A
historia de São Caetano liga-se ao descobrimento do Brasil. A Vila de
Santo André, fundada por João Ramalho em 1554, mais tarde foi abandonada e
acabou destruída em 1560. Era uma área habitada por fazendeiros, tropeiros
e carreiros que trabalhavam no transporte de mercadorias entre o porto e o
Planalto. Algumas das fazendas eram propriedade de bandeirantes. Em 1631,
o capitão Duarte Machado doou aos padres beneditinos o sítio que possuía
no Tijucuçu.
Anos mais tarde, em 1671, Fernão Dias Paes Leme, bandeirante
conhecido sob a alcunha de O Caçador de Esmeraldas, arrematou em leilão
outro sítio vizinho e também o doou aos padres. Assim, formaram a Fazenda
São Caetano, onde, além de pequenas plantações, mantinham uma olaria para
fazer os tijolos, lajotas e telhas de que necessitavam para a construção
do Mosteiro de São Bento, no centro de São Paulo.Em 1868, inicia-se um
novo período na vida da antiga Fazenda São Caetano, com a inauguração a
estrada de ferro inglesa São Paulo Railway Company.
Logo
depois, o Governo Imperial adquiria as terras de São Caetano para instalar
um dos Núcleos Coloniais, que objetivavam incentivar a imigração européia
e, com isso, minorar os efeitos da evasão da mão-de-obra agrícola. O da
Fazenda São Caetano foi o primeiro a ser inaugurado. Em 29 de junho de
1877, algumas famílias de imigrantes embarcavam no vapor Europa, no porto
de Gênova, com destino ao Brasil.
O
primeiro grupo de italianos, integrado por 28 famílias, chegava ao Núcleo
Colonial em 28 de julho de 1877. A instalação aconteceu com a presença de
Sebastião José Pereira, presidente da Província e do engenheiro Leopoldo
José da Silva, da Comissão de Terras e Colonização. Faziam parte da
primeira leva de imigrantes, da Província de Treviso, os seguintes chefes
de família: Antonio Gallo, Antonio Martorelli, Antonio Garbelotto, Caetano
Garbelotti, Celeste Pantallo, Domenico Bottan, Domenico Perin, Eliseo
Leoni, Emílio Rossi, Francesco Bortolini, Francesco Fiorotti, Francesco De
Martini, Filippe Roveri, Giácomo Dalcin, Giovanni Moretti, Giuseppe Braido,
Giovanni Perucchi, Giovani De Nardi, Giovanni Thomé, Giuseppe De Savi,
Giuseppe Salla, Luigi D’Agostini, Modesto Castelotti, Natale Furlan,
Pietro Pessotti, Paolo Martorelli, Pasquale Cavana e Tommaso Thomè.
Seis
meses depois, chegava o segundo grupo de imigrantes, da Província de
Mântua, com os seguintes chefes de família: Luigi Baraldi, Francesco
Coppini, Isacco Coppini, Francesco Carnevalle, Francesco Ferrari, Modello
Dionisio, Gennaro Luciani, Giovanni Vicentini, Francesco Modesto, Eugenio
Modesto e Domenico Vicentini. A presença dos colonos e a proposta do
governo de fornecer-lhes alimentação por dois anos em troca do que
produzissem, abriram novas perspectivas para o núcleo. A posse definitiva
das terras de São Caetano deu-se em 1880. Os habitantes do núcleo
dedicaram-se, num primeiro momento, ao trabalho agrícola e cultivo das
videiras.
O
interesse dos trabalhadores foi logo despertado pela várzea compreendida
entre os rios Tamanduateí e Meninos, local rico em excelente argila.
Imediatamente começaram a aparecer os primeiros estabelecimentos que se
dedicaram ao fabrico de telhas, tijolos e louças. Data de 1758 a notícia inicial da existência
de olarias na região, mas foi no ano de 1793 que se instalou a primeira
indústria de telhas e tijolos em grande escala. Quando, em 1895, surgiu a
necessidade de material para o construção do Museu do Ipi-ranga, a olaria
do sr. Giuseppe Ferrari forneceu o material necessário para a grande obra.
Em 1889,
efetuou-se o recenseamento local, tendo-se verificado a existência de 322
pessoas, distribuídas em 92 lotes de terra, além de muitos outros
imigrantes que aguardavam – no barracão da sede da fazenda onde estavam
estabelecidos há dois anos – a distribuição de novos lotes a serem
cultivados. Isso indica a enorme atividade existente em São Caetano, que
progredia com rapidez e, em 1896, já se tornava um dos grandes centros
produtores da Província de São Paulo. A historia administrativa
de São Caetano acompanhou, em parte, seu desenvolvimento econômico. Em
1901, o território que até então pertencia ao Município de São Paulo foi
anexado ao recém-criado Município de São Bernardo do Campo.
