Alphaville é um grupo musical alemão de synthpop que
ganhou popularidade nos anos 1980. A banda é mais famosa
pelos seus três maiores êxitos, "Big in Japan", "Forever
Young" e "Sounds Like A Melody".
"O New Romantic , mostra que não era só para
ingleses, embora passado parte do auge do New
Romantic inglês, começaram a surgir bandas em
outros países que faziam aquele estilo dos idos
de 80 e 81. O Estilo dominou a Europa até 84,
mas seu auge se encontra em 81 e 82 na
Inglaterra.
Na terra do Kraftwerk , surge então uma banda,
que como as inglesas, totalmente influenciadas
pelo Kraftwerk que inventaram o New Romantic
(Romantismo do século XIX, com os sintetizadores
do século XX), numa alquimia desde a melancolia
ao look ultra-futurista, um movimento que se
preocupava com o que tocar, tinha o máximo de
atenção com o que vestir, e mais ainda, que
visual deveriam ter para os fãs.
Sem dúvida nenhuma o New Romantic é o estilo que
mais se preocupou com o visual, aliás visual
fúlgido e andrógino diga-se de passagem, é o
estilo mais marcante da década de 80. Na
Alemanha como não podia demorar muito, já no
final de 81, Marian Gold e Bernhard Lloyd ,
juntos participam de um show com com mais 5
outros artistas da Nelson Community. E
finalmente em 1982 surge a primeira banda New
Romantic alemã.
Em 82 já quase no final do NR na Inglaterra, começa
então na Alemanha, mais precisamente na cidade de
Münster, uma banda semi-desconhecida, chamada
Forever Young . Aliás um nome perfeito para quem
tentasse garantir a sobrevivência dos NRs por mais
alguns anos. Mas não durou muito e logo, como
típicos NRs, encontraram um nome bem futurista pra
banda. Do filme de Jean-Luc Goddard : Alphaville , a
cidade do futuro.
Para celular
Os cidadãos de Alphaville são pessoas que sempre
aparecem nas letras da banda, em situações bem
típicas, como numa mitologia, vão aparecendo os
personagens e suas histórias, detalhe
importantíssimo das letras da banda, como se fosse
realmente uma história, talvez nunca ninguém tenha
feito toda a sua carreira musical contando uma
história, descrevendo as pessoas, e o mundo tão
futurista, uma mistura de Homero e Isaac Azimov .
Bem essa é uma das bandas mais futuristas dos anos
80, com uma preocupação impecável com o que cantar,
como se vestir, e como fazer o ouvinte viajar de
verdade pelas suas músicas. Uma viagem da mitologia
ao futuro fantástico. Sempre com muitos
sintetizadores, teclados, computadores e ideologia,
socialistas, é claro.
Na formação com o nome de Forever Young, encontramos
Gold, Lloyd e Frank Mertens. Então em janeiro lançam
o que seria um dos melhores singles dos anos 80. A
maravilha techno-neon-ligths-oriental: Big in Japan
, na versão do single 12", então no final do ano,
torna-se um dos mais bem feitos remixes da década.
Com um teclado esplendoroso, apaixonante, música de
ótima qualidade, vocal extremamente bem ritmado.
logo após lançam Sounds Like A Melody , essa sim,
com um rítmo impecável, os eletrônicos aparecem com
maior destaque, a variação de tom de voz vai aos
limites, que anos mais tarde iria influenciar bandas
como o A-ha (banda technopop norueguesa).
O destaque é romantismo com que cantam, letra muito
bem trabalhado, no final uma aceleração num rítmo
bem próximo ao prazer limítrofe, chegando ao extâse
final da música como acontece a música inteira num
caráter bem emotivo, aliás mostram nessa sequência o
quanto são músicos extremamente competentes, teclado
inesquecível, e que letra! Mas seu grande hit ainda
estava por vir, não muito mais tarde. Para ser mais
preciso em setembro lançam seu 3º single, e
conseguem um feito bem raro, os 3 melhores singles
da banda serem os 3 primeiros, aliás esse deu
notoriedade internacional pra banda, antes mesmo
sequer de lançar um álbum. Forever Young emplaca,
nos charts de toda a Europa e vira hino de meados da
década de 80. Maravilhosa, mesmo tendo virado 'carne
de vaca', temos de reconhecer que é uma das músicas
mais bem compostas de todos os tempos, aliás a
letra, como sempre no Alphaville, é algo admirável,
o admirável mundo novo de Alphaville, a cidade do
futuro.
Forever Young, é o romantismo, o questionamento do
mundo em que vivemos, o encontrar uma razão pra
viver, e até se perguntar por que as pessoas morrem…
Maravilhosa. Um hino da música eletrônica, talvez a
que mais fez sucesso, com toda garantia de
qualidade. Então em outubro, com tanto sucesso, não
havia mais como adiar o lançamento de um álbum, e
capricharam, lançam o álbum Forever Young , super
technopop.
