A criação do município de Barra do Garças
veio a ser uma encampação do município de Araguaiana, ou
seja, uma mudança de sede de Araguaiana para Barra do
Garças, passando Araguaiana a distrito de Barra do
Garças.
As primeiras notícias acerca da região se deram por
conta das lendárias Minas dos Martírios, no século XVII.
Neste período, o imenso quadrilátero barra-garcense era
habitado de cima abaixo por povos indígenas das nações
bororó e xavante. A região teve efetivo início povoador
com a navegação do rio Araguaia, ao tempo da guerra do
Paraguai, quando o presidente da Província, Couto de
Magalhães, viu a necessidade de ligação entre as bacias
hidrográficas do Prata e Tocantins, unindo o sul ao
norte, pelo centro. Iniciou-se então a navegação do rio
Araguaia. Couto de Magalhães mandou transportar em
carros-de-boi três navios, desmontados para viagem — do
Rio Cuiabá até o Porto de Itacaiú, onde seriam montados.
Foram criados presídios, que serviam também de posto de
registro: Ínsua, Passa Vinte e Macedina. O presídio de
Ínsua foi transferido para as margens do rio Araguaia,
em lugar denominado Porto Grande, que ficou cognominado
Registro do Araguaia. Nas andanças entre presídios, os
militares faziam postos na foz do rio das Garças. O
local de referência era assinalado por uma pedra, a
pedra da Barra Cuiabana, a primeira denominação de Barra
do Garças. Em Barra Cuiabana viviam José Pedro, o filho
Vicente e outras pessoas, exatamente em frente à Barra
Goiana, hoje Aragarças.
A pedra da Barra Cuiabana tinha uma lenda. Dizem que
Simão da Silva Arraya enterrou um recipiente (talvez uma
garrafa) contendo diamante nas proximidades da grande
pedra. Arraya marcou a pedra com os dizeres ″S. S.
Arraya — 1871″. Para José Pedro, a inscrição foi
esculpida por uma caravana desmobilizada em retorno da
Guerra, liderada por Simão Arraya, somente para marcar a
passagem pelo lugar. Na versão de Raul José de Mello,
antigo coletor de rendas de registro do Araguaia a
história é outra: ″... em 1871, o pai de Marcos Afonso
(um dos herdeiros) e mais Simão da Silva Arraya e dois
ex-combatentes de guerra encontraram enorme quantidade
de diamantes″.
Na época, a comercialização era difícil, e sabedores do
valor do achado começaram a guardá-lo numa garrafa. De
certa feita, foram atacados por índios bororós. Antes de
fugirem, enterraram a garrafa e mais tarde marcaram a
pedra. A verdade é que ninguém encontrou a tal garrafa,
e se foi achada, não foi divulgado — daí ser lenda. Em
1897, Antônio Cândido de Carvalho encontrou diamantes no
rio das Garças. A notícia trouxe muita gente à região,
aumentando o contingente populacional araguaiano. Neste
período, a economia regional dividia-se entre a
garimpagem e a extração de látex da mangabeira, que
proliferava no cerrado.
Sua população foi formada por pessoas vindas de vários
estados brasileiros, incentivados pelo desdobramento do
Oeste em busca do ouro e do diamante. Região desbravada
pelo Marechal Rondon, na metade do século passado e
efetivado pelos sertanistas irmãos Villas Boas, que
abrindo picadas (com a Fundação Brasil Central), fez
nascer no seu rastro várias cidades.
O tempo passou, as pessoas foram chegando, e fizeram
nascer esta maravilhosa cidade, à margem esquerda do Rio
Araguaia, que delimita as fronteiras de Mato Grosso e
Goiás. A região urbana conhecida como grande Barra é
formada além de Barra do Garças, por Pontal do Araguaia
(MT) e Aragarças (GO).
Formação Administrativa
Pelo decreto-lei nº 032, de 21-12-1935, é criado o
distrito de Barra do Garça e anexado ao município de
Araguaiana.
Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937,
o distrito de Barra do Garça figura no município
Araguaiana.
Pelo decreto-lei estadual nº 145, de 29-03-1938, o
distrito passou a ser grafado Barra do Garças.
