influenza
A cidade havia sido praticamente dizimada pela terceira epidemia de
Febre amarela, e estava entregue à própria sorte. Ribeirão Preto havia
passado a cidade em número de habitantes e de extensão territorial.
Abalada pela última epidemia e pela má administração, no fim de 1918 e
começo de 1919, São Simão começou a sofrer com a Gripe espanhola, ou
como é conhecida, Influenza. A doença matou muitas pessoas na Europa, e
é causada pelo vírus mixovirus influenzæ. A doença chegou à América
trazida pelos soldados estado-unidenses depois da Primeira Guerra
Mundial. Mas dessa vez, as autoridades simonenses travaram uma luta
rápida contra a gripe espanhola. Todas as autoridades trataram de não
deixar com que a doença se alastrasse, e virasse uma epidemia: as
conseqüências seriam bem maiores do que das epidemias de febre amarela e
varíola. Uma enfermaria foi montada no Grupo Escolar (no centro da
cidade, na Praça da Matriz), já que as crianças simonenses haviam
morrido na terceira epidemia de febre amarela. As autoridades de São
Simão, por medo de uma gravíssima epidemia, mandaram quantias de
dinheiro para Serra Azul, para combater a doença. Segundo livros da
época, 25 pessoas morreram de Influenza. Esses dados são confiáveis,
pois as autoridades simonenses, durante o período de medo de que a
Influenza chegasse a São Simão, não esconderam nada dos moradores(as).
São Simão e a Proclamação de República
São Simão foi uma das primeiras cidades a defender a instauração de
República no Brasil. É conhecida como Berço da Proclamação da República,
como pode ser visto no brasão da cidade .
Os três G's
Entre 1918 e 1919, São Simão sofreu devido ao chamado Os três G's . Esse
nome foi dado às catástrofes que abalaram a cidade nessa época:
Gripe espanhola
Geada
Gafanhotos
Referências
1. 1,0 1,1 Divisão Territorial do Brasil. Divisão Territorial do Brasil
e Limites Territoriais. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) (1 de julho de 2008). Página visitada em 11 de outubro de 2008.
2. Estimativas da população para 1º de julho de 2009 (PDF). Estimativas
de População. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (14
de agosto de 2009). Página visitada em 16 de agosto de 2009.
3. Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil. Atlas do
Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD) (2000). Página visitada em 11 de outubro de 2008.
4. 4,0 4,1 Produto Interno Bruto dos Municípios 2002-2005. Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (19 de dezembro de 2007).
Página visitada em 11 de outubro de 2008.
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