A primeira música é a maravilha A Victory of Love ,
com um vocal flutuante do mais grave, sério, lento
ao mais agúdo, emotivo e rápido. Infelizmente muitos
brasileiros não tiveram a oportunidade de conhecer o
Alphaville no seu auge em 84. Após a vitória do amor
temos o melhor verão que Berlim já conheceu, Summer
in Berlin , e a eletrônica toma conta da banda. Uma
nova versão de Big in Japan, dessa vez com uma
introdução mais longa, e sem os solos de teclado da
versão do single. Sounds Like a Melody e Forever
Young, também estão no álbum, além de outro grande
destaque do álbum, aliás o qual seria o próximo
single da banda em janeiro de 85, com muita
eletrônica, introdução de sequencers, rítmos
eletrônicos, vocais bem ritmados - The Jet Set .
Esse primeiro álbum se mostra até o limite,
technopop. Bem carregado de ultra-romantismo e
seqüenciadores.
A banda então tem uma baixa. Frank Mertens deixa a
banda, em seu lugar entra Ricky Echolette , mas a
banda tem realmente um baque e perde um pouco da
qualidade sonora, embora Ricky fosse um excelente
tecladista.
Em 1986 ainda se encontram num momento de inspiração
incrível. Em abril, chega às lojas o maravilhoso
single, Dance with me , eletrônica, romantismo,
vocais melancólicos, é o Alphaville, é o mesmo
ainda. Que teclados. Aliás sequência de teclado
também chupada uma década mais tarde, pela banda
Terminal Choice , na música Flesh in Chains , faixa
que se encontra na coletânea alemã 80 x 90 -
Zwischenfall 2 , claro que numa textura bem mais
pesada, num EBM bem 90, mas com a sequência de
teclados chupada de Dance with Me.
Mais uma vez capricham na letra, rítmo apaixonante e
Dance With Me acaba se tornando uma ótima prévia do
que seria o álbum seguinte Afternoons in Utopia .
Álbum produzido por Peter Walsh (Scott Walker /
Simple Minds) e Steve Thompson (que produziria mais
tarde o A-ha e já produzira David Bowie). Ainda
antes do álbum temos o ótimo single Universal Daddy
. Então em junho lançam o qual seria um dos álbuns
mais bem feitos da banda, Afternoons in Utopia, mais
uma vez a eletrônica e a linha socialista são os
destaques do álbum.
Melodias bem cuidadas, letras perfeitas, numa
textura bem trabalhada, o primeiro álbum com a nova
formação parece que manteve boa parte da qualidade
da banda, embora não tenha atingido o mesmo sucesso
do primeiro (ainda com Mertens), mesmo porque o New
Romantic já não estourava mais na Inglaterra, mesmo
assim, com a mesma vestimenta New Romantic saem
vários singles desse álbum. Além dos 2 primeiros,
ainda se destacam nesse maravilhoso álbum: Jerusalem
, Sensations e por último Red Rose , outro grande
sucesso da banda.
Sem contar a perfeição de músicas que injustamente
não saíram também em single, como Lassie Come Home
inacreditavelmente leve, doce, suave e cativante, e
a própria Afternoons in Utopia que conta com uma
sequência de teclados, uma sonoridade, que anos mais
tarde influenciaria até a Enya , que confessa ter
sido muito influenciada por este álbum do
Alphaville. Vale dar uma ouvida e ver o grande
mentor eletrônico da Enya, que também é maravilhosa.
A música do Alphaville é a marca de uma década em
que a eletrônica, o romantismo e os ideais
socialistas dominaram a música. The Voyager mostra
ser um technopop bem característico que
influenciaria as bandas norueguesas de então.
Technopop imbatível nesse álbum do Alphaville, para
quem gosta de technopop tem a obrigação de comprar
esse que é um dos melhores álbuns da banda, e mais
alternativo que o primeiro, num casamento da
experiência musical com a criatividade. Não esqueçam
de conferir a mórbida semelhança de Afternoons in
Utopia e as músicas da Enya, totalmente chupadas do
Alphaville AIU. Então a banda após o single Red
Rose, entra num longo e misterioso silêncio. Em 87 a
banda fica meio oculta nas sombras de suas músicas.
Em 1988, é lançada uma coletânea de singles lançados
nos eua, com Forever Young, Big in Japan num remix
não tão bom como o de 84, Red Rose and Dance with
me, todas em 2 versões. Vale a pena conferir pelas
versões remixes de Forever Young e Dance with me.
Em 89 Douglas Day Stuart coloca Forever Young como
tema em seu filme Listen to me , tendo como ator
principal Ron Scheneider . Finalmente ao final do
mesmo ano o Alphaville encerra seu silêncio e lança
seu terceiro e último álbum de qualidade.
Mas já começa a mostrar a nova cara do Alphaville,
que perde um pouco da originalidade e criatividade.
Com produção de Klaus Schulze , membro fundador do
Tangerine Dream , e a sonoridade perde muito dos
primeiros álbuns. Não mais tão brilhante ainda se
destaca neste álbum que todas as músicas entraram no
video Songlines que a banda fez do álbum, chegando
até a abocanhar um Oscar, com Middle of Riddle como
melhor filme de curta.
