A colonização e ocupação das terras que hoje compõem o
município de Queimados, confunde-se com a história das terras de Iguassú,
ambos possuem as mesmas identidades culturais que de acordo com Antonio
Isaías da Costa Abreu em "Municípios e Topônimos Fluminenses, em Histórico
e Memória" nos diz que "seus habitantes, desde os primórdios da
colonização, se acham intimamente ligados pelos hábitos e envoltos por
iguais sentimentos de regionalidade, crença e labor".
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A ocupação das terras
começa com a doação da primeira sesmaria a Garcia Aires, em 1592, com
3.000 braças, em quadro, no rio Carapicu. No ano seguinte foi a vez de
Baltazar da Costa receber uma grande sesmaria com 9.000 braças entre o
mesmo rio e o rio Guandu. Em 1615 entre os cursos dos rios Carapicu e
Guandu o cidadão Lourenço São Paio recebe outra sesmaria e quatro anos
após outra é concedida a Manoel Corrêa e Antonio Francisco Alvarenga. |
Ainda é Antonio Isaias da Costa Abreu que nos diz: "o
abandono por parte do donatário Martim Afonso de Souza da área que passou
a constituir a Capitania do Rio de Janeiro. Ainda no século XVII, João de
Moura Fogaça, Ouvidor e Alcaide da Capitania de São Vicente, bem como
procurador da condessa de Vimieiro, dona Mariana de Souza Guerra, concedeu
a Jerônimo Pires e a Bernardino Machado uma sesmaria de 2 léguas, na
cabeceira da dos padres da Cia de Jesus - Fazenda Santa Cruz". Com o
falecimento de Bernardino Machado, indo à praça o seu quinhão, é este
arrematado por João Alves Pereira, o qual adquiriu, posteriormente, de
Manuel Velho e sua mulher, dona Maria Azevedo, sucessores de Jerônimo
Pires, o restante da mencionada sesmaria.
A parte que coube a dona Brites
Lemos, por doação de seu pai, João Alves Pereira, por sucessão, passou ao
neto deste, de igual nome, casado com dona Paula de Gallegos, dela se
desfazendo o casal em 1667, por transação com Martins Corrêa Vasqueanes.
Com o falecimento deste, um dos seus credores, José Barreto de Faria, para
garantir o seu crédito, teve que valer-se da via judicial contra o
espólio, cujos bens, levados à praça, foram arrematados pelo capitão
Manoel Barbosa Lima, que procurou cedê-los a Martim Corrêa Vasqueanes,
governador interino da Capitania do Rio de Janeiro, na ausência do efetivo
governador, capitão general Artur de Sá e Menezes, que se ausentara do
cargo por motivo de viagem. Ao retornar, recebeu o governador e sua
mulher, dona Guiomar de Brito, em 08 de setembro de 1702, por doação que
lhe fizera Martins Corrêa Vasqueanes, uma área de 800 braças em quadro.
Com a morte do donatário, ficou senhor dos bens o marquês de Abrantes, em
virtude de haver sido instituído pelo "de cujus" "seu herdeiro universal.
Em 13 de julho de 1720, são todas essas terras alienadas ao capitão-mor
Manoel Pereira Ramos e à sua mulher, dona Helena de Andrade Souto Maior
Rendon, havendo o casal mandado erigir a capela sob a invocação de N. S.
da Conceição, embora concluída em 1737, somente vinte e dois anos mais
tarde alcançou a perpetuidade. Assim detentora de vasto patrimônio rural,
procurou dona Helena, após a morte do marido, instituir com os seus
filhos, em 06 de janeiro de 1772, o "Morgado de Marapicu", o qual foi
confirmado pelo Alvará de 04 de Janeiro de 1774. Anos mais tarde, as
terras do Morgado vieram a ser adquiridas pelo Conde Modesto Leal, tendo
este, por sua vez, as transmitido à Sociedade Anônima Normandie, que
procurou loteá-las".
