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HISTORIA DE VALENÇA |
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O território do atual Município de
Marquês de Valença era habitado, na época do seu
devassamento, pelos índios Coroados, que dominavam toda
a zona compreendida entre os rios Paraíba e Preto.
Em 1789, D. Luís de Vasconcelos e Souza, Vice-rei do
Brasil, ordenou fosse iniciada a catequese de vários
indígenas ali aldeados entre os quais se incluíam os
Coroados, cuja ferocidade os faziam temidos nas
povoações circunvizinhas. Foram encarregados dessa
missão o capitão de ordenanças Inácio de Souza Werneck,
o fazendeiro José Rodrigues da Cruz, senhor da Fazenda
de Ubá, e o padre Manoel Gomes Leal.
Uma das primeiras providências tomadas pelos
colonizadores foi a de construir modesta capela, no
principal aldeamento dos Coroados, originando-se daí a
povoação. A capela foi dedicada a Nossa Senhora da
Glória de Valença, em homenagem ao Vice-rei descendente
da tradicional família portuguesa dos Marqueses de
Valença. Padre Manoel deu início à sua tarefa,
procurando concentrar os aglomerados indígenas até então
dispersos pela mataria, chamando ainda à civilização os
Puris e Araris.
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Em 1807, o
governo, por Carta Régia de 19 de agosto,
conferiu à povoação o predicamento de
freguesia.
Contavam-se, na Quaresma de 1814, 119 fogos,
com 688 indivíduos adultos, sendo o total
das pessoas superior a 700 (sem contar os
índios aldeados). |
O progresso das localidades além do rio Paraíba muito
contribuiu para o desenvolvimento da freguesia de Nossa
Senhora da Glória de Valença, bem como das terras que se
lhe seguiam além da margem do rio Preto, na capitania de
Minas Gerais. Valença era passagem obrigatória das
tropas mineiras que demandavam a Corte do Rio de
Janeiro. O antigo nome da rua Saldanha Marinho (rua dos
Mineiros) é um reflexo da vida de então na freguesia,
onde o tropeiro era figura sempre benvinda: "hóspede nas
fazendas, querido e ansiosamente esperado, trazia as
novidades, aviava as encomendas femininas, geria
interesses financeiros do chefe da casa", segundo o
historiador.
Pelo caminho da aldeia, aberto por Souza Werneck, fazia-se
a ligação do sertão de Valença com a aldeia dos Araris,
em Rio Bonito (Conservatória), através do rio das Flores
e, por outro lado, estabelecia-se contato com a estrada
geral para Minas e os caminhos auxiliares do Pilar,
Azevedo e Tinguá (Freguesia de Sacra Família do Tinguá).curso
do ribeirão das Mortes - escreve Matoso Maia Forte -
orientava as ''tropas vindas de N.S. da Glória de
Valença para Sacra Família do Tinguá, ganhando daí as
antigas estradas. na direção de Iguaçu. ou o atalho.
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Que já
começava a ser trilhado, para o rancho dos
Mendes e Rodeio, na direção da Serra dos
Macacos, para se dirigirem, já na planície,
rumo a Itaguaí". Por esse lado, vinham "viajantes
e tropas mineiras na direção das
proximidades de Desengano, para fazerem, rio
acima, a travessia para a margem direita do
Paraíba indo ter às vizinhanças do riacho
das Mortes, na atual estação de Barão de
Vassouras, evitando o percurso mais longo
que lhes oferecia o Caminho do Comércio". |
Foto: wikipedia
A 17 de outubro de 1823, novamente recebeu a povoação as
atenções dos governantes que, por Alvará daquela data,
lhe concederam a categoria de Vila, com território
desmembrado dos termos da Cidade do Rio de Janeiro e das
antigas Vilas de São João do Príncipe (depois São João
Marcos) e de Resende, verificando-se a sua instalação
três anos depois, a 12 de novembro. A elevação à
categoria de Cidade data de 29 de setembro de 1857 (Lei
nº. 961 da Assembléia Provincial).
Por volta de 1859, a Cidade contava cerca de 5 000
habitantes e o Município 40 000 entre livres e escravos.
Em 1871, os trilhos da União Valenciana chegavam à
Cidade. Passava, então, a localidade por período de
grande desenvolvimento econômico, graças à lavoura
cafeeira; o comércio atacadista ganhou intensidade.
A Lei Áurea de 1888, abolindo a escravatura iria
refletir-se profundamente na economia valenciana, uma
vez que por essa época trabalhavam na lavoura de café
cerca de 25 000 escravos.
Por volta de 1909, José Siqueira Silva da Fonseca,
Benjamin Ferreira Guimarães e Vito Pentagna fizeram, com
bons resultados, experiências de industrialização. Nova
era de desenvolvimento iniciar-se-ia, então. com o ciclo
industrial e agropecuário.
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Fator destacado do
ressurgimento da vida local foi a encampação
da antiga estrada de ferro "União Valenciana"
à Central do Brasil, em 1910. A instalação
das oficinas e do 10.º " Depósito da Central
do Brasil; a construção da variante de
Estêves e do trecho ferroviário entre
Marquês de Valença e Taboas e de Rio Preto a
Santa Rita de Jacutinga, fizeram também com
que aumentasse a população, se enriquecesse
o comércio e se desenvolvesse a indústria. |
Em 31 de dezembro de 1943, o topônimo Valença foi
modificado para Marquês de Valença (Decreto-lei Estadual
n.º 1056).
Gentílico: velenciano
Formação Administrativa
Freguesia criada com a denominação de Nossa Senhora da
Glória de Valença, por Carta Régia de 15-08-1807, bem
assim pelos decretos estaduais nº 1, de 08-05-1892 e nº
1-A, de 03-06-1892, subordinado ao município do Rio de
Janeiro, Resende e Rio Claro.
