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Antes do
advento do colonizadora branco, as terras que hoje pertencem ao município
de dourados eram habitadas pelas tribos Terena e Kaiwa, cujos descendentes
ainda podem ser encontrado em aldeia indígena, localizada ao lado
perímetro urbano de Dourados.
Com o termino da Guerra do Paraguai (1870), deu-se inicio a um povoamento
mais efetivo na região.
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Apesar de já ter sido ela percorrida pelos
espanhóis e pelos bandeirantes em busca de riquezas naturais, seu
povoamento efetuou-se, pela fixação de ex-combatentes; pela vinda de
gaúchos, fugitivos na sua maioria, das consequências da revolução
federalista, ocorrida no Rio Grande do Sul entre 1893 e1895; pelo
desenvolvimento da cultura pastoril, principalmente por famílias mineiras;
pela construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, de 1904 a 1914,
atraindo paulistas para região, e pela ação da companhia Mate Laranjeira
s/a, que deteve o monopólio da exploração dos ervais em toda a região,
entre os anos de 1882 e 1924.
Em 1909,
uma meia centena de pioneiros, entre os quais se destacavam Marcelino
Pires, Januário Pereira de Araújo e Joaquim Teixeira Alves, inicia um
trabalho empenhado na idéia de criação de um patrimônio. As reivindicações
foram cheias de lances desencorajadores, pois a empresa Mate Laranjeira,
arrendatário das terras, interferio para impedir que esse fosse
registrado.
O patrimônio recebeu o nome de São João Batista de Dourados,
depois vila das três padroeiras e, em 1914, crio-se o Distrito da Paz. Já
em 1915, pelo decreto n° 402 de 3 de setembro, o governo reserva, para o
patrimônio da povoação de Dourados, 3600 hectares de terra.
Dourados
recebeu impulso em seu crescimento em 1920, com a criação da Agencia dos
Correios e Telégrafos, a organização da comissão para da igreja e formação
do primeiro time de futebol.
A vila foi crescendo e, em 20/12/1935, pelo Decreto Estadual de n° 30, foi
elevado a categoria de município, desmembrado de Ponta Porã.
A época, o
município contava com uma população estimada em 20 mil habitantes e
compreendida 21.250 quilômetros quadrados, limitando-se com então
município de Ponta Porá, Maracaju, entre rios ( Rio Brilhante) e com
estado do Paraná.
O
primeiro prefeito nomeado exercia a função do legislativo.
Posteriormente, por breve período (1943 a 1946) o município de Dourados
permaneceu ao extenso território de Ponta Porã, tendo sido elevado à
categoria de comarca em 12 de março de 1946.
Novos impulsos progressistas vieram com a criação da colônia agrícola
federal, municipal e particulares.
A colônia
agrícola de Dourados, com uma área de 50,000 hectares, reservando em 1923
para a colonização, passou a integrar Dourados pelo Decreto de elevação à
categoria do município em 1935.
A colônia Agrícola Nacional de Dourados, criado em 1943, atraio para a
região tantas levas de imigrantes brasileiras e estrangeiros,
principalmente japoneses, que se dedicaram notadamente ao cultivo de café.
O inicio do
povoado:
No final do
século XIX primeira década do século xx a fazenda é um forte inicio de
ocupação do território, já que nesta região nota-se a ausência de povoados
e o cavalo se constitui no único meio de locomoção.
Os “causos” contados no sertão dão ideia das lutas que se travavam por
causa da conquista da terra. Os atritos se deram ao fato de que estes
imigrantes , chegam em um território já ocupado pelos Índios e pela
companhia Mate Laranjeira. O Distrito de paz de Dourados foi criado pela
lei n° 658 de 15/06/1914 e estava ligado ao município de Ponta Porá.
A
Alta de instalação do distrito foi lavrada em 24/02/1915, no Patrimônio de
Dourados, sede do referido distrito da paz. Por esta época algumas pessoas
já haviam chegado com suas famílias e fixado domicilio na região, como
exemplo, o mineiro José Serrano que se fixa em Iguaçu ou guássu.
