Copa de 1950
Durante a década de 1940 não se teve
a realização das Copas previstas. A tragédia da Segunda
Guerra Mundial mobilizou o mundo para o esforço de
guerra e impediu a realização dos certames. A FIFA,
entretanto, permaneceu mobilizada e tão logo quanto foi
possível tratou de marcar a disputa da IV Copa em um
país fora do continente europeu, ainda em reconstrução.
A Copa do Mundo de 1950 contou com a participação de 13
países. Trinta e três participaram das eliminatórias. O
campeonato ocorreria no Brasil.
Para a ocasião, foi construído o Estádio Municipal do
Rio de Janeiro, o Maracanã. O Brasil organizou um
mundial que só foi superado décadas depois. O Brasil de
Zizinho, Barbosa, Bauer e Ademir (que foi artilheiro da
Copa) foi brilhante, mas perdeu na final para o Uruguai.
Copa do Mundo
FIFA de 1950
IV Campeonato Mundial de Futebol
Dados
Participantes 13 (32 nas Eliminatórias)
Organização
Anfitrião Brasil
Período 24 de Junho – 16 de Julho
Gol(o)s 88 (média de 4 por partida)
Jogos
Média gols por partida
Campeão Uruguai
Vice-campeão Brasil
Campeão do interior
Melhor marcador Ademir (9)
Maior goleada (diferença)
Público 1.043.500 (média de 47.431 por partida |
|
Plano de fundo
Por causa da Segunda Guerra Mundial, a Copa do Mundo não
vinha sendo disputada desde 1938; as Copas do Mundo de
1942 e 1946 foram canceladas. Após a guerra, a FIFA
desejava ressuscitar a competição assim que possível, e
começaram a planejar a próxima copa.
No pós-guerra, a
maior parte do continente europeu estava em ruínas. Como
resultado, a FIFA teve algumas dificuldades em encontrar
algum país interessado em sediar o evento, uma vez que
muitos governos acreditavam que o cenário mundial não
favorecia uma celebração esportiva, e também era mais
importante que os recursos que seriam investidos na Copa
do Mundo não fossem extraídos de outras fontes mais
urgentes.
Por algum tempo, a Copa do Mundo estava em
risco de não ser realizada por causa de uma falta de
interesse da comunidade internacional, até que o Brasil
apresentou uma proposta ao Congresso da FIFA de 1946, se
oferecendo a sediar o evento, contanto que o torneio
fosse realizado em 1950 (estava originalmente planejado
para 1949). Brasil e Alemanha eram os principais
candidatos à cancelada Copa do Mundo de 1942; uma vez
que tanto os torneios de 1934 e 1938 foram sediados na
Europa, historiadores do futebol geralmente concordam
que o evento de 1942 provavelmente seria sediado por um
país sul-americano. A nova proposta brasileira era muito
semelhante a de 1942 e foi rapidamente aceita.
Eliminatórias
Tendo escolhido uma sede segura para o torneio, a FIFA
ainda dedicaria algum tempo para convencer os países a
mandar suas seleções nacionais para competir. A Itália
era de um interesse particular para a entidade: os
italianos eram os defensores do título (vencedores em
1938), mas o país estava se reconstruindo após o final
da Segunda Guerra, e primeiramente havia um interesse
próximo ao nenhum dos italianos se inscreverem. A
Azzurra foi finalmente convencida a participar, porém há
rumores que a FIFA teve que custear as viagens para que
a seleção italiana pudesse viajar até o Brasil.
Enquanto Itália e Áustria, duas equipes bem sucedidas no
pré-guerra, não estavam sujeitos a sanções
internacionais, o Japão, ainda sob ocupação, e a ocupada
e dividida Alemanha ainda não tinham permissão para
competir. A região do Sarre, ocupada pelos franceses,
foi aceita pela FIFA duas semanas antes da Copa do
Mundo, vários meses antes que a federação de futebol da
Alemanha Ocidental fosse reinstalada. A Alemanha
Oriental ainda demoraria mais para fundar sua
associação.
