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Meio Ambiente de São Jerônimo da Serra PR

 

 

Clima: Tropical

Temperatura:
Solo: arenoso

Bioma: Mata Atlântica
Vegetação: muito abaixo da recomendada (OMS)
Tratamento de esgoto: não possui
Coleta seletiva de lixo: não há
Rios: Não há dados
Nascentes: Não há dados
Poluição Visual: Altissima
Poluição sonora: Altissima
Poluição água: Altissima
Poluição do ar: Altissima

ESTUDO PRELIMINAR DOS ATRATIVOS NATURAIS DO VALE DO TIGRE - SÃO JERÔNIMO DA SERRA, PR SPOLADORE, Angelo DELAVI, Elsone, José Introdução Cada vez mais é nota-se uma crescente procura pelas modalidades turísticas denominadas de turismo rural e o "eco-turismo". Se bem exploradas, estas atividades podem vir a se tornar uma importante fonte de renda para a população envolvida. Todavia, uma vez que o desenvolvimento destas atividades proporciona um contato do turista direto com a natureza, a exploração das mesmas tem de ser feita de forma criteriosa e planejada pois senão elas poderão degradar o meio ambiente, Devido a sua localização geográfica privilegiada e também a uma série de fatores de ordem física (solo, geologia, geomorfologia dentre outros), em São Jerônimo da Serra e região, especialmente no vale do Rio Tigre, existem cerca de 60 grutas/cavernas e um número ainda não determinado de cachoeiras e quedas d’água. Estes locais são considerados como sendo de interesse turístico. Visando fornecer subsídios para que estes recursos sejam explorados de forma planejada e causando o menor agressão possível ao meio ambiente, deu-se início há dois anos e meio um levantamento sistemático dos atrativos naturais do Vale do Tigre. Após o cadastramento dos pontos (cavidades naturais, quedas d’água, "mirantes") é realizado um estudo multidisciplinar visando a determinação se o local será de acesso restrito ou aberto a visitação pública. Para tal são levados em conta aspectos tais como acessos ao local, geologia, geomorfologia, arqueologia, fauna e flora (ecossistema do local). Concomitantemente, está sendo desenvolvido todo um trabalho de educação ambiental com a população de São Jerônimo e investindo na formação de profissionais especializados para trabalhar com as modalidades turísticas citadas anteriormente. A área estudada A área alvo desta pesquisa é o Vale do Rio Tigre, município de São Jerônimo da Serra, norte do Estado do Paraná, situado a apenas 80 km da cidade de Londrina. São Jerônimo da Serra foi fundado em 1854, sendo chamado inicialmente de aldeamento do São Tomás de Papanduva, tendo como finalidade principal a catequização dos índios Caigangues existentes na região (DELAVI, 1996a). Desde então São Jerônimo vem na contínua luta visando o seu desenvolvimento, sendo sua história repleta de momentos de prosperidade relativa intercalados com outros de crise. Generalidades São Jerônimo é uma cidade pequena com sérios problemas de ordem social e financeira. Possui cerca de 30 habitantes por km2 e 56,93% de sua população encontra-se na zona rural. A rede de comunicação é de média a baixa capacidade. A taxa de escolaridade de primeiro grau em 1985 era de 78,01 à 87%. Este quadro regrediu nos últimos anos e atualmente o analfabetismo está se aproximando dos 50% do total dos adultos. A média de leitos hospitalares do município oscila entre 0,001 à 2,0 para cada 1000 habitantes (DELAVI, 1996a). Saneamento básico, rede de esgoto e rede pública de abastecimento de água tratada estatisticamente são inexistentes. A principal atividade econômica do município é a agropecuária. Todavia, devido a grafia e pela qualidade dos solos, esta atividade é pouco desenvolvida, sendo na realidade uma atividade de subsistência. Na cidade não existem indústrias e o comércio é insipiente. O