Zimbábue absolve
caçador assassino envolvido em morte de leão
Denúncia contra o
organizador da caçada que matou Cecil, em julho
de 2015, é arquivada por falta de provas.
Ninguém foi punido pela morte do animal, que
causou onda de indignação.
A Justiça do Zimbábue arquivou na quinta-feira
(10/11) a acusação contra o caçador Theo
Bronkhorst, envolvido na morte do leão Cecil. Em
julho de 2015, ele organizou a expedição em que
o dentista americano Walter Palmer matou o
animal.
Segundo a advogada do zimbabuano, Perpetua Dube,
a acusação foi arquivada pela corte de Harare
por falta de provas. "O tribunal disse que a
acusação tem falhas e que, por isso, deveria ser
posta de lado", declarou a defensora do caçador
nesta sexta-feira (11/11). Bronkhorst, que até
então era acusado pelo crime de caça ilegal, não
irá mais a julgamento. Nem ele, nem nenhum outro
envolvido.
A morte do leão Cecil comoveu o mundo e provocou
uma onda de indignação. Em julho de 2015,
Bronkhorst organizou uma caçada nas proximidades
do Parque Nacional Hwange, no Zimbábue. Um dos
participantes era Walter Palmer, um americano do
estado de Minnesota, que trabalhava como
dentista e praticava caça de grandes mamíferos
como hobby. Palmer fazia viagens a lugares
considerados exóticos com frequência para caçar.
Na época, Cecil tinha 13 anos e chamava a
atenção pela juba preta. Era considerado um
símbolo nacional e uma das principais atrações
do parque. Além disso, fazia parte de um projeto
de pesquisa conduzido pela Universidade de
Oxford e usava uma coleira especial, para que
pudesse ser rastreado.
No dia da caçada, os caçadores usaram uma isca
para tirar Cecil de dentro da área do parque,
que não é limitada por qualquer barreira física,
como cercas ou arames farpados. Segundo
investigações da Força-Tarefa para Conservação
do Zimbábue (ZCTF, na sigla em inglês), Palmer e
Bronkhorst amarraram um animal morto num veículo
para atrair Cecil para fora da reserva – onde a
caça é proibida.
Palmer atirou em Cecil com arco e flecha, mas o
animal sobreviveu e fugiu. Cerca de 40 horas
depois, os caçadores localizaram novamente o
leão e executaram-no com um tiro. Ainda de
acordo com a ZCTF, tentaram, sem sucesso,
arrancar e esconder a coleira de rastreamento
usada pelos pesquisadores de Oxford. Na
tentativa, o leão teve a cabeça e pele
arrancadas.
A Justiça do Zimbábue não processou Water
Palmer, já que ele tinha autorização para caçar
legalmente no país. O dentista pagou cerca de 50
mil dólares pela licença. O americano alegou que
contratou guias profissionais que diziam ter as
autorizações necessárias para a caça no local.
Esses guias era os zimbabuanos Theo Bronkhorst e
o fazendeiro local Honest Ndlovu. Nenhum deles
tinha licença ou justificativa para abater o
leão Cecil.
"Lamento
profundamente que o exercício de uma atividade
que eu amo e pratico de forma responsável e
legal tenha resultado na morte deste leão",
declarou Palmer em comunicado, na ocasião do
crime. "Não tinha ideia, até o fim da caça, de
que o leão que abati era conhecido, tinha um
colar (de rastreamento) e fazia parte de um
estudo científico.”
Apesar de ter se livrado do processo judicial, o
dentista americano teve de enfrentar a ira e
revolta de defensores de animais no mundo todo.
As desculpas não foram bem vistas pela sociedade,
e as críticas a Palmer chegavam de todos os
lados. Na época, o dentista teve de deletar suas
contas nas redes sociais e fechou o consultório
onde atuava como dentista.
Com o arquivamento da acusação contra Bronkhorst,
nenhum dos caçadores envolvidos na morte de
Cecil será punido.
A caçada continua, assim como os rinocerontes a
beira de desaparecer do planeta, todos os
animais correm o risco de extinção, o dinheiro
predomina em um país onde governantes corruptos
e um povo que morre de fome, sendo que por (qualquer)
trocado, não hesitam em ajudar assassinos que
queira matar e extinguir as espécies.. |
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