Em 1905,
São Caetano era elevado a Distrito Fiscal. A fixação das primeiras
indústrias coincidiu com a ascenção a Distrito de Paz, em 1916. A vila transformava-se em
cidade. A Indústria Pamplona foi a primeira fábrica instalada, vindo a
seguir a fábrica de Formicida Paulista, de Serafim Constantino. A primeira
sociedade de caráter social e filantrópico foi a Sociedade Beneficente
Príncipe di Napoli, em 1891; a segunda, a União Operária Internacional de
São Caetano.
A
primeira manifestação de autonomia para o Distrito de São Caetano
aconteceu em 1928, com a liderança do engenheiro Armando Arruda Pereira. O
movimento, contudo, foi malsucedido. Na década de 40, o sonho da
emancipação voltou a empolgar os caetanenses. Em 1947, movimento liderado
pelo Jornal de São Caetano colheu 5.197 assinaturas em documento que
solicitava à Assembléia Legislativa do Estado a realização de um
plebiscito. A consulta popular foi realizada em 24 de outubro de 1948. A
autonomia saiu vitoriosa. Em 30 de dezembro de 1953, foi criada a Comarca,
instalada no dia 3 de abril de 1955.
Os
prefeitos de São Caetano foram os seguintes: de 3 de abril de 1949 a 3 de
abril de 1953, Ângelo Raphael Pellegrino, sem vice-prefeito; de 4 de abril
de 1953 a 3 de abril de 1957, Anacleto Campanella (vice-prefeito: Jacob
João Lorenzini); de 4 de abril de 1957 a 3 de abril de 1961 , Oswaldo
Samuel Massei (vice-prefeito: Lauro Garcia); de 4 de abril de 1961 a 3 de
abril de 1965, Anacleto Campanella (vice-prefeito: Lauro Garcia); de 4 de
abril de 1965 a 3 de abril de 1969, Hermógenes Walter Braido
(vice-prefeito: Odilon de Souza Melo ); de 5 de abril de 1969 a 31 de
janeiro de 1973, Oswaldo Samuel Massei (vice-prefeito: Antonio Russo); de
31 de janeiro de 1973 a 31 de janeiro de 1977, Hermógenes Walter Braido
(vice-prefeito: Argemiro de Barros Araújo); de 1.º de janeiro de 1977 a 15
de janeiro de 1982, Raimundo da Cunha Leite (vice-prefeito: João Dal’Mas);
de 15 de maio de 1982 a 31 de janeiro de 1983, João Dal’Mas; de 1.º de
fevereiro de 1983 a 31 de dezembro de 1988, Hermógenes Walter Braido
(vice-prefeito: Lavinho de Carvalho); de 1.º de janeiro de 1989 a 31 de
dezembro de 1992, Luiz Olinto Tortorello (vice-prefeito: João Tessarini);
de 1.º de janeiro de 1993 a 31 de dezembro de 1996, Antonio José Dall’Anese
(vice-prefeito: Iliomar Darronqui); de 1º de janeiro de 1997, Luiz Olinto
Tortorello (vice-prefeito: Sílvio Torres).
Meio
século de autonomia política
Este ano,
São Caetano comemora meio século de autonomia político-administrativa. A
primeira manifestação pela autonomia deu-se em 1928, liderada pelo
engenheiro Armando Arruda Pereira. O São Caetano Jornal foi criado para
divulgar a idéia emancipacionista. Os resultados não foram os esperados: em 15
de janeiro de 1929, o coronel Saladino Cardoso Franco era reeleito, pela
sexta vez, prefeito do Município de São Bernardo, e São Caetano
continuaria a ser um de seus distritos.
Na década
de 40, o sonho da emancipação voltou a empolgar os sancaetanenses, dando
origem à segunda tentativa de obter a autonomia. O Jornal de São Caetano e
a Sociedade Amigos de São Caetano lideraram o movimento em 1947. A
Assembléia Legislativa do Estado recebeu abaixo-assinado com 5.197
assinaturas solicitando a realização de um plebiscito; a reivindicação foi
atendida e a consulta realizou-se a 24 de outubro de 1948.
Em 24 de
dezembro daquele ano, o governador do Estado de São Paulo, Adhemar de
Barros, ratificou a decisão dos sancaetanenses, homologando a criação do
Município de São Caetano do Sul, efetivada a 1.º de janeiro de 1949. A
primeira eleição para os cargos públicos, no mês de março seguinte,
escolheu Ângelo Raphael Pellegrino primeiro prefeito e constituiu a
primeira Câmara de Vereadores, ocorrendo a posse dos Poderes Executivo e
Legislativo no dia 3 de abril de 1949.
Referencias
Wikpedia
IBGE
Ache Tudo e
Região
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