sistema de alojamentos, hospedarias e hotéis, no que se refere aos critérios turísticas, são inadequados. Em São Jerônimo da Serra existem duas reservas indígenas (Reserva de São Jerônimo da Serra e Reserva do Barão de Antonina). Clima O clima em São Jerônimo pode ser caracterizado como sendo subtropical úmido, com chuvas em todas as estações, podendo ocorrer secas no período do inverno. A temperatura média do mês mais quente é superior aos 22oC e a do mês mais frio é inferior aos 18oC. Levantamentos realizados pelo IAPAR - Instituto Agronômico do Paraná entre 1958 e 1980, mostram precipitações médias de 1.615mm, sendo que dezembro e janeiro são os meses mais chuvosos e agosto o mês de menor precipitação. Se comparado com de Londrina e região, o clima de São Jerônimo é mais ameno. Este fato pode fazer com que o clima também seja um atrativo natural. Vegetação A região estudada, de acordo com MAAK (1968), encontra-se inserida dentro dos domínios dos campos e cerrados, sendo a vegetação nativa composta por gramíneas baixas e altas e arbustos e árvores com até 8 metros de altura exibindo tronco e galhos tortuosos e duros, cascas grossas, moles e porosas. As folhas são grandes e alongadas. Todavia, a vegetação nativa se encontra bastante alterada pela ação antrôpica. Restam alguns fragmentos remanescentes os quais estão sendo rapidamente destruídos. As melhores reservas estão localizadas dentro das terras indígenas. Hidrografia A região de São Jerônimo esta inserida na bacia hidrográfica do Rio Tibagi. Os principais corpos d’água são os ribeirões Esperança, Passo Liso, dos Pilões e os rios do Tigre e São Jerônimo. Estes rios são, via de regra, influenciados pelo fraturamento das rochas, possuindo nitidamente, orientações preferenciais (NS e NW). Em virtude da situação geomorfológica, os cursos d’água são encachoeirados sendo registradas várias cachoeiras de grande porte destacando-se o Salto do João Nogueira ou Salto do Tigre com 136 metros. Geomorfologia São Jerônimo está localizado na área limítrofe entre o Segundo e o Terceiro Planalto Paranaense. Dessa forma, a morfologia predominante na área é bastante acidentada, com declividades apreciáveis e ocorrendo freqüentemente "paredões" e relevos escarpados onde é impossível qualquer tipo de ocupação humana. A altitude da região varia entre 1170 metros na borda da escarpa até os 500 metros nas margens do Rio Tibagi, sendo comuns os desníveis com mais de 200 metros (MINEROPAR, 1990). Geologia De acordo com DELAVI (1996a) e MINEROPAR (1990), a área estudada está inserida dentro do contexto da Bacia Sedimentar do Paraná, aflorando litotipos pertencentes as formações Rio do Rastro (Grupo Passa Dois), Botucatu/Pirambóia e Serra Geral (Grupo São Bento). Pertencentes a Formação Rio do Rastro - membro Morro Pelado de SCHINEIDER et alli (1974) e GORDON JR. (1947) afloram argilitos e siltitos avermelhados com intercalações de arenitos lenticulares sendo identificadas laminações cruzadas, cruzadas acanaladas e plano-paralelas Com relação às formações Pirambóia/Botucatu estas são caracterizadas por rochas areníticas com intercalações centimétricas de argilitos, siltitos e arenitos conglomeráticos e seixos (concreções) de argilas. Estas litologias apresentam-se altamente friáveis favorecendo assim a remoção mecânica dos grãos de seus constituintes minerais. Podem ser identificadas estruturas acanaladas, cruzada acanaladas e estratificação plano-paralela. A Formação Serra Geral é composta por rochas vulcânicas básicas (basaltos) e intermediárias (riodacitos) apresentando intercalações de arenitos finos idênticos àqueles observados na Formação Botucatu. O fraturamento destas rochas é intenso. Foram identificados brechas ígneas e material