No quadro para vigorar no período de 1939-1943, o
distrito Barra do Garças (ex-Barra do Garça) permanece
no município Araguaiana.
Pela lei nº 121, de 15-09-1948, transfere a sede do
Araguaiana para Barra do Garças.
Pela lei estadual nº 163, de 25-10-1948, é criado o
distrito de São Félix (ex-povoado) e anexado ao
município de Barra do Garças.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município
já denominado Barra do Garças é constituído de 4
distritos: Barra do Garças, Araguaiana, Cocalinho e São
Félix.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1960.
Pela lei estadual nº 1502, de 12-07-1961, é criado o
distrito de Luciara (ex-povoado de Mato Verde), e
anexado ao município de Barra do Garças.
Pela lei estadual nº 1940, de 11-11-1963, desmembra do
município de Barra do Graças o distrito Luciara. Elevado
á categoria de município.
Pela lei estadual nº 2059, de 14-12-1963, é criado o
distrito de Ministro João Alberto e anexado ao município
de Barra do Garças.
Pela lei estadual nº 2077, de 14-12-1963, é criado o
distrito de Toricueije e anexado ao município de Barra
do Garças.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o
município é constituído de 6 distritos: Barra do Garças,
Araguaiana, Cocalinho, Ministro João Alberto, São Félix
e Toricueije.
Pela lei estadual nº 2153, de 15-05-1964, é criado o
distrito de Nova Olímpia e anexado ao município de Barra
do Bugres.
Pela lei estadual nº 3689, de 13-05-1976, desmembra do
município de Barra do Garças o distrito de São Félix.
Elevado à categoria de município com a denominação de
São Félix do Araguaia.
Pela lei estadual nº 3759, de 29-06-1978, é criado o
distrito de Canarana e anexado ao município de Barra do
Garças.
Pela lei estadual nº 3759, de 29-06-1976, é criado o
distrito de Nova Brasília e anexado ao município de
Barra do Garças.
Em divisão territorial datada de 1-I-1979, o município é
constituído de 7 distritos: Barra do Garças, Araguaiana,
Canarana, Cocalinho, Ministro João Alberto, Nova
Brasília e Toricueije.
Pela lei estadual nº 4165, de 26-12-1979, desmembra do
município de Barra do Garças, o distrito de Canarana.
Elevado à categoria de município.
Pela lei estadual nº 4176, de 03-03-1980, os distritos
de Ministro João Alberto e Nova Brasília foram extintos,
sendo seus territórios anexados ao distrito sede do
município de Barra do Garças.
Pela lei estadual nº 4322, de 29-06-1981, é criado o
distrito criado de Novo São Joaquim (ex-povoado), e
anexado ao município de Barra do Garças.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1983, o município
é constituído de 5 distritos: Barra do Garças,
Araguaiana, Cocalinho, Novo São Joaquim e Toricueije.
Pela lei estadual nº 4996, de 13-05-1986, desmembra do
município de Barra do Graças o distrito de Nova Olímpia.
Elevado à categoria de município.
Pela lei estadual nº 5006, de 13-05-1986, desmembra do
município de Barra do Garças, o distrito de Araguaiana.
Elevado à categoria de município.
Pela lei estadual nº 5007, de 13-05-1986, desmembra do
município de Barra do Garças o distrito de Novo São
Joaquim. Elevado á categoria de município.
Pela lei estadual nº 5009, de 13-05-1986, desmembra do
município de Barra do Garças o distrito de Cocalinho.
Elevado à categoria de município.
Em divisão territorial datada de 1988, o município é
constituído de 2 distritos: Barra do Garças e Toricueije.
Em divisão territorial datada de 1995, o município é
constituído de 4 distritos: Barra do Garças,
Indianópolis, Toricueije e Vale dos Sonhos.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de
2009.
Transferência de sede
Araguaiana para Barra do Garças, alterado pela lei nº
121, de 15-09-1948.
Retificação de grafia
Barra do Garça para Barra do Garças, teve sua grafia
alterada pelo decreto-lei estadual nº 145, de
29-03-1938.
Fonte: Prefeitura Municipal de Barra do Garças
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