Pouco se sabe com absoluta certeza a
respeito do povoamento do território do
atual Município. Segundo versão das mais
antigas, considera-se como fundador de Barra
do Corda o cearense Manoel Rodrigues de Melo
Uchoa.
O território constituía domínio de tribos
canelas, do tronco dos gês e guajajaras, da
linha Tupi. Nos anos que se seguiram à
Independência, Melo Uchoa, por questões de
família, foi ter a Riachão, no Estado do
Maranhão.
Em suas viagens a São Luís, estabeleceu boas
relações de amizade com cidadãos de prol,
entre os quais o Cônego Machado.
Orientado por este, ao que parece, foi
levado a escolher um local, entre a Chapada,
hoje Grajaú, e Pastos Bons, para lançar as
bases de uma povoação.
Em 1835, impondo a si e a sua própria
família os maiores sacrifícios, Melo Uchoa
embrenhava-se na mata, por muito tempo,
acompanhado apenas de um escravo e, mais
tarde, por alguns índios canelas, chamados "mateiros".
Melo Uchoa, por certo margeou o rio Corda,
ou "das Cordas", até a sua embocadura,
chegando ao local que escolheu para fundar a
nova cidade, atendendo não só às condições
gráficas como as comodidades relativas
ao suprimento de água potável e ainda à
possibilidade de navegação fluvial até São
Luís.
Sua esposa, D. Hermínia Francisca Felizarda
Rodrigues da Cunha, fazendo-se acompanhar de
seu compadre Sebastião Aguiar, foi a sua
procura, viajando até a fazenda "Consolação",
onde, devido ao adiantado estado de gestação
em que se encontrava, viu-se obrigada a
permanecer; Sebastião Aguiar ordenou ao
escravo Antônio Mulato que prosseguisse na
busca de Uchoa.
O encontro não tardou muito e, em breve,
estavam todos reunidos. Melo Uchoa relatou
suas aventuras, informando sobre a planície
cortada por dois rios, considerando-a o
lugar apropriado para a povoação desejada.
Ao dar sua esposa à luz uma menina, Melo
Uchoa exclamou: "Feliz é a época que
atravesso. A providência acaba de me
agraciar com duas filhas risonhas e diletas
- a Altina Tereza e a futura cidade, que
edificarei".
Ao voltar ao local onde pretendia construir
a nova cidade, já agora acompanhado de sua
família, alguns amigos e índios, levantou um
esboço gráfico, detalhando os contornos
da última curva do Corda e mais acidentes
locais.
Mais tarde, levou o "croquis" ao
conhecimento do Presidente da Província,
Antônio Pedro da Costa Ferreira, por
intermédio de outro prestimoso amigo, o
Desembargador Vieira. Assim teve início a
fundação de Barra do Corda, em 1835.
Melo Uchoa tinha o posto de Tenente de
Primeira Linha e foi precursor da abertura
de estradas e da proteção aos índios, no
século passado, sendo o primeiro encarregado
desse serviço. Construiu a primeira estrada
entre Barra do Corda e Pedreiras, com 240
quilômetros de extensão. Faleceu paupérrimo,
em Barra do Corda, segundo consta, em 7 de
setembro de 1866, deixando sete filhos.
Colaborando com o fundador, após sua morte,
empenharam-se no desenvolvimento de Barra do
Corda, entre outros, Abdias Neves, Frederico
Souza Melo Albuquerque, Isaac Martins,
Frederico Figueira Fortunato Fialho, Anibal
Nogueira, Vicente Reverdoza e Manoel
Raimundo Maciel Parente.
Este último, um dos baluartes do
desenvolvimento de Barra do Corda, é
considerado, por alguns, como o seu fundador,
mas é fora de dúvida que tal prerrogativa
pertence a Melo Uchoa que tem seu nome na
principal praça da cidade, num povoado e na
maior aldeia de índios guajajaras.
O território do Município recebeu
sucessivamente as denominações de Missões,
Vila de Santa Cruz, Santa Cruz da Barra do
Corda e Barra do Rio das Cordas. Fato de
grande repercussão ligado à historia do
Município foi o massacre da colônia Alto
Alegre pelos índios, em 13 de março de 1901,
no qual pereceram mais de 200 pessoas.
Mais recentemente teve Barra do Corda sua
vida conturbada por ocasião dos movimentos
revolucionários de 1924 e 1930.
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Barra
do Corda, pela lei provincial nº 368, de de
24-07-1854, subordinado ao município de
Chapada.
Elevado à categoria de vila com a
denominação de Barra do Corda, pela lei
provincial nº 342, de 31-05-1854,
desmembrado de Chapada. Sede na atual vila
de Barra do Corda. Instalado em 28-05-1854.
Pela lei municipal de 06-06-1896, é criado o
distrito de Curador e anexado ao município
de Barra do Corda.
Pela lei municipal de 09-06-1907. São
criados os distritos de Axixá, Leandro e
Papagaio e anexados ao município de Barra do
Corda.
Em divisão administrativa referente ao ano
de 1911, o município aparece constituído de
5 distritos: Barra do Corda, Curador, Axixá,
Leandro e Papagaio.
Em divisão administrativa referente ao ano
de 1933, o município é constituído do
distrito sede. Não figurando os distritos da
divisão de 1911.
Em divisões territoriais datadas de
31-XII-1936 e 31-XII-1937, o município
aparece constituído 2 distritos: Barra do
Corda e Curador.
Pelo decreto-lei estadual nº 820, de
31-12-1943, desmembrado de Barra do Corda o
distrito de Curador. Elevado à categoria de
município.
No quadro fixado, para vigorar no período de
1939-1943, o município é constituído do
distrito sede.
Pela lei estadual nº 269, de 31-12-1948, são
criados os distrito de Boa Esperança do
Mearim, Leandro, Papagaio e Resplandes e
anexados ao município de Barra do Corda.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950,
o município de Barra do Corda é constituído
de 5 distritos: Barra do Corda, Boa
Esperança do Mearim, Leandro, Papagaio e
Replandes.
Pela lei estadual nº 1139, de 27-04-1954,
desmembra do município de Barra do Corda o
distrito de Boa Esperança do Mearim. Elevado
à categoria de município com a denominação
de Esperantinópolis.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960,
o município é constituído de 4 distritos:
Barra do Corda, Leandro, Papagaio e
Resplandes.
Assim permanecendo em divisão territorial
datada de 17-I-1991.
Pela lei estadual nº 6201, de 10-11-1994,
desmembra do município de Barra do Corda o
distrito de Resplandes.
Elevado à categoria de município com a
denominação de Fernando Falcão.
Em divisão territorial datada de
15-VII-1997, o município é constituído de 2
distritos: Barra do Corda e Papagaio.
Assim permanecendo em divisão territorial
datada de 2005.
Referencias:
IBGE
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