As nações britânicas puderam competir, tendo se reunido
à FIFA quatro anos antes, após 17 de auto-exílio. Foi
decidido que o 1949-50 Home Championship seriviria de
eliminatória, com o campeão e vice se classificando. A
Inglaterra terminou em primeiro e a Escócia em segundo,
mas os escoceses optaram por não participar da Copa. Só
o fariam se tivessem conquistado o primeiro posto.
Dois outros times, Turquia e Índia, também desistiram
após se classificarem. A Índia não foi pois a FIFA não
permitiu que eles jogassem descalços. França e Portugal
foram convidados para repor as vagas, mas declinaram.
Incialmente a França concordou em jogar, mas depois
reclamou que as partidas de seu grupo compreenderiam uma
distância de mais de 3.000 quilômetros. Os franceses
disseram aos brasileiros que não sairiam de casa se isto
não fosse mudado. A Federação Brasileira recusou e a
França desistiu. Sendo assim, ainda que 16 times
estivessem originalmente previstos, somente 13 tomaram
parte no torneio.
Locais
Seis cidades sediaram o torneio:
Belo Horizonte, Estádio Raimundo Sampaio (Independência)
Curitiba, Estádio Durival Britto e Silva (Vila Capanema)
Porto Alegre, Estádio dos Eucaliptos
Recife, Estádio Adelmar da Costa Carvalho (Estádio da
Ilha do Retiro)
Rio de Janeiro, Estádio Jornalista Mário Filho (Estádio
do Maracanã)
São Paulo, Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho
(Estádio do Pacaembu)
Árbitros
Europa
Alois Beranek
George Mitchell
Jose Garcia Carrion
Ramon Roma Azon
Charles de La Salle
Benjamin Griffiths
Karel van der Meer
Arthur Edward Ellis
George Reader
Reginald Leafe
Generoso Dattillo
Giovanni Galeati
Leo Lemesic
José da Costa
Gunnar Dahlner
Ivan Eklind
Jean Lutz
Américas
Alfredo Alvarez
Alberto da Gama Malcher
Mario Gardelli
Mario Gonçalves Viana
Sergio Bustamante
Prudencio Garcia
Estevez Texada
Cayetano de Nicola
Mario Ruben Heyen
Esteban Marino
A competição
Na 1ª fase, o Brasil venceu por 4 a 0 o México, empatou
em 2 a 2 com a Suíça (neste jogo o Brasil atuou com
jogadores paulistas, pois o jogo foi no Pacaembu o único
fora do Maracanã, desfigurando a seleção) e venceu a
Iugoslávia por 2 a 0.
Uma das grandes decepções foi a Inglaterra, que perdeu
por 1 a 0 para os Estados Unidos, numa das maiores
zebras de todos os tempos. No seu grupo a classificada
foi a Espanha, "a fúria", que venceu a Inglaterra por 1
a 0, o Chile por 2 a 0 e os EUA por 3 a 1. O Uruguai só
enfrentou a Bolívia em Recife e goleou 8 a 0. A Itália,
bicampeã mundial, também caiu na 1ª fase, mas o time não
era nem sombra de antes devido ao trágico acidente aéreo
que vitimou o time inteiro do Torino, base da Squadra
Azurra. Os classificados foram os suecos, que ganharam
da Itália por 3 a 2 e empataram com o Paraguai em 2 x 2,
garantindo passagem para a fase seguinte. Na final, um
quadrangular inédito e único em copas: Brasil, Suécia,
Espanha e Uruguai.
Brasil 7 a 1 na Suécia e Brasil 6 a 1 na Espanha
garantiram ao Brasil uma boa vantagem frente ao Uruguai.
