Estudo alarmante
conclui que sapos estão passando por processo de
extinção global "catastrófico"
Cientistas não são
conhecidos por serem alarmistas. E é exatamente
isso que torna um novo estudo lançado na
quinta-feira (28) sobre anfíbios, bom, bastante
alarmante.
O artigo, publicado
na Science, detalha uma "perda catastrófica e
corrente" de anfíbios no mundo. Segundo a
estimativa "conservadora" do estudo, 501
espécies de sapos e outros anfíbios foram
devastadas pela quitridiomicose, uma doença
causada por um fungo que viajou o mundo de
carona na globalização e no comércio de animais.
Aproximadamente 20% dessas espécies estão
presumivelmente extintas da natureza, e mais
espécies podem desaparecer à medida que os
humanos aceleram ao longo da sexta extinção em
massa.
A quitridiomicose —
causada por duas estirpes do fungo
Batrachochytrium — se espalhou de seu lar
original na Península da Coreia para o resto do
mundo em um tempo incrivelmente pequeno. A
doença faz com que anfíbios percam sua pele e,
por fim, morram de parada cardíaca. A
quitridiomicose provavelmente impulsiona as
quedas de números de anfíbios no planeta desde a
década de 1980, mas as duas estirpes só foram
descobertas em 1998 e 2003, respectivamente.
Isso colocou os pesquisadores em uma corrida
para alcançá-las e entendê-las, e esse novo
estudo é o primeiro a ter uma visão global do
impacto da doença.
"Existia uma
necessidade de estimar objetivamente o impacto,
o que, infelizmente, acabou sendo mais severo do
que o esperado", disse Frank Pasmans, ecólogo da
Universidade de Gante, na Bélgica, que trabalhou
no estudo, ao Earther.
As descobertas, que
contam com dados coletados pela União
Internacional para a Conservação da Natureza,
por estudos e entrevistas com especialistas em
anfíbios, mostram que a quitridiomicose causou a
maior perda de biodiversidade atribuída a uma
doença. Os pesquisadores consideram o fungo da
quitridiomicose entre gatos e roedores como a
espécie invasiva mais prejudicial no planeta.
Além de 18% dos
anfíbios atingidos pela extinção da
quitridiomicose, outras 124 espécies viram suas
populações diminuírem em 90% ou mais,
colocando-as à beira da extinção. Apenas 60
espécies apresentaram sinais de recuperação, mas
Pasmans disse que parece que o pior da epidemia
já passou nos lugares onde a doença foi
encontrada, depois de um pico na década de 2000
na América do Sul ocidental, a região mais
afetada pela quitridiomicose. Mas isso não
significa que acabou.
Gráfico registrando
o impacto da quitridiomicose por gênero. O
Atelopus, um gênero de sapos encontrado
principalmente nas Américas Central e do Sul,
foi atingido com maior força. Gráfico: Scheele,
et al., 2019
"Com a mudança
global, a interação entre o fungo e o sapo pode
mudar", disse Pasmans em um e-mail. Uma das
estirpes de fungos de quitridiomicose, que afeta
principalmente as salamandras, também pode se
espalhar pela Europa ou pelas Américas, "regiões
ricas em espécies de salamandras altamente
suscetíveis".
"Isso deve nos fazer
refletir sobre os danos que a globalização
descontrolada pode causar à biodiversidade. Os
anfíbios são atualmente o exemplo mais
emblemático disso, mas situações semelhantes
podem ocorrer em qualquer organismo. Se
quisermos preservar a biodiversidade, teremos
que introduzir barreiras."
É difícil imaginar
como seriam essas barreiras num mundo com
estradas que atravessam ecossistemas e aviões,
barcos e comboios que atravessam o planeta. A
globalização abriu uma caixa de Pandora de
espécies e doenças invasivas, e a mudança
climática está adicionando mais pressão. Isso
levou a algumas intervenções malucas, desde
bombardeios de saturação de ilhas com ratos
invasores ou com a caça de cobras com armas. No
entanto, essas técnicas não irão necessariamente
impedir uma doença invasiva. Pasmans sugeriu que
um comércio global mais regulado,
particularmente quando se trata de animais,
poderia mitigar alguns dos riscos. Alguns
cientistas até pediram a proibição da importação
de todos os anfíbios para os Estados Unidos para
impedir a propagação do fungo. Intervenções mais
agressivas onde foram encontradas
quitridiomicose ou outras espécies ou doenças
invasivas poderiam oferecer outro caminho a
seguir.
Se tudo falhar,
existe um último recurso: esperamos que, como
disse Pasmans, "eventualmente, os sapos (pelo
menos aqueles que não forem extintos) e o fungo
'aprenderão' a coexistir".
(BBC)
|
Não
solte fogos,
eles causam câncer e atacam o
sistema neurológico e psicológico
das crianças, matam, maltratam e
adoece animais e humanos.
Não frequente zoológico, não compre
animais adote (1). |
|
|
Não estamos sozinhos,
é vital dividirmos espaço com outras criaturas ou
seremos também eliminados do planeta. Proteger
as árvores, os animais, rios e mares são dever
cívico de cada cidadão. Seremos
todos responsabilizados, pelo mal que estamos fazendo
a natureza. |
|
Conheça
o
Ache
Tudo e Região
o portal
de todos Brasileiros. Cultive o hábito de ler, temos
diversidade de informações úteis
ao seu dispor. Seja bem
vindo, gostamos de
suas críticas e sugestões, elas nos ajudam a
melhorar a cada ano.
|
|