Viajantes que por aqui passaram, no início do século XIX, falam em Itapemirim e Benevente, citam o monte Agá, mas não se reportam a Piúma e muito menos a Iconha. Em meados do século um inglês cavaleiro da fortuna, empresário que á atuara em Campos, RJ, juntamente com o Barão da Lagoa Dourada, Thomaz Dutton Júnior, conseguiu uma sesmaria na região, fez um trapiche em Piúma e ganhou bom dinheiro exportando toras para a Europa. As madeiras desciam em balsas, manejadas por índios puris, mas, no afã de colonizar a área, nosso inglês trouxe, de sua terra, famílias de colonos, entre os quais registrei Jayme Waak, Francis Pacca, Thomaz Oenes, John Ombre e Jorge Percival Burke, entre outros. Em 1886, o bispo do Rio de Janeiro, dom Pedro Maria de Lacerda, em visita pastoral à então Província, encontrouse com Dutton, que descreve como “velho inglês, de aspecto sisudo e simpático, muito cortês”. Disse ser conhecido do ótimo católico Diogo Andrews... Esclarece, todavia, o prelado que tanto Dutton como seus colonos eram protestantes. O velho Dutton morreu no começo do século passado e há registro de seu óbito no Cartório de Piúma. Posteriormente, os portugueses José Gonçalves da Costa Beiriz e Antonio José Duarte formaram uma firma que entrou em conflito judicial contra o inglês, tendo os lusitanos vencido a pendência e introduzido famílias italianas na área, que passou a chamar-se Iconha, talvez em virtude das serras gêmeas que contornam o rio e a vila. Vieram também libaneses, como comerciantes, cujo estudo foi feito em belo discurso por Douglas Puppim, quando tomou posse na Academia Espírito-santense de Letras, em setembro do ano passado. Não preciso enfatizar que o crescimento inicial de Iconha se deu (após o corte das madeiras de lei) com o plantio e comercialização do café.
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