Após a invasão dos portugueses em terras antes nunca
pisadas por homens brancos, isso em 22 de abril de 1500, no caso do Brasil, começaram efetivamente
as ocupações dois anos mais tarde. O sistema de distribuição dessas terras, foi por um instrumento
denominado Carta Régia.
Assim conhecidas doze Capitanias Hereditárias e um sem número de Sesmarias, pedaço de terra de
extensão indefinida, dentro das Capitanias, em que o sesmeiro deveria cumprir certas obrigações,
como o envio de árvores de valor para a construção naval na metrópole.
De posse destas Cartas Régias, duas famílias que se tornaram poderosas pela extenção de terras
conquistadas e pelos currais de gado montados pelo interior, passaram a disputar com os índios
confederados as terras do Vale do Rio São Francisco.
A primeira, instalou o seu morgado no litoral baiano, formando a dinastia da Casa da Torre, dos
Garcia d'Ávila. Mas a Casa da Torre, segundo Pedro Calmon, se distraiu e quando foi advertida, os
Guedes de Brito já tinha montado oito curais de gado, no sertão da Bahia.
O morgado dos Guedes de Brito, conhecido por dinastia da Casa da Ponte, tornou-se tão poderoso que
os Garcia d'Ávila preferiam uma convivência pacífica a um enfrentamento belicoso. As duas Casas
decidiram, então, repartir entre si a ocupação das terras do Sertão do São Francisco,
considerando-se como os legítimos herdeiros dos despojos de uma guerra tida como justa. A guerra
travada no Vale do São Francisco contra os nativos teria sido uma guerra contra pagãos,
considerados bichos.
No século XVII, essas terras já integravam a Sesmaria do Itapicurú e Rio São Francisco, doadas em
conjunto ao Mestre de Campos, Antônio Guedes de Brito e Bernardo Vieira Ravasco, por volta do mês
do agosto de 1693.
Com Antônio Guedes de Brito, investido na patente de Mestre de Campos, coube desbravar o sertão do
Vale do São Francisco. Segundo alguns historiadores, ele teria partido com duzentos homens rumo ao
vale, mais teria sido morto, não completando a sua missão de "pacificar" o vale, combatendo índios
e negros aquilombados. Para o seu posto foi nomeado o General Mathias Cardoso de Almeida, o qual
teria posto fim à desordem com um verdadeiro massacre de índios e negros.
Entretanto, antes de morrer, Antônio Guedes de Brito, teria constituído Manoel Nunes Viana como
procurador de suas duas filhas: Isabel e Joana Guedes de Brito. Coube a Manoel Nunes Viana
estender os domínios dos Guedes de Brito, do Morro do Chapéu à Sabarabuçu, hoje Sabará, em Minas
Gerais.
Em 1709, foi fundada a vila de San Joze de Carunhenha, onde foi montado o seu quartel general. Em
17 de novembro, Manoel Nunes Viana seguiu para a Capitania de São Vicente, onde lutou na Guerra
dos Emboabas, retornando em 1712, seguindo a rota do ouro pelo Rio das Velhas, afluente do São
Francisco. Finalmente, a Sesmaria de São José de Carinhanha foi doada ao sesmeiro Athanásio de
Siqueira Brandão.
Gentílico:
Formação Administrativa
Segundo o livro Tombo do Arcebispado de Pernambuco, a Freguesia de São José de Carinhanha foi
instalada por