Geografia
Santa Rita de Cássia BA
Clima
O clima de Santa Rita de Cássia é bem variado, como o de toda a zona
são-franciscana. Esta região possui duas estações climáticas bem
definidas: a estação seca e "fria", que vai de maio a setembro, e a
estação chuvosa e quente, que vai de outubro a abril.
É seco nas partes oeste e noroeste do município; nas vertentes do rio
Preto, onde há mais umidade, a temperatura baixa sensivelmente no
inverno, ocorrendo, às vezes, queda de geada.
A temperatura média na sede do município é de 28°C, com mínimas de 16°C e
máximas de 40°C. Sua posição geográfica assegura temperaturas elevadas
durante quase todo ano, devido à forte radiação solar.
Os índices pluviométricos variam entre 800 e 1000mm anuais,
concentrando-se as chuvas nos meses de novembro a março. A média da
umidade relativa do ar é de 70%, sendo a máxima de 90% em dezembro e a
mínima de 50% em agosto.
Relevo
Santa Rita de Cássia está localizada na porção nordeste do Planalto
Central. Seu terreno tem grafia suave, sem grandes variações de
altitude.
Nas serras que circundam o vale do rio Preto, encontram-se morros de
aproximadamente 300 metros de altura, como o Morro da Boa Vista, próximo
à área urbana do município.
A Chapada das Mangabeiras, localizada no extremo nordeste da Zona do
Jalapão, e a Serra da Tabatinga, um pouco mais a leste, são as grandes
divisoras entre os estados da Bahia e do Piauí. Essas grandes serras
limitam os vales quase planos dos rios Preto e Paraim, atuando como uma
fronteira natural que separa os municípios de Santa Rita de Cássia e
Mansidão do de Parnaguá.
O sítio onde a cidade se encontra está a 440 metros acima do nível do
mar.
Hidrografia
Vista parcial do rio Preto.Santa Rita de Cássia está geograficamente
inserida na região mais rica em recursos hídricos do Nordeste
brasileiro. A cidade se encontra na bacia hidrográfica do rio São
Francisco, na margem esquerda do rio Preto, afluente do rio Grande e
sub-afluente do Velho Chico.
Típica lagoa temporária formada pelo acúmulo de água das chuvas em
regiões de terreno rebaixado da zona rural de Santa Rita de Cássia.Nas
áreas rurais do município, é comum o surgimento de lagoas temporárias
durante a estação chuvosa em regiões de terreno rebaixado devido ao
acúmulo de água das chuvas.
Além dessas lagoas temporárias, existe na região uma série de lagoas de
regime perene, como a Lagoa do Tanque, que tem 500 metros de comprimento
por 330 de largura; a Lagoa dos Campos, com dimensões de 800 metros de
comprimento por 600 de largura; a Lagoa do Peixe, medindo 900 metros de
comprimento por 500 metros de largura; a Lagoa do Cercado, medindo 300
metros de comprimento por 300 metros de largura; a Lagoa dos Retirantes,
na localidade de Descoberta, com 500 metros de comprimento e 300 metros
de largura; e por fim a Lagoa do Monte Alegre, que tem 600 metros de
comprimento por 400 de largura e 2 metros de profundidade, localizada no
povoado de mesmo nome.
11° 00' 32" S 44° 31' 08" O
Estado Bahia
Mesorregião Extremo Oeste Baiano
Microrregião Cotegipe
Região metropolitana
Municípios limítrofes Cotegipe (Bahia), Cristalândia do Piauí (Piauí),
Formosa do Rio Preto (Bahia), Júlio Borges (Piauí), Mansidão (Bahia),
Parnaguá (Piauí), Riachão das Neves (Bahia), Sebastião Barros (Piauí).
Distância até a capital 1006 quilômetros
Características geográficas
Área 6.071,116 km²
Densidade 4,1 hab./km²
Altitude 440 metros
Clima tropical
Indicadores
IDH 0.651
Demografia
A taxa de urbanização de Santa Rita de Cássia era de 50,72% em 2000. A
população urbana do município naquele ano era de aproximadamente 12.185
habitantes, enquanto a rural era de 11.841.
A organização espacial da área urbana de Santa Rita de Cássia é dividida
em bairros, para fins administrativos. São eles: Centro, BNH, Samambaia
e Alto da Boa Vista. Há também os povoados de Aroeiras, Formigueiro,
Ingazeira, Itiquera, Malhada Grande, Monte Alegre, Peixe-de-Dentro,
Tanquinho e Vargem Grande, localizados na zona rural.