Em 16 de julho diante de um público de 199.954 pessoas
(alguns estimam cerca de 205 000 espectadores) no
Maracanã, o Brasil precisava apenas empatar com o
Uruguai e o troféu seria dos donos da casa. Após
vitórias esmagadoras contra Espanha e Suécia, parecia
certo que os brasileiros fossem ganhar o título,
especialmente quando Friaça abriu o placar aos dois
minutos do segundo tempo. Porém o Uruguai empatou com
Juan Alberto Schiaffino e, com 11 minutos faltando para
o final da partida, virou o jogo com um gol de Alcides
Ghiggia, tornando-se campeões mundiais pela segunda vez.
O Maracanaço
O jogo final é conhecido como maracanaço, derivada uma
expressão latina usada pelos adversários para provocar
os brasileiros.
O silêncio tomou conta do Maracanã às 16 horas e 50
minutos do dia 16 de julho. O Brasil precisava de um
empate. Saiu ganhando e perdeu por 2 a 1. Desolados, os
quase 200 mil torcedores demoraram mais de meia hora
para deixar o estádio. O time brasileiro fez trinta
lances a gol (dezessete no primeiro tempo e treze no
segundo). Os jogadores cometeram quase o dobro de
faltas, um total de 21, contra apenas onze do Uruguai.
O presidente da FIFA, Jules Rimet, conta um caso curioso
no seu livro La historie merveilleuse de la Cope du
Monde:"Ao término do jogo, eu deveria entregar a Copa ao
capitão do time vencedor. Uma vistosa guarda de honra se
formaria desde a entrada do campo até o centro do
gramado, onde estaria me esperando, alinhada, a equipe
vencedora (naturalmente, a do Brasil). Depois que o
público houvesse cantado o hino nacional, eu teria
procedido a solene entrega do troféu. Faltando poucos
minutos para terminar a partida (estava 1 a 1 e ao
Brasil bastava apenas o empate), deixei meu lugar na
tribuna de honra e, já preparando os microfones, me
dirigi aos vestiários, ensurdecido com a gritaria da
multidão".
Aconselhado a descer devagar a escada até o vestiário,
Jules Rimet ia acompanhado por delegados da FIFA,
dirigentes brasileiros e guardas armados com a missão de
proteger a taça de ouro.
"Eu seguia pelo túnel, em direção ao campo. A saída do
túnel, um silêncio desolador havia tomado o lugar de
todo aquele júbilo. Não havia guarda de honra, nem hino
nacional, nem entrega solene. Achei-me sozinho, no meio
da multidão, empurrado para todos os lados, com a Copa
debaixo do braço"
Jules Rimet não conseguiu entregar a taça e decidiu se
retirar. Mas logo depois voltou e Obdulio Varela recebeu
a taça. Rimet disse: "Estou feliz pela vitória que vocês
acabam de conquistar. Cheia de mérito, sobretudo por ter
sido inesperada. Com minhas felicitações".
Na tentativa de encontrar um culpado para a derrota do
Brasil, os supersticiosos de plantão culparam a troca do
local de concentração na véspera da final. O Brasil
trocou a concentração de Joá pelo estádio do Vasco da
Gama em São Januário.
Outros culpam Flávio Costa pelas 2 horas de missa na
manhã do jogo impostas pelo treinador aos jogadores, que
rezaram de pé.
Portugal na Copa
Uma vez mais, Portugal não chegou à fase final e uma vez
mais foi afastado pela Espanha em 2 jogos. A 2 de Abril
de 1950, em Madrid, a Espanha ganhou 5-1 com golos de
Zarra, Basora, Painzo (2) e Molowny, e Cabrita. Em
Lisboa, a 9 de Abril de 1950, Portugal empatou 2-2 com
gols de Travaços e Jesus Correia, e Zarra e Gainza.
Bem perto do início da fase final, diversas equipes
desistiram, e a organização brasileira convidou Portugal
a participar, mas o convite foi declinado.
