A área de Rio Grande já era demonstrada
em mapas holandeses décadas antes da colonização
portuguesa na região. Por volta de 1720, açorianos
vindos de Laguna chegaram à região de São José do Norte
para buscar o gado cimarrón vindo das missões,
possibilitando a posterior fundação do Forte Jesus,
Maria, José e de Rio Grande, em 1737.
Nesse ano, uma expedição militar portuguesa a mando de
José da Silva Paes foi enviada com o propósito de
garantir a possessão das terras situadas ao sul do atual
Brasil. Em 17 de fevereiro, Silva Pais fundou o presídio
de Rio Grande, uma colônia militar na desembocadura do
Rio São Pedro, que liga a Lagoa dos Patos ao Oceano
Atlântico. Este presídio é o Forte Jesus, Maria, José,
que constituiu o núcleo da colônia de Rio Grande de São
Pedro, fundada oficialmente em maio do mesmo ano. O
termo Rio Grande é uma alusão à desembocadura da Lagoa
dos Patos no Atlântico, e a origem do nome do próprio
estado.
A escolha do lugar, com o estabelecimento de estâncias
de gado, permitiu apoiar as comunicações por terra entre
Laguna e Colônia do Sacramento. Assim, foi fundada a
cidade mais antiga do Rio Grande do Sul de colonização
portuguesa - uma vez que no espaço que hoje compreende o
estado do Rio Grande do Sul já existiam os Sete Povos
das Missões, de domínio espanhol, sendo que algumas
cidades oriundas dessa formação jesuíta existem até
hoje.
Em 1760, Rio Grande, que até então estava sujeita à
Capitania de Santa Catarina, passou a ser a capital da
nova Capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul,
dependente do Rio de Janeiro.
Em 12 de maio de 1763, o espanhol Pedro de Ceballos,
governador de Buenos Aires, invadiu a vila de Rio
Grande, conquistando o forte e removendo os portugueses
até São José do Norte, na margem oposta a Rio Grande - a
qual também seria ocupada por Ceballos, passando a
capital da capitania à população de Viamão em 1766. Os
povoadores portugueses que não fugiram até Porto dos
Casais foram transladados por Ceballos a Maldonado,
dando origem ao povoado de São Carlos. Na noite de 6 de
julho de 1767, as tropas portuguesas, por ordem do
governador da Capitania do Rio Grande do Sul, coronel
José Custódio de Sá e Faria, depois de violentos
combates, expulsaram os espanhóis de São José do Norte.
A permanência dos espanhóis na vila durou até 1º de
abril de 1776, data em que o comandante general
português de São José do Norte, o alemão Johann Heinrich
Bohm, atacou os fortes de Santa Bárbara e Trindade e
recuperou a vila com ajuda do sargento maior Rafael
Pinto Bandeira.
Pedro de Ceballos foi o primeiro vice-rei do Vice-reino
do Rio da Prata e, ao ser nomeado, recebeu a ordem de
deter a expansão portuguesa. Em princípios de 1777,
Ceballos e seus homens recuperaram a Ilha de Santa
Catarina, sem disparar um só tiro, ja que a esquadra
portuguesa abandonou a ilha. Em 21 de abril, chegou a
Montevidéu, onde atacou o Forte de Santa Teresa, no
atual departamento uruguaio de Rocha, e dirigia-se mais
uma vez contra a cidade de Rio Grande quando recebeu
notícias de um tratado de paz assinado entre Espanha e
Portugal, que o obrigava a retirar-se da cidade.
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