Queimados tem um Distrito e este tem sua origem na
Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Marapicu, confirmada por Alvará
de 4 de Fevereiro de 1759. Era de propriedade do Conde de Aljesur, que foi
posteriormente vendida à família Guinle, conservando as 200 braças de
terra ao seu redor, como propriedade da Paróquia e Antonio Abreu ainda nos
diz: "onde nasceu o povoado que era centro de transações comerciais dos
produtos das plantações das fazendas circunvizinhas, provavelmente
surgindo uma feira. Ergueu-se um arraial, com população migrada de outras
regiões, fenômeno que era comum na história dos povoamentos do Brasil
colonial, ou seja, a formação de aglomerados humanos ao redor de um ponto
de referência comercial e fonte de trabalho. A capela que fora erigida
pelo casal Manuel Pereira Ramos e sua mulher, dona Helena de Andrade Souto
Maior Rendon, que dera ascensão à Freguesia, constituiu o ponto de partida
para o crescimento e desenvolvimento de Queimados.
A Professor Jaíra de Magalhães Rubez Primo na obra
"Queimados, quem sou eu" acrescenta afirmando: "em 1832 foi construída a
igrejinha e, em 1833, já correspondia a um Distrito Eclesiástico, que era
subordinado à Câmara da Cidade do Rio de Janeiro, representado por um
Intendente que ficava na Vila de Iguassú.
Até 1911, Marapicu era sede do Distrito, foi então
transferida para Queimados pela Lei nº 1.008, graças ao seu
desenvolvimento alcançado, assim permanecendo até 18 de novembro de 1919,
quando a Lei nº 1634 procurou restabelecer a sede em Marapicu. Entretanto,
um lustro mais tarde, a Lei nº 1799, editada em 8 de janeiro de 1924, não
somente transfere, em definitivo, a sede para a localidade de Queimados,
como também lhe empresta o nome.
Após várias lutas, o processo de Emancipação de
Queimados sai vitorioso em plebiscito de 25 de Novembro de 1990, que é
transformado em Lei nº 1.773 de 21 de dezembro de 1990, desmembrando-se
assim do Município de Nova Iguaçu. Sua primeira eleição ocorreu em 03 de
Outubro de 1992 dando posse ao Primeiro Prefeito Dr. Jorge César Pereira
da Cunha em 1º de Janeiro de 1993.
Possui uma área de 75 km2, com uma altitude de 29,74 m
acima do nível do mar e onde estão situados 115 bairros, compondo-se de
zona urbana e rural com uma população em torno de 150.000 habitantes.
Com área disponível às margens da via Dutra e com
grandes mananciais de água potável de qualidade tem atraído um conjunto de
indústrias do setor de bebidas como a Cervejaria Kaiser, a Pepsi e
Coca-Cola. Outras indústrias também estão estabelecendo-se na região. Como
conseqüência criou-se uma lei de incentivo ao estabelecimento de
indústrias com um "Pólo Industrial", o que tem dado melhores condições de
planejamento urbano.
A agricultura e a pecuária são prósperas. Os solos
férteis facilitaram a criação de um cinturão verde que produz
cana-de-açúcar, hortigranjeiros e frutas (laranja, a banana e o coco), a
mandioca, o milho e outros de menor importância. A pecuária está centrada
no gado leiteiro, ovinos, suínos, asininos, muares, bufalinos e outros
animais.
Queimados é um dos promissores municípios da Baixada.
Fonte: Wikipédia
Mais historia
Em 29 de março
de 1858, a família imperial, a bordo do primeiro
trem da Estrada de Ferro D. Pedro II, seguia em
missão especial para inaugurar o trecho de 48 km
compreendido entre a Estação do Campo até Queimados.
A população do lugarejo, que assistiu a solenidade,
sentiu-se honrada pela visita do Imperador e
entendeu aquele momento como sendo o instante
oficial da inauguração do povoado de Queimados.