Com o desenvolvimento do plantio da soja em Barreiras na década de 80,
Santa Rita de Cássia vem recebendo desde então um pequeno, mas contínuo
fluxo de migrantes do sul do país, a maioria de ascendência italiana,
que passaram a se estabelecer na região devido às oportunidades
econômicas que essa nova fronteira agrícola do país oferece.
O município de Santa Rita de Cássia apresenta uma série de problemas
socioeconômicos. Seu IDH, o 106º melhor dentre os municípios baianos,
reflete claramente isso. Se fosse um país, o município de Santa Rita de
Cássia ocuparia a 123ª posição no ranking mundial, ficando entre o
Tadjiquistão (0,652) e o Marrocos (0,640).
Economia
Segundo dados da SEI/IBGE, em 2003 o PIB do município apresentava a
seguinte composição setorial: 38,65% agropecuária, 8,39% indústria e
52,96% serviços.
Setor primário
Desde o início da sua história, a economia santarritense é
tradicionalmente caracterizada pela pecuária extensiva, com destaque
para os rebanhos de asininos, bovinos, caprinos e suínos. As criações de
aves, eqüinos e ovinos, embora menores, também têm um peso considerável
na vida econômica do município.
Na produção agrícola de Santa Rita de Cássia, destacam-se os cultivos de
feijão, mandioca (da qual Santa Rita é o 36º maior produtor baiano),
melancia (6º maior produtor do Estado) e milho, e em menor escala o da
cana-de-açúcar.
Os trabalhadores rurais do município estão organizados em três grandes
associações: Associação dos Pequenos Produtores Rurais; Associação dos
Produtores Rurais da Fazenda Senhor do Bonfim, vinculada ao Incra, com
sede na Fazenda Senhor do Bonfim (Coinfra); e por fim, o Sindicato dos
Trabalhadores Rurais de Santa Rita de Cássia, que é vinculado à Central
Única dos Trabalhadores (CUT) e à Confederação Nacional dos
Trabalhadores na Agricultura.
O principal fruto do extrativismo vegetal na região é a grande produção
de carvão vegetal; Santa Rita de Cássia está entre os municípios baianos
que mais produzem essa matéria-prima.
Manufatura
Conforme registros na JUCEB, Santa Rita de Cássia possuía em 2001 24
indústrias, ocupando o 117º lugar na posição geral do Estado da Bahia.
As tradicionais mini-indústrias artesanais fabricam uma grande variedade
de produtos caseiros, como o licor de caju e o de jenipapo, a rapadura
comum e a rapadura batida e os doces de buriti, caju e de murici, além
do beiju de massa. A produção desses produtos, porém, não acontece o ano
todo, limitando-se a determinadas épocas do ano, de acordo com a
disponibilidade da matéria-prima necessária (por exemplo, o vinho de
caju só é produzido no "tempo do caju", assim como o doce de murici só é
produzido no "tempo do murici" e etc.).
A criação de animais possibilita a fabricação de coalhadas, doce de
leite, manteiga de gado, requeijão e sabão, tanto para o consumo local
como para a comercialização.
A extração da aroeira propiciou o surgimento de uma pequena mas
expressiva indústria moveleira na região. Há também no município algumas
poucas indústrias de alvenarias e telhas.
No solo do município encontra-se argila em abundância para o artesanato e
areia para a construção civil.
Comércio
Em 2001, Santa Rita de Cássia contava com 535 estabelecimentos
comerciais, 30ª posição dentre os municípios baianos.
Telecomunicações
Em 1930 chega a Santa Rita de Cássia a primeira linha telegráfica.
Prédio da Rádio Comunitária Santa Rita.A Rádio Comunitária Santa Rita é
a emissora responsável por levar à população santa-ritense
entretenimento e notícias dos principais acontecimentos locais. Como
apoio à rádio, existe um serviço de alto-falante chamado A Voz da Igreja
Matriz, que é um carro da paróquia que percorre toda a cidade anunciando
missas, batismos, casamentos e funerais.
Em setembro de 2006, foi inaugurada a primeira torre de telefonia móvel
do município, o que permitiu à população o uso de telefones celulares.
Porém, essa torre capta apenas o sinal da operadora Vivo.
O primeiro periódico que circulou regularmente na cidade foi o A Idéia,
do dramaturgo Jorge Correia de Souza. O semanário foi editado durante
toda a década de 30, mas misteriosamente deixou de ser publicado na
década seguinte. Outro jornal que também marcou época em Santa Rita de
Cássia foi O Jovial, produzido pelo Grupo de Jovens da Igreja Católica
durante os anos 70.