Elevado à categoria de vila com a denominação de Valença,
por alvará de 17-08-1823, desmembrado dos termos da
cidade do Rio de Janeiro e das antigas vilas de São João
do Príncipe depois São João Marcos atual Rio Claro e
Resende. Constituído do distrito sede. Instalado em
12-11-1826.
Pelo decreto provincial nº 136, de 19-03-1839 e decretos
estaduais nº 1, de 08-05-1892 e nº 1-A, de 03-06-1892, é
criado o distrito de Santo Antônio do Rio Bonito e
anexado a vila de Valença.
Pela lei provincial ou decreto provincial nº 603, de
27-09-1852 e dcretos estaduais nº 1, de 08-05-1892 e nº
1-A, de 03-06-1892, é criado o distrito de Nossa Senhora
da Piedade das Ipiabas e anexado a vila de Valença.
Pelo decreto nº 573, de 09-10-1851, e pelos decretos
estaduais nº 1, de 08-05-1892 e nº 1-A, de 03-06-1892, é
criado o distrito de Santa Isabel do Rio Preto e anexado
a vila de Valença.
Elevado á condição de cidade e sede municipal com a
denominação Valença, pela lei provincial nº. 961, de
29-09-1857. Pelo decreto provincial nº 2790, de
17-11-1885 e dcretos estaduais nº 1, de 08-05-1892, e nº
1-A, de 03-06-1892, é criado o distrito de São Sebastião
de Rio Bonito. Pelos decretos estaduais nºs 1, de
08-05-1892 e 1-A, de 03-06-1892, é criado o distrito de
Desengano e anexado ao município de Valença.
Pela lei estadual nº 1798, de 20-11-1892, o distrito de
Nossa Senhora da Piedade das Piabas passou a denominar-se
Pandiá Calógeras.
Em divisão administrativa referente ao ano 1911, o
município de Valença é constituído 6 distritos: Valença,
Desengano, Pandiá Calogeras, Rio Preto ex-Santa Isabel
do Rio Preto, Santo Antônio do Rio Bonito e São
Sebastião do Rio Bonito.
Pela lei estadual nº 1811, de 28-01-1924, é criado o
distrito de São Sebastiào do Rio Preto e anexado ao
município de Valença.
Pelo decreto federal nº 15923, de 10-01-1923, o distrito
de Pandiá Calógeras passou a denominar-se Ipiabas.
Em divisão administrativa referente ao ano 1933, o
município de Valença aparece com 7 distritos: Valença,
Desengano, Santo Antônio do Rio Bonito, Ipiabas, Santa
Isabel do Rio Preto ex-Rio Preto, São Sebastião do Rio
Preto e São Sebastião do Rio Bonito.
Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e
31-XII-1937, o município é constiuído do 7 distritos:
Valença , Desengano , Ipiabas, Rio Bonito ex-Santo
Antônio do Rio Bonito, Santa Isabel do Rio Preto, São
Sebastião do Rio Bonito e São Sebastião do Rio Preto.
Pelo decreto-lei estadual nº 392-A, de 31-03-1938, o
distrito de Rio Bonito aparece com a denominação de
Conservatória.
Pelo decreto estadual nº 641, de 15-12-1938, o distrito
de São Sebastião do Rio Bonito passou a denominar-se
Pentagna.
No quadro fixado para vigorar 1939-1943, o município é
constituído de 7 dsistritos: distritos: Valença,
Conservatória, Desengano, Ipiabas, Pentagna ex-São
Sebastião do Rio Bonito, Santo Antônio do Rio Bonito e
Santa Isabel do Rio Preto e Rio Preto ex-São Sebastião
do Rio Preto.
Pelo decreto-lei estadual nº 1056, de 31-12-1943, o
município de Valença passou a denominar-se Marquês de
Valença. Sob o mesmo decreto o distrito de Rio Preto
passou a denominar-se Parapeúna e ainda os distritos de
Conservatória e Ipiabas deixa de pertencer ao município
de Marquês de Valença ex-Valenca para ser anexado ao
município de Barra do Piraí.
Por força das disposicões constitucionais transitórias
deste estado, promulgado em 20-06-1947, o município de
Marquês de Valencça, adquiriu do município de Barra do
Piraí o distrito de Conservatória.
Pela lei estadual nº 736, de 27-12-1949, o distrito de
Desengano passou a denomionar-se Juparanã.
Em divisão territorial de I-VII-1950, o município é
composto de 6 distritos: Marquês de Valença ex-Valença,
Barão de Juparanã ex-Desengano, Conservatória, Parapeúna
ex-Rio Preto, Pentagna e Santa Isabel do Rio Prêto.
Pela lei estadual nº 3972, de 22-07-1959, o município de
Marquês de Valença voltou a denominar-se Valença. Em
divisão territorial datada de I-VII-1960, o município é
constituído de 6 distritos: Valença, Barão de Juparanã,
Conservatória, Parapeúna, Pentagna e Santa Isabel do Rio
Preto.
Em "Síntese" de 31-XII-1994, o município é constituído
de 6 distritos: Valença, Barão de Juparanã, Consevatória,
Parapeúna, Pentagna e Santa Isabel do Rio Preto.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de
2007.
Alterações nímicas municipais
Valença para Marquês de Valença alterado, pelo decreto-lei
nº 1056, 31-12-1943.
Marquês de Valença para simplesmente Valença alterado,
pela lei estadual nº 3972, de 22-07-1959.
IBGE pagina visitada em 06/10/2012
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