Fase Inicial
Grupo 1
Time Pts J V E D GF GS SG
Brasil 5 3 2 1 0 8 2 6
Iugoslávia 4 3 2 0 1 7 3 4
Suíça 3 3 1 1 1 4 6 -2
México 0 3 0 0 3 2 10 -8
24 de junho de 1950
15:00 Brasil 4–0 México Rio de Janeiro, Estádio
Jornalista Mário Filho
Árbitro: Reader ( Inglaterra)
Público: +81 000
Ademir 31', 79'
Jair 65'
Baltazar 71'
--------------------------------------------------------------------------------
25 de junho de 1950
18:00 Iugoslávia 3–0 Suíça Belo Horizonte, Estádio
Raimundo Sampaio
Árbitro: Galeati ( Itália)
Público: ~8 000
Mitić 60'
Tomašević 70'
Ognjanov 76'
--------------------------------------------------------------------------------
28 de Junho de 1950
15:00 Brasil 2–2 Suíça São Paulo, Estádio do Pacaembu
Árbitro: Azon ( Espanha)
Público: +42 000
Alfredo 3'
Baltazar 43' Patton 17', 88'
--------------------------------------------------------------------------------
28 de junho de 1950
18:15 México 1–4 Iugoslávia Porto Alegre, Estádio dos
Eucaliptos
Árbitro: Leafe ( Inglaterra)
Público: +11 000
Ortiz 89' pen Bobek 20'
Z. Čajkovski 23', 51'
Tomašević 80'
--------------------------------------------------------------------------------
1º de julho de 1950
15:00 Brasil 2–0 Iugoslávia Rio de Janeiro, Estádio do
Maracanã
Árbitro: Griffiths ( País de Gales)
Público: +142 000
Ademir 4'
Zizinho 89'
--------------------------------------------------------------------------------
2 de julho de 1950
15:40 México 1–2 Suíça Porto Alegre, Estádio dos
Eucaliptos
Árbitro: Eklind ( Suécia)
Público: +3 500
Casarín 89' Bader 10'
Antenen 44'
Grupo 2
Time Pts J V E D GF GS SG
Espanha 6 3 3 0 0 6 1 5
Inglaterra 2 3 1 0 2 2 2 0
Chile 2 3 1 0 2 5 6 -1
Estados Unidos 2 3 1 0 2 4 8 -4
25 de junho de 1950
15:00 Inglaterra 2–0 Chile Rio de Janeiro, Estádio do
Maracanã
Arbitro: van der Meer ( Países Baixos)
Público: +30 000
Mortensen 27'
Mannion 51'
--------------------------------------------------------------------------------
25 de junho de 1950
15:00 Espanha 3–1 Estados Unidos Curitiba, Estádio
Durival de Britto
Arbitro: Vianna ( Brasil)
Público: +9 000
Basora 75', 78'
Zarra 85' J. Souza 17'
--------------------------------------------------------------------------------
29 de Junho de 1950
15:00 Espanha 2–0 Chile Rio de Janeiro, Estádio do
Maracanã
Arbitro: Malcher ( Brasil)
Público: ~20 000
Basora 17'
Zarra 30'
--------------------------------------------------------------------------------
29 de junho de 1950
18:00 Estados Unidos 1–0 Inglaterra Belo Horizonte,
Estádio Independência
Arbitro: Datillo ( Itália)
Público: +10 000
Gaetjens 38'
--------------------------------------------------------------------------------
2 de julho de 1950
15:00 Espanha 1–0 Inglaterra Rio de Janeiro, Estádio do
Maracanã
Arbitro: Galeati ( Itália)
Público: +74 000
Zarra 48'
--------------------------------------------------------------------------------
2 de julho de 1950
18:00 Chile 5–2 Estados Unidos Recife, Estádio Ilha do
Retiro
Arbitro: Gardelli ( Brasil)
Público: ~8 000
Robledo 16'
Riera 32'
Cremaschi 54', 82'
Prieto 60' Wallace 47'
J. Souza 48' pen
Grupo 3
Time Pts J V E D GF GS SG
Suécia 3 2 1 1 0 5 4 1