Energia elétrica
A energia elétrica chegou a Santa Rita de Cássia em 1908, porém nessa
época somente as ruas principais e os prédios públicos foram
beneficiados; nas demais partes da cidade, permaneceu a iluminação a
gás.
Somente no início dos anos 40 é que o então prefeito Abdiel dos Reis
estendeu a energia elétrica a toda a área urbana do município; consta
que ele mandou instalar tudo com seus próprios recursos.
Até os anos 70, o motor responsável pela produção de eletricidade era
desligado às 10h da noite, para evitar uma sobrecarga de energia.
No ano de 2001, o município registrou 4 721 consumidores de energia
elétrica, com um consumo elétrico residencial médio de 78,45 kwh por
habitante (122º no ranking dos municípios baianos). A tensão padrão
usada em Santa Rita de Cássia é de 220 v.
Transportes
Ponte sobre o rio Preto que dá acesso à cidade.Santa Rita de Cássia,
distante 816 quilômetros de Brasília e 1006 de Salvador, está situada em
um importante entroncamento rodoviário e hidroviário, que interliga as
regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país.
Dentre os equipamentos urbanos do município, estão a rodoviária e um
pequeno entroncamento rodoviário, localizado a 67 quilômetros da cidade,
ao redor do qual se desenvolveu um vilarejo.
As rodovias e estradas que atravessam o município (sejam elas federais,
estaduais ou municipais) são conhecidas pelo seu péssimo estado de
conservação, o que dificulta a locomoção entre as localidades e aumenta
consideravelmente o tempo de viagem.
As principais rodovias que servem o município de Santa Rita de Cássia
são: BA-225, BA-351 e BA-451 (estaduais); BR-020, BR-135 e BR-242
(federais). Além dessas, existem várias estradas de chão que servem para
ligar a sede do município às áreas rurais.
O município conta ainda com um pequeno aeroporto, que na verdade é apenas
uma pista de pouso de pequeno porte, asfaltada e com 1000 metros de
comprimento.
Histórico
Atualmente, a navegação no rio Preto tem um caráter mais de lazer do que
propriamente o de transporte de pessoas e mercadorias, ao contrário do
que acontecia até a década de 60, quando o acesso à cidade por terra era
difícil devido à escassez de estradas. Por isso é que a região viveu
durante tanto tempo na dependência econômica do rio Preto, que foi de
fundamental importância para seu desenvolvimento. A sede do município de
Santa Rita de Cássia fica a 96km de distância da Serra do Boqueirão,
local de desembocadura do rio Preto, no município de Mansidão.
Até a década de 60, poucas eram as estradas ligando as vilas sertanejas,
entre elas uma franca estrada de cavaleiros, com 80 quilômetros de
extensão, que ligava Santa Rita de Cássia à vila de Corrente, no Piauí.
Em meados do século XIX, o tenente José da Rocha Medrado ampliou as
comunicações entre Santa Rita do Rio Preto e o estado do Piauí,
realizando a abertura de boas estradas para a sua fazenda Boa Esperança
(fazenda essa que está situada na divisa da Bahia com o Piauí),
figurando, pois, como porta de intercâmbio de pessoas e escoadouro das
produções de cada um deles para o outro. Antes dele, somente o Barão de
Cotegipe tinha tido a iniciativa de mandar abrir estradas comunicando as
vilas do sertão baiano.
Em 1886, o engenheiro Eduardo José de Moraes propôs ligar, por meio de um
canal, o rio Preto ao rio Gurguéia, para estabelecer uma navegação
regular de mais de 700 léguas de rios, incluindo aí o Parnaíba, desde o
interior da província até o oceano, mas o projeto não vingou.
No início do século XX, vários outros engenheiros, como Agenor Augusto de
Miranda, propuseram a abertura de rodovias ligando o vale do Parnaíba ao
do rio São Francisco, passando por Santa Rita de Cássia, mas suas idéias
e sugestões foram totalmente ignoradas pelos governos estaduais.
Somente com a inauguração de Brasília, em 1960, é que o município de
Santa Rita de Cássia se viu verdadeiramente integrado na malha
rodoviária nacional, uma vez que a Região Oeste da Bahia passou a ter
acesso às rodovias que levavam à nova capital e, conseqüentemente, aos
grandes centros urbanos do Sudeste.