No século XVIII, a localidade onde está situado o
Município de Queimados fazia parte das terras da
freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Marapicu.
Esta foi a última das freguesias do então Município
de Iguassu, que era posto ainda pelas freguesias de
Nossa Senhora da Piedade do Iguassu, Santo Antonio
da Jacutinga, Nossa Senhora do Pilar e São João de
Zmiriti. A Freguesia de Nossa Senhora do Marapicu,
por sua importância econômica, acabou recebendo o
título de Freguesia Perpétua.
Com a expansão da economia cafeeira, em meados do
século XVIII, foi construída a Estrada de Ferro D.
Pedro II, trazendo mais prosperidade à região. O
projeto inicial desta ferrovia previa a extensão dos
trilhos até a Freguesia de Nossa Senhora de Belém e
Menino Deus, atual Jacutinga, que chegou a construir
um prédio para sediar a estação. Porém, milhares de
operários chineses, construtores da estrada, foram
vitimados tanto pela malária quanto pela epidemia de
cólera, que arrasou toda a Colônia, em 1855. Como a
morte dos chineses iria retardar o assentamento dos
trilhos, rapidamente foi construída a Estação de
Queimados.
Segundo a história, a origem do nome do município
deve-se a este acontecimento, uma vez que os
chineses tinham por costume queimar os seus mortos.
Este costume criou entre os populares, que tinham
que passar pelo local onde os chineses haviam sido
queimados, a seguinte forma de indicar o caminho: "vou
pela estrada dos queimados", o que acabou por nomear
a localidade.
Desde 1833, a Freguesia de Nossa Senhora da
Conceição de Marapicu correspondia a um Distrito
Eclesiástico, que era subordinado à Câmara da Cidade
do Rio de Janeiro, representado por um Intendente
que ficava em Nova Iguaçu, naquela época Vila de
Iguassu. Marapicu e Queimados estiveram, durante
muito tempo, disputando a sede deste distrito. Em
1944, sob o decreto Lei Estadual, nº 1063, Queimados
passa a ser o 2º Distrito de Nova Iguaçu.
Transcrição de "Queimados, do sonho à realidade"
Gentílico: queimadense
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Queimados,
pelos decretos estaduais nºs 1, de 08-05-1892 e 1-A
de 30-06-1892, subordinado ao município de Iguaçu.
Pela lei estadual nº 1008, de 11-10-1911 ou 1028, de
03-11-1892, o distrito de Queimados passou a ser
grafado Queimado.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911,
o distrito de Queimado figura no município de
Iguaçu.
Foi restabelecida a antiga sede por lei estadual nº
1634, de 18-11-1919, voltando a mesma para Queimados
pela lei estadual nº 1799, de 09-01-1924.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933,
o distrito de Queimados figura igualmente no
município de Iguaçu.
Assim permanecendo em divisões territoriais datadas
de 31-XII-1936 e 31-XII-1937.
Pelo decreto-lei estadual nº 392-A, de 31-03-1938, o
município de Iguaçu passou a denominar-se Nova
Iguaçu, o distrito de Queimados figura no município
de Nova Iguaçu ex-Iguaçu.
No quadro fixado para vigorar no período de
1939-1943, o distrito de Queimados figura no
município de Nova Iguaçu.
Pelo decreto-lei estadual nº 1056, de 31-12-1943,
foi anexado ao distrito de Queimados, uma pequena
faixa de território do distrito de Tairetá, do
município de Vassouras (zona da estação de Belém).
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o
distrito de Queimados permanece no município de Nova
Iguaçu.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de
18-XIII-1988.
Elevado à categoria de município com a denominação
de Queimados, por lei estadual nº 1773, de
21-12-1990, desmembrado de Nova Iguaçu. Sede no
antigo distrito de Queimados. Constituído do
distrito sede. Instalado em 01-01-1993.
Em "Síntese" de 31-XII-1994, o município é
constituído do distrito sede.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de
2007.
IBGE pagina visitada em 27/09/2012