Itália 2 2 1 0 1 4 3 1
Paraguai 1 2 0 1 1 2 4 -2
25 de junho de 1950
15:00 Suécia 3–2 Itália São Paulo, Estádio do Pacaembu
Arbitro: Lutz ( Suíça)
Público: +50 000
Jeppsson 25', 68'
Andersson 33' Carapellese 7'
Muccinelli 75'
--------------------------------------------------------------------------------
28 de junho de 1950
15:30 Suécia 2–2 Paraguai Curitiba, Estádio Durival de
Britto
Arbitro: Mitchell ( Escócia)
Público: 7.903
Sundqvist 24'
Palmer 26' A. López 32'
C. López 89'
--------------------------------------------------------------------------------
2 de julho de 1950
15:00 Itália 2–0 Paraguai São Paulo, Estádio do Pacaembu
Arbitro: Ellis ( Inglaterra)
Público: ~26 000
Carapellese 12'
Egisto Pandolfini 62'
Índia desistiu
Grupo 4
Time Pts J V E D GF GS SG
Uruguai 2 1 1 0 0 8 0 8
Bolívia 0 1 0 0 1 0 8 -8
2 de julho de 1950
18:00 Uruguai 8–0 Bolívia Belo Horizonte, Estádio
Independência
Arbitro: Reader ( Inglaterra)
Público: ~5 000
Míguez 14', 45', 56'
Vidal 18'
Schiaffino 23', 59'
Pérez 73'
Ghiggia 83'
Turquia e Escócia desistiram.
Portugal e França desistiram.
Rodada Final
Time Pts J V E D GF GS SG
Uruguai 5 3 2 1 0 7 5 2
Brasil 4 3 2 0 1 14 4 10
Suécia 2 3 1 0 2 6 11 -5
Espanha 1 3 0 1 2 4 11 -7
9 de julho de 1950
15:00 Brasil 7–1 Suécia Rio de Janeiro, Estádio do
Maracanã
Arbitro: Eliis ( Inglaterra)
Público: +138 000
Ademir 17', 36', 52', 58'
Chico 39', 88'
Maneca 85' Andersson 67' pen
--------------------------------------------------------------------------------
9 de julho de 1950
15:00 Uruguai 2–2 Espanha São Paulo, Estádio do Pacaembu
Arbitro: Griffths ( País de Gales)
Público: +44 000
Ghiggia 29'
Varela 73' Basora 32', 39'
--------------------------------------------------------------------------------
13 de julho de 1950
15:00 Brasil 6–1 Espanha Rio de Janeiro, Estádio do
Maracanã
Arbitro: Leafe ( Países Baixos)
Público: +152 000
Ademir 15', 57'
Jair 21'
Chico 31', 55'
Zizinho 67' Silvestre 71'
--------------------------------------------------------------------------------
13 de julho de 1950
15:00 Uruguai 3–2 Suécia São Paulo, Estádio do Pacaembu
Arbitro: Galeati ( Itália)
Público: +8 000
Ghiggia 39'
Míguez 77', 85' Palmer 5'
Sundqvist 40'
--------------------------------------------------------------------------------
16 de julho de 1950
15:00 Suécia 3–1 Espanha São Paulo, Estádio do Pacaembu
Arbitro: van der Meer ( Países Baixos)
Público: ~18 000
Sundqvist 15'
Mellberg 33'
Palmer 80' Zarra 82'
--------------------------------------------------------------------------------
16 de julho de 1950
15:00 Uruguai 2–1 Brasil Rio de Janeiro, Estádio do
Maracanã
Árbitro: George Reader ( Inglaterra)
Público: 199,854
Schiaffino 66'
Ghiggia 79' Friaça 47'
Uruguai
Brasil
A Seleção Uruguaia posando antes da partida decisiva
contra o Brasil em 1950. Da esquerda para a direita, em
pé: Varela, o técnico López, Tejera, dois membros da
comissão técnica, Gambetta, Matías González, Máspoli,
Rodríguez Andrade e outro membro da comissão técnica;
agachados, um membro da comissão, Ghiggia, Julio Pérez,
Míguez, Schiaffino, Morán e outro membro da
comissão.Vencedor.