Educação
Biblioteca Inah de Araújo Andrade da Escola Municipal Santa-ritense, a
maior biblioteca pública do município de Santa Rita de Cássia.Entre
instituições de ensino médio e de ensino fundamental, a rede educacional
de Santa Rita de Cássia é composta por vinte escolas, sendo nove
municipais, oito estaduais e três particulares. Oito dessas escolas
ficam na zona rural, e as doze restantes na área urbana do distrito
sede.
O número de bibliotecas não é proporcional ao tamanho da população,
sendo a Biblioteca Inah de Araújo Andrade da Escola Municipal
Santa-ritense (que conta com um acervo de 2200 volumes e é mantida pela
prefeitura) a principal biblioteca pública do município.
Com apenas quatro bibliotecas escolares (sendo que três delas são
fechadas ao público externo) e uma pública, a rede de bibliotecas de
Santa Rita de Cássia é deficitária e não atende às demandas
informacionais da população.
Cultura
O santa-ritense é um povo festeiro por natureza. Durante todo o mês de
janeiro, por exemplo, acontece a Folia de Reis, na qual grupos teatrais
percorrem toda a cidade seguidos por uma multidão, representando a
captura do boi em frente às casas das pessoas.
No período de 20 a 26 de março, a prefeitura patrocina as comemorações do
aniversário da cidade. Pela manhã há o hasteamento das bandeiras do
Brasil, da Bahia e a de Santa Rita de Cássia, seguido de discursos das
autoridades da cidade e por um culto ecumênico na Igreja Matriz. À tarde
são apresentadas peças folclóricas na Praça Rui Barbosa (mais conhecida
como Praça do Fórum) pelas escolas do município, e à noite os conjuntos
musicais da cidade se apresentam nessa mesma praça.
Em março também se inicia o Campeonato Santa-ritense de Futebol,
campeonato esse que dura até o mês de agosto. Entre março e abril
ocorrem as tradicionais festividades relacionadas à Semana Santa.
A Festa da Padroeira do município se estende do dia 15 ao dia 22 de
maio, e atrai pessoas de todos os municípios da região e de Brasília.
Juntamente com a Festa de Santa Rita de Cássia, acontece a tradicional
Vaquejada, entre os dias 18 e 20 de maio. Entre o final de maio e início
de junho acontece outra festa de caráter religioso: a também tradicional
Festa do Divino Espírito Santo. Junho é marcado, também, pela Festa de
São João, entre os dias 18 e 29 desse mês.
Em 7 de setembro, todas as escolas públicas e particulares de Santa Rita
de Cássia se juntam para organizar grandes desfiles em comemoração à
independência do Brasil. Assim como acontece na Folia de Reis, uma
grande multidão se amontoa para seguir o desfile, que percorre as
principais ruas da cidade.
Praça Rui Barbosa (mais conhecida como Praça do Fórum), ponto de encontro
da juventude santa-ritense.A cidade conta com o arquivo da Paróquia de
Santa Rita de Cássia, local onde estão arquivados documentos das várias
gerações de habitantes que a cidade já teve, tais como assentos de
batismo e casamento. A instituição mantenedora desse arquivo é a Diocese
de Barreiras, que também é proprietária do prédio da Igreja Matriz.
A Paróquia de Santa Rita de Cássia é a principal instituição de
divulgação cultural da cidade. Além do arquivo, ela mantém o Coral Santa
Rita, composto por um regente e 55 integrantes.
Em breve será inaugurada a Casa de Cultura de Santa Rita de Cássia, uma
espécie de museu onde será possível encontrar as biografias dos
santa-ritenses mais ilustres da história, aqueles que mais contribuíram
para o desenvolvimento da região. Essa Casa irá funcionar onde hoje é o
Mercado Velho, na praça da Bandeira. O prédio passará por uma grande
reforma antes, passando a abrigar uma moderna sala de cinema e outra
para apresentações teatrais, bem como um espaço para exposições de peças
de artesanato.
Devido à falta de opções culturais, a população de Santa Rita de Cássia
costuma se reunir à noite na Praça do Fórum, situada entre as avenidas
Santos Dumont e Anália Nascimento, no centro da cidade. Essa praça
funciona como um verdadeiro ponto de encontro, principalmente para os
jovens, com quiosques e muita música. É nessa praça também que acontecem
os principais eventos artístico-culturais da cidade.
A única galeria da cidade é a Sala de Exposição da Igreja Batista Canaã,
com capacidade para 30 pessoas, e que funciona conforme a necessidade.
Além dessa galeria, a cidade conta com 8 auditórios/salões para
convenções.
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