vítreo indicando proximidade com o edifício vulcânico. Os diferentes tipos de rochas existentes na região favoreceu o surgimento de cavernas e cachoeiras as quais são atrativos naturais normalmente procurados para visitação. Solo Como vimos anteriormente, a área em questão é uma área de transição geológica e portanto, os solos serão misturados apresentando baixa fertilidade. Generalizando, foram identificados os seguintes tipos pedológicos: Led2 (Latossolo Vermelho Escuro Diastrófico), LEa6 (Latossolo vermelho-escuro álico), Re4 (solos Litólicos Eutróficos). O solo predominante na área estudada é arenoso proveniente da decomposição das rochas areníticas das formação Pirambóia e Botucatu. A grande quantidade de grãos de quartzo e a deficiência em argilas faz com que os processos de erosão atuarem livremente, em especial onde a vegetação foi completamente retirada. ATRATIVOS NATURAIS DO VALE DO TIGRE O Vale do Tigre Localizado as margens sul da cidade de São Jerônimo da Serra, este vale tem por característica principal a formação de paredões originados pela a erosão diferencial dos arenitos Botucatu e Pirambóia, sustentados pelas vulcânicas da Serra Geral. Possui uma extensão de aproximadamente 45 km no sentido SW para NW desembocando no vale do Rio Tibagi. Na margem norte do vale a vegetação nativa tem uma presença significativa, fator este que deve ser atribuído ao escarpado do relevo dificultando o acesso para o extrativismo de madeira. A existência de duas reservas indígenas e do Parque Estadual do Penhasco Verde, ajudou também na preservação da mata ali existente. No entanto na margem sul do vale, entre a escarpa e o fundo do mesmo, o relevo é mais suave proporcionando a criação extensiva de gado resultando no desmatamento de quase toda área da citada margem. O vale serve como escoamento da maioria dos rios e ribeirões desta parte do Município, sendo os principais Água do Capim, Ribeirão dos Pilões, Rio São Jerônimo, Água do Taquara que formam o Rio do Tigre que por sua vez deságua no Rio Tibagi. Com a maioria dos rios desaguando no vale que tem uma diferença de altitude de 200m negativos do restante do relevo, temos uma grande quantidade de saltos cascatas, e cachoeiras o que dá ao Vale do Tigre grande potencial turístico, destacando-se o Salto do Tigre (ou Salto do João Nogueira) com 136 m de altitude. Cavidades naturais do Vale do Tigre O Vale do Tigre abriga um dos mais belos conjuntos de cavernas em arenitos já descoberto no Brasil. São cerca de 60 cavernas desenvolvidas nos litotipos da Fm. Botucatu (Gr. São Bento da Bacia Sedimentar. do Paraná) com dimensões variáveis e ricas em ornamentos (epeleogens) diversos. Destacam-se as seguintes cavidades: Gruta do Cedro I, Gruta do Cedro II, Gruta Arco Verde, Gruta do Poço, Abrigo do Porto de Areia e Abrigo do Acentamento. Estas cavidades já foram estudadas em detalhe, todavia neste trabalho descreveremos apenas as grutas de Cedro I e a Arco Verde. Gruta Arco Verde Localizada dentro da Fazenda Arco Verde há 09 km da cidade de São Jerônimo sentido SE, tendo como principal via de acesso a estrada não pavimentada que liga a citada cidade ao distrito de Terra Nova. A fazenda leva este nome em razão da gruta, pois o antigo salão da mesma desabou e a antiga entrada foi preservada, originando um arco ou ponte de arenito. A atividade da fazenda é predominantemente pecuária extensiva, com uma pequena criação de ovelhas que se adaptam bem ao lugares de relevo forte e de altitudes com temperaturas amenas Na área afloram arenitos da Formação Pirambóia e Botucatu, bem como rochas ácidas (riodacitos) pertencentes a Formação Serra Geral. O relevo da área é bastante ondulado, com altitudes que atingem até 1098m. Esta gruta já foi