O interior do Brasil foi esquadrinhado pelos bandeirantes, pelos
pecuaristas e pelos aventureiros durante todo o período colonial. Segundo
o historiador Antônio de Oliveira Mello, a região Noroeste de Minas
Gerais foi visitada, conhecida e perscrutada desde o final do século
XVI. Ele reuniu indícios de que as bandeiras de Domingos Luis Grau
(1586-1587), Antônio Macedo (1590), Domingos Rodrigues (1596), Domingos
Fernandes (1599) e Nicolau Barreto (1602-1604), palmilharam esta região.
Em
1744 os bandeirantes Felisberto Caldeira Brant e José Rodrigues Frois
comunicaram à coroa o descobrimento das minas do vale do Paracatu.
Existem indícios de que o arraial já havia sido fundado muitos anos
antes, pois a essa época já se tem conhecimento da existência de casas
de morada e igrejas no local. Após essa descoberta, não surgiu no
cenário das Gerais nenhuma nova região aurífera de importância.
Portanto, “A última grande descoberta aurífera das Minas Gerais ocorreu
no Vale do Rio Paracatu no início do século XVIII”.
A
conquista da região vinha sendo estruturada há muitos anos. Em 1722,
quando Tomás do Lago Medeiros recebeu a patente de Coronel de Paracatu, o
direito de guardamoria e o privilégio de distribuição das datas de terras
desta região, o ouro não havia sido descoberto, mas a região já era
conhecida e havia a expectativa da descoberta de metais preciosos por ali.
Em documento datado de 1722, era exigido dele como contrapartida pelos
privilégios recebidos, zelar pela boa composição do povoamento a ser
estabelecido nestas paragens:
... terá grandíssimo cuidado de que na gente com que entrar na dita
conquista haja toda quietação e sossego, para o que aproveitara muito
não levar em sua companhia criminosos, nem malfeitores antes pessoas que
vão só a ela, não por fugirem à justiça, mas por buscar a conveniência
nos descobrimentos...
Os
cuidados que as prováveis regiões mineradoras mereciam das cortes
portuguesas indicam a importância dessa atividade para a economia da
época.
Descoberto o ouro, a atração exercida pela abundância com que este fluía
de seus veios d’água contribuiu para o rápido crescimento do Arraial de
São Luiz e Sant’Anna das Minas do Paracatu. Após período de grande
crescimento, o arraial foi elevado a vila com o nome de Paracatu do
Príncipe, em 1798, por um alvará de D. Maria (a louca).
A efêmera riqueza logo se dissipou e o declínio produtivo do ouro aluvial provocou a decadência econômica da vila.
A
cidade retomou seu crescimento com base na agropecuária e viveu uma
efervescência cultural no século XIX, da qual ainda hoje se orgulha. Desta
época ainda existe um conjunto arquitetônico com características
particulares e um interesse por todos os tipos de manifestações artísticas
e culturais.
Em
meados do século XX, com a construção de Brasília, a região tomou novo
impulso e Paracatu beneficiou-se da sua situação às margens da BR 040. A
transferência da capital federal para o interior do país já havia sido
sugerida durante o período monárquico por José Bonifácio de Andrada, que
apontou como ideal a localização da comarca de Paracatu.
A modernidade
chegou trazendo inúmeras transformações, que vão desde um incremento da
economia até uma mudança de mentalidade que inclui novos valores, nova
arquitetura e novo estilo de vida.
Paracatu
conta hoje com uma agricultura altamente tecnificada, implantada em larga
escala; com uma pecuária intensiva; uma exploração mineral das mais
modernas do mundo; convivendo com uma exploração agrícola rudimentar de
subsistência e uma pecuária extensiva. No campo da mineração, o antigo
método do garimpo foi interditado.
A
cidade se mantém como pólo irradiador de cultura, de tecnologia e de
desenvolvimento dentro da região Noroeste de Minas Gerais e se orgulha de
sua gente hospitaleira, laboriosa e da sua tradição artística e cultural.
Paracatu, terra de contrastes que mistura rusticidade e simplicidade
com cultura e sofisticação aguarda sua visita.
refrerencias:
wikipedia
Ache Tudo e Região