Só grandes diretores participaram da produção desses
vídeos, o diretor de Mysteries of love mais tarde
dirigiria O Corvo , a diretora de Summer Rain ,
Susanne Bier é uma das mais respeitadas cineastas da
Dinamarca, e a atriz Sofie Graaböol que faz
partticipa do vídeo é a mais famosa atriz da
Dinamarca. Deste álbum destacam-se mesmo os grandes
video-clips, além das maravilhas Romeos , Misteries
of Love e Summer Rain .
Nestes primeiros sinais do fim daqueles sons
inesquecíveis de meados dos 80, a banda segue o
mesmo de quase todas as grandes bandas dos 80,
termina a década quase encerrando seus trabalhos.
Silencia e se aproxima de seu final, para não fazer
o que muitas drogas acabaram fazendo que foi se
adaptar à droga grunge e techno.
Assim se encerra a fase de altíssima qualidade da
banda, mais 3 anos se passam e a impressão é fim da
banda, até quando Marian Gold grava seu álbum solo
So long Celeste , e a impressão de fim do Alphaville
fica mais forte. Lançam a coletânea definitiva da
banda - First Harvest em 92, tudo caminhando para um
encerramento, mas eles entram no estúdio e ficam por
um ano e meio, isso mesmo um ano preparando o
próximo álbum Prostitute que só chegaria às lojas em
junho de 94, agora sim a banda acaba musicalmente,
mudando completamente de estilo. A única coisa boa
de 93 é que a banda depois de 10 anos longe dos
palcos (isto é, no auge do sucesso também faziam
shows) resolvem tocar em Beiruth.
Fazem uma turnê até até e resolvem lançar em junho
de 97 o álbum Salvation , mais uma vez mudando de
estilo, com a belissima Wishful Thinking.
Em 1993 , a banda gravou um álbum de edição limitada
(em fita) apenas para os membros do fã-clube,
intitulada History . Algumas dessas músicas são
B-sides, algumas ensaios de estúdio, algumas
demo-versions, e uma versão maravilhosa de Big in
Japan ao vivo. Infelizmente veio um recado na fita:
para os membros não efetuarem nenhuma cópia da fita.
O que deixa todos os outros fãs apenas na vontade.
As músicas da fita são as seguintes: Headlines,
Fallen Angel, Big Yellow Sun, Voice of the Dolphins,
Dance With Me, She Fades Away, Ariana, Universal
Daddy, Jet Set, Big in Japan (live), Islands, Leben
Ohne Ende, Forever Young, And I Wonder .
Assim se encerra a história de uma das principais
bandas dos anos 80, a pioneira do New Romantic fora
da Inglaterra (embora no semi-anonimato encontremos
a banda Húngara Electromantic com álbum já em 82,
ilustre desconhecida), a primeira banda alemã a
entrar de cabeça no technopop depois do Kraftwerk
pai e criador do technopop.
Incomparável anos 80, até as bandas que continuaram
só produziram grandes songs nos 80. Sandra regravou
em 84 uma versão em alemão para Big in Japan, sob o
nome de Japan ist weiss, Laura Branigan fez cover de
Forever Young, que aliás ganhou uma dezena de
covers, DJs italianos sob o nome de Capella fazem o
cover de Sounds Like a Melody. Mais de 3 bandas de
techno fizeram covers para Forever Young e Big in
Japan, mostrando onde tudo começou na maravilha dos
anos 80, época dos melhores trabalhos do Alphaville.
"
(fonte: www.autobahn.com.br, adaptado)
Discografia
Forever Young (1984)
Afternoons In Utopia (1986)
Single Collections (1988)
The Breathtaking Blue (1989)
First Harvest 1984-92 (1992)
Prostitute (1994)
Salvation (1997)
Salvation (EUA-1999)
Dreamscapes (8Cds-99)
Visions - Of Dreamscapes (Brasil-1999)
Stark Naked and Absolutely Live (2000)
Forever Pop (2001)
Crazy Show Excerpts (2003)
Crazy Show (Limited-2003)
Singles
Big in Japan (01/84)
Sounds Like a Melody (05/84)
Forever Young(09/84)
A Victory Of Love
Jet Set (03/85)
Dance With Me (03/86)
Universal Daddy (11/87)
Jerusalem (11/86)
Sensations (11/86)
Red Rose (87)
Forever Young (08/88)
Romeos (03/89)
Summer Rain(06/89)
Mysteries of Love (1990)
Big in Japan '92(02/92)
Big in Japan '92 remix (03/92)
Fools (07/94)
The Impossible Dream (12/94)
Wishful Thinking(07/97)
Flame (Promo 06/97)
Flame (EUA, 99)
Soul Messiah (EUA, 99)
Dance With Me (Mix 09/01)
Forever Young 2001( 09/01)
Em Portugal
Os Alphaville passaram por Portugal pela 1ª vez
durante a Expo ´98 em Junho e na mesma semana foram
ao programa televisivo da SIC "Roda dos Milhôes". No
ano seguinte, foram até Never perto do Porto num
concerto de entrada gratuita.
Em 2010 vão a Lisboa no Campo Pequeno, a 26 de Março
de 2010.
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