A pequena
povoação que se esboça não tem importância tão significativa como um lugar
de resistência fixa de um grande numero de pessoas, mas sim como ponto de
encontro onde, de tempos em tempos, as pessoas se reúnem em função do
comercio que começa a aparecer.
Tudo leva a crer que a cidade não surgiu de uma forma espontânea havendo
uma intravio urbanista, o que se percebe na montagem dos quadros, no
traçado das ruas, na localização das casas.
O campinho de futebol que se vê nas fotos não desapareceu intramente e se
constitui em componente original da cidade, passando a ser a atual praça
Antônio João.
No período do Patrimônio e na primeira década de existência do município,
as residências e as casas de comércio se confundiam até que o crescimento
da atividade urbana já não comporta-se mais residências em pleno centro e,
então, o centro comercial ficou onde nasceu a cidade.
Está região central tem uma importância primordial, pois, é ai que
acontecem as festividades cívicas e religiosas, ponto alto da vida social
do povoado. Por ocasião dos festividades, está região central do povoado
acolhia os moradores das fazendas ou das chácaras que andavam léguas para
chegar.
“Antônio João” Taunay em seu livro Historias Brasileiras, no conto “
Camarins a Kini Kinão “descreve os últimos momentos da vida do Tenente
Antônio João Ribeiro. Avisado dois dias antes, que para Dourados marchava
uma força imponente, não quis desamparar o posto. Reuniu a gente da
colônia e fez-lhe uma fala em que citou francês e até latim. O homem tinha
pretensões literárias que afagava com certo orgulho, e se revelavam nos
ofícios mensagens que costumava dirigir ao chefe militar de Nioace.
Nesta fala ele expôs as circunstâncias em que se achava a colônia e a
loucura de resistência, e terminou dando a todos licença para o
abandonarem.
Ele ficaria.
Para que? perguntaram os soldados.
Para morrer.
Onze de seus comandados declaram que ficarão também.
Todos os mais partirão: mulheres, crianças, velhos e até moços.
Antônio João esperou então os inimigos da Pátria. Fez içar a bandeira do
Brasil e preparou com esmero o oficio com que havia de responder á
intimação do invasor.
No dia 28 de dezembro de 1864 um soldado, que saíra a cavalo a devassar a
redondeza, voltou a galope.
A Vanguarda paraguaia vinha já aparecendo.
Antônio João mandou tocou a reunir os seus onze fiéis pela paliçada.
Cada um tinha uma espingarda a Menié, duas clavinas carregadas ao lado e
não lhes faltava nem munição nem valor.
Por todos os lados se abriam campos imensos, campos que já se iam tingindo
de vermelho. Eram os paraguaios, cujas blusas cor de sangue vivo maculavam
a verdejante relva.
Estão todos prontos? Perguntou Antônio João á sua gente.
Todos, responderam os onze.
Então amparem-se com Does, porque ninguém se entrega.
Ninguém! Repetirá os onze.
Era reunidas no meio dos lacedemonios.
De repente soou o clarim paraguaio.
Um parlamentário se aproximava.
A bandeira brasileira desdobrou-se aos ventos do deserto. Parecia ufana de
abrigar aqueles onze sublimes insensatos. Losango amarelo sofre fundo
verde; cores que mandão um sorriso de consolo ao maribondo, quando ele
lhes deita o olhar de a deus no campo de batalha. A coroa imperial como
que preparava-se para descer sobre aquelas cabeças, transformada em coroa
de glória.
Antônio João prezava-se de civilizado: recebeu, pois, com a maior cortesia
o enviado.
A intimação era curta: meia dúzia de palavras, insolentes, como costumavam
alinhar os generais de Lopez.
O comandante de Dourados rasgou em pedaços o oficio que preparara com
tanto cuidado e carinho, e a lápis traçou esta resposta: “ Sei que morro,
mas o meu sangue e o de meus companheiros servirá de protesto solene
contra a invasão do solo da minha Pátria.” E assinou com mão firme:
Antônio João Ribeiro
Os paraguaios o chamarão de louco, e nem faltou brasileiro que ao depois
dissesse o mesmo.
Retirou-se o parlamento, e a força inimiga.
Fonte: Projeto Botelli
Fotos cedidas por Jorge Yamashita
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