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História de Piedade do Rio Grande MG

 

Uma das importantes vias de penetração das Bandeiras nas Gerais era o Vale do Rio Aiuruoca. Através dele João de Siqueira Afonso descobre em 1705, as importantes jazidas de ouro de Aiuruoca. Atraída pela descoberta, outras expedições partem de várias cidades paulistas, como foi o caso de Simão da Cunha Gago e outros, ultrapassando Aiuruoca, subindo pelos Rios Turvo Grande e Pequeno, chegando ao Rio Grande. Foi assim que surgiu Andrelândia, já povoado em 1749, e também Piedade do Rio Grande, que nasce mais ou menos na mesma data e, em 1759, se transforma em distrito de Andrelândia, na época denominado Turvo.

A capela de Nossa Senhora da Piedade do Rio Grande foi construída por iniciativa de Salvador Lourenço de Oliveira e sua mulher, Inácia Lema de Godói, já em 1748 sendo elevada à categoria de curato a 10 de fevereiro de 1892. Antes contudo, foi o distrito criado em 1859, no município de Turvo, hoje Andrelândia.

Em 30 de agosto de 1911 muda de nome para Arantes, mas em 12 de dezembro de 1953 cria o município e restabelece a denominação de Piedade do Rio Grande.

O nome é formado por dois fatores que são a marca da cidade desde a fundação do primitivo povoado e, que ao longo de mais de dois séculos e meio, tem sido os atrativos que, ligados ao nome do município, expressam o “orgulho” do povo que tem podido ler e escrever sua história sob o manto da religião e de sua característica fisiográfica de maior importância: o Rio Grande.


Com relação ao fator religioso

Piedade, veio pela devoção dos bandeirantes que aqui chegaram e fundaram a vila e construíram uma primitiva capela (de terra batida), em 1748, dedicada à Virgem Maria com o título de Nossa Senhora da Piedade. De acordo com fatos históricos suficientemente documentados em arquivos que remontam ao ciclo do ouro, além de análise com comparação de dados, a devoção a Virgem da Piedade trazida ao campo dos Goitacazes (antigo nome de Minas Gerais) surge concomitantemente, em Piedade e na atual Barbacena cuja data de fundação é o ano de 1748.

Sabe-se, que muito tempo depois, os jesuítas, perseguidos pelo Marquês de Pombal, refugiaram-se na serra de Caeté (hoje serra da Piedade) e, pelo trabalho da evangelização, fizeram a devoção chegar a outras regiões do Estado.

Felizmente, foi possível recuperar a primeira imagem da padroeira, talhada em madeira por um daqueles grandes escultores do barroco mineiro. Sobressaem na escultura do século XVIII o Movimento e o Sentimento. Atribuí-se ao bandeirante Salvador Lourenço de Oliveira e a sua esposa Dona Inácia Lemos de Godói a construção da Capela que mais tarde tornar-se-ia a primeira Matriz Nossa Senhora da Piedade, encontrando-se, atualmente, em excelente estado de conservação.


Com relação ao fator fisiográfico

Rio Grande, trata-se por estar o município entrecortado pelas águas de um dos mais importantes rios do Brasil, pois além de percorrer a região sudeste, junta-se ao rio Paranaíba, formando o rio Paraná cuja as águas formam a internacional Bacia do Prata. De acordo com os Comitês de Bacia e o Conselho estadual de Meio Ambiente, o município está integrado ao GD1 ,ou seja, pertence ao Alto da Bacia do Rio Grande.

Segundo a tradição religiosa, o primeiro nome de Piedade fora o de Águas Santas, devido a uma preciosa fonte de águas cristalinas, que por séculos, deu vida à população, e seu uso pelo que se comenta até os dias atuais, teria efeito terapêutico tanto no âmbito físico quanto espiritual. A referida fonte situa-se a 300 metros da Primeira Matriz Nossa Senhora da Piedade. No lugar denominado Gruta da Biquinha.


Distrito de Paraíso de Piedade

O município de Piedade do Rio Grande, cuja população na sua maioria reside em comunidades na zona rural, possui alguns distritos e bairros rurais, entre eles está o distrito de Paraíso de Piedade. O distrito, nos últimos anos, tem recebido grande atenção da prefeitura municipal, que realizou, entre outras obras, o asfaltamento da principal rua do distrito e a construção de uma quadra poli-esportiva batizada de Jorge Fernandes Teixeira, em homenagem à um de seus mais honrados moradores, marido de Maria Inês Fernandes Teixeira, com quem teve 6 filhos e 4 filhas. O distrito já contava com um campo de futebol e um time, o Vasquinho, um dos maiores rivais do Piedense Futebol Clube, principal time da cidade.