Planeta Terra vive sexta extinção em
massa e é pior do que parece
O mundo está passando
por uma "aniquilação biológica" de suas espécies
animais, num fenômeno que já pode ser
considerado uma sexta extinção em massa e que é
mais grave do que parece, aponta um estudo
divulgado nesta segunda-feira (10/07).
Segundo o estudo
publicado na revista científica Proceedings of
the National Academy of Sciences (PNAS), há uma
tendência de investidas cada vez maiores contra
a biodiversidade do planeta, resultando numa
perspectiva "sombria sobre o futuro da vida,
inclusive humana". O motivo, diz o estudo:
"problemas ambientais globais causados pelo
homem".
"Nas últimas décadas,
a perda de habitat, a superexploração de
recursos, os organismos invasivos, a poluição, o
uso de toxinas e, mais recentemente, as mudanças
climáticas, bem como as interações entre esses
fatores, levaram ao declínio catastrófico nos
números e nos tamanhos das populações de
espécies de vertebrados tanto comuns como
raros", afirmam, os pesquisadores.
Para a pesquisa, uma
das mais completas já feitas sobre o tema,
cientistas da Universidade de Stanford e da
Universidade Nacional Autônoma do México
utilizaram uma mostra de 27,6 mil vertebrados
terrestres e uma análise detalhada de 177
espécies de mamíferos que sofreram declínio
populacional entre 1900 e 2015.
Os pesquisadores
observaram que as populações de vertebrados
sofreram grandes perdas, inclusive entre as
espécies que despertam pouca preocupação. Cerca
de um terço (8.851) das espécies analisadas – o
que representa quase metade das espécies de
vertebrados conhecidas – apresentou declínio
populacional e diminuição em termos de
distribuição geográfica, mesmo aquelas que
atualmente não são consideradas como sob risco
de extinção.
Já entre os 177
mamíferos estudados, todos perderam 30% ou mais
em distribuição geográfica, com mais de 40%
registrando um declínio populacional severo, com
encolhimento superior a 80%.
"Diversas espécies de
mamíferos que estavam relativamente seguras há
uma ou duas décadas estão agora em perigo",
dizem os pesquisadores. Como exemplos de quedas
representativas na população, eles citaram
guepardos, orangotangos, leões, pangolins e
girafas.
Nos 500 milhões de
anos de existência da Terra, houve cinco
"extinções em massa" que levaram ao
desaparecimento de 75% das espécies. O último
episódio aconteceu cerca de 66 milhões de anos
atrás, quando 76% de todas as espécies foram
perdidas, incluindo os dinossauros, devido à
atividade vulcânica, alterações climáticas e
impacto de asteroides.
Os cientistas
ressaltaram ainda que o foco na extinção de
espécies leva a "uma falsa impressão de que o
habitat da Terra não está ameaçado, e sim apenas
lentamente entrando em um episódio de grande
perda de biodiversidade".
"Essa visão
negligencia as tendências atuais de declínios e
extinções da população", afirma o estudo. "A
aniquilação biológica resultante obviamente terá
graves consequências ecológicas, econômicas e
sociais".
"A humanidade acabará
por pagar um preço muito alto pela diminuição do
único conjunto de vida que conhecemos no
universo", alertam os cientistas.
(dw.com) |
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