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China cria parque natural gigante para
salvar o tigre siberiano
Em um cantinho do
mundo muito distante, a gelada fronteira da
China com a Rússia, duas espécies de felinos
estão sob ameaça de extinção. Um deles, o
leopardo-de-amur, vive nas montanhas de
Sijote-Alín, onde sua pelagem tropical divide
espaço com espécies de clima mais frio como
ursos e renas. Só restam 50 desses gatões na
natureza, embora o número de espécimes esteja
subindo de forma animadora nos últimos anos.
O outro, o tigre-siberiano , é o maior
felino do mundo. Pesa mais de 300 kg e alcança
3,15 m. No começo da década passada, segundo a
lista de animais em extinção da IUCN, havia
apenas 360 exemplares selvagens (A National
Geographic fala em 500 ).
Para salvar a pele
desses bichanos carnívoros, o governo chinês
quer terminar, até 2020, a construção de um
parque nacional de 14.600 quilômetros quadrados
nas províncias de Jilin and Heilongjiang. A área
é 60% maior que a do famoso parque de
Yellowstone, no centro dos Estados Unidos, e
corresponde a inacreditáveis 9.240 parques do
Ibirapuera, em São Paulo — ou, se você preferir,
a quase 10 vezes a área da capital paulistana em
si.
A maior parte dos
tigres-siberianos mora em território russo, mas
a China conseguiu transformar seus nove (!)
animais em 27 após proibir a exploração de
madeira nas florestas próximas da fronteira em
2015.
O alerta e a pressão
para aprovação da lei vieram de especialistas da
Universidade de Beijing (BNU), que segundo a
revista Science ,também têm dados animadores
sobre a sobrevivência do leopardo-de-amur: já
foram encontrados 42 exemplares nas matas do
nordeste do país.
Com a medida, a China
trilha os mesmos passos dos Estados Unidos em
1916, quando foi fundado o Serviço Nacional de
Parques (NPS). A instituição, hoje, opera uma
rede centralizada de 59 áreas de proteção
ambiental , que incluem locais famosos como o
Grand Canyon e o parque de Yosemite, na
Califórnia.
O país asiático já aprovou
outro parque de 27 mil quilômetros quadrados
para preservar os pandas — é tanto espaço que
170 mil pessoas tiveram que sair do local ,
segundo a agência de notícias estatal chinesa.
Consultores norte-americanos que já trabalharam
em cargos importantes na rede de parques
nacionais do Tio Sam estão na China para ajudar
o país a lidar com a industrialização e poluição
crescentes.
“Nós queremos
construir um sistema de parques nacionais de
acordo com as práticas e padrões internacionais,
mas adequado ao nosso contexto”, afirmou ao New
York Times Rose Niu do Paulson Institute , órgão
que busca maior integração entre os EUA e a
China em questões econômicas e ambientais. “Como
alguém que trabalha há 20 anos com preservação
ambiental, eu considero esse um grande progresso
por parte do governo chinês.
A população
precisa de mais verde e ar puro.”
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