Campeão da Copa do Mundo FIFA de 1950
Uruguai |
|
Curiosidades
Brasil 7 x 1 Suécia e Brasil 6 x 1 Espanha foram as duas
maiores goleadas da seleção em Copas.
O iugoslavo Rajko Mitić bateu a cabeça em uma viga do
vestiário minutos antes do jogo contra o Brasil. O
atacante foi obrigado a entrar em campo com atraso. Azar
da Iugoslávia. Enquanto Mitić ainda estava no vestiário
para receber seu curativo, o Brasil fez 1 x 0.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Jules Rimet transferiu
a sede da Fifa de Paris para Zurique como forma de
evitar a influência nazista. Falava-se que havia um
plano de Hitler para levar a entidade a Berlim.
Várias seleções desistiram de participar da Copa, como
França, Turquia, Portugal, Escócia e até Índia e
Birmânia. Em geral, os países se sentiram desencorajados
pelo custo da viagem até o Brasil. Mas o caso da Escócia
foi raro. Superados pelos ingleses nas Eliminatórias, os
escoceses achavam que não havia motivos para disputar um
torneio no qual participaria a Inglaterra.
Com a não-participação da França, Bélgica e Romênia, que
haviam participado de todas as Copas anteriores, o
Brasil se tornou o único país do mundo a enviar sua
seleção a todas as edições do Mundial, marca que dura
até os dias atuais.
A vitória da seleção amadora dos Estados Unidos sobre a
Inglaterra é considerada a maior zebra da história das
Copas. Inventores do esporte, os ingleses participavam
pela primeira vez de um Mundial e chegaram ao Brasil
como favoritos ao título. Enquanto isso, os
norte-americanos tinham uma equipe amadora, formada por
imigrantes. O autor do gol foi Gaetjens, nascido no
Haiti. Em 2005, foi lançado um filme sobre a partida,
Duelo de Campeões.
Enquanto o Brasil goleava a Espanha, o público cantava a
marchinha "Touradas de Madri", composta por João de
Barro, o Braguinha, em 1938.
Enquanto jogavam Brasil e Espanha no Maracanã, no
Pacaembu em São Paulo, jogavam Suécia e Uruguai. O
empate em 2-2 daria por antecipação o título ao Brasil,
já que este goleava a Espanha por 6-1. Mas aos 40
minutos do segundo tempo (85' no tempo corrido), Ghiggia
fez o gol que deu a vitória ao Uruguai, e tirando o
título por antecipação do Brasil.
Curiosamente, o gol que Ghiggia marcou contra a Suécia
foi originada de uma jogada na direita, onde ele ganhou
na corrida do lateral-esquerdo sueco, chutando na saída
do goleiro. De um jeito semelhante, ele fez o gol do
título na final contra o Brasil no Maracanã, quatro dias
depois.
Cerca de 200 mil pessoas (cerca de 10% da população
carioca na época) foram ao Maracanã para ver a decisão
contra o Uruguai. Seria o maior público da história do
futebol se não houvesse "apenas" 173.850 pagantes. Com
isso, Brasil x Paraguai das Eliminatórias para a Copa de
1970, com 183.341, é o maior público oficial do futebol.
Jornais da época dizem que a torcida, após a virada
uruguaia, continuou incentivando a seleção brasileira, o
que vai contra a lenda de que o Maracanã se silenciou
nos minutos finais.
A Itália tentou defender seu título com uma equipe fraca
devido ao desastre de Superga, acidente aéreo que matou
todo o time do Torino (base da Azzurra) em 1949.
Existe uma lenda no Maracanã que, devido a quantidade de
pessoas na final (200.000 presentes), as pessoas tinham
que ficar em pé e de lado para que coubesse todos no
estádio.