previamente estudada por Delavi (1996) e cadastrada na S.B.E. por parellada et alli (1990) sob o no 061 e 065 . A Gruta Arco-Verde está localizada no início do Vale do Tigre e tem como característica o fácil acesso. A vegetação nativa original do local era o cerrado, todavia a mesma se encontra bastante descaracterizada. . A entrada da gruta Arco Verde é discreta sendo que o visitante tem que estar atento pois acaba muitas vezes por não encontrar a mesma, posto que o grande arco se encontra em meio arbustos e capins dificultando a sua visualização. O arco é remanescente de um grande salão existente na antiga entrada da gruta cujo teto abateu. No lugar do antigo salão hoje fica uma enorme cratera de abatimento aproximadamente 60 metros de diâmetro por 20 metros de altura, onde se desenvolveu um pequeno bosque de vegetação nativa secundária. Passando a parte do grande abatimento encontramos uma entrada denominada de boca de entrada da Arco-Verde, onde se pode observar um pequeno salão com alguns blocos abatidos. Há alguns metros ao lado desta boca principal encontramos outra entrada de pequeno porte que denominamos de janela ou entrada secundária, devido ao abatimento de blocos e ao acumulo de sedimentos. As observações de campo nos leva crer que anteriormente ao abatimento do grande salão para acessar o restante da caverna havia duas grandes entradas. Após o salão de entrada passamos por um pequeno corredor que dá acesso ao salão maior. São observadas ainda fraturamento no teto e paredes (importantes no desenvolvimento da caverna) e alguns ornamentos classificados (espelogens). A caverna afunila-se em um pequeno corredor, onde observa-se na parede e teto um arenito rico em seixos e nódulos de argila circundados por uma pequena película de óxido de ferro, formando um espeleogem de beleza intrigante. Após, encontramos o grande salão e o final da caverna, onde existem uma maior variedade e quantidade de espeleotemas tais como pequenas estalactites e espeleogens como nódulos de argila e prateleiras desuniformes formadas por óxido e hidróxido de ferro. Neste ponto existe um pequeno lago com grande quantidade matéria orgânica e areia depositado no chão, dando um belíssimo contraste com a coloração vermelha e amarelada do arenito Botucatu. A gruta Arco-Verde, como as grutas em geral, tem um ecossistema próprio e bem diversificado o qual se integra com interior e exterior da caverna. Nesta caverna encontramos uma grande população de opiliões ao longo de toda sua extensão. Encontramos também aracnídeos que se alimentam de pequenos mosquitos que vivem dentro da caverna. Outro tipo de inseto encontrado são os grilos. Ocorrem também diferentes tipos de morcegos. Estes mamíferos fazem a ligação com ecossistema exterior da caverna. Não foram encontrados evidências arqueológicas nesta caverna. Gruta do Cedro I Na reserva indígena Barão de Antonina, sub-sede do Cedro, encontra-se um conjunto de grutas do qual só foi mapeada e estudada a Cedro I. O local é servido por uma via de acesso não pavimentada com péssimo estado de conservação, a qual nos dias de chuva fica intrafegável. Esta gruta, situada na vertente direita do Ribeirão Água Branca, foi estudada previamente por SPOLADORE & DELAVI (1996). Na área predomina pastagens e, ao longo das encostas, ocorrem pequenos fragmentos de mata já adulterada mas que corresponde ao cerrado. O relevo é de forte dissecação, com paredes abruptas. A Gruta do Cedro I tem seu desenvolvimento principal ligado diretamente as famílias de fraturas. Todavia a Gruta Cedro I teve seu desenvolvimento segundo uma família de fraturas com orientação diferente daquelas da Gruta Arco Verde. Esta cavidade possui duas amplas entradas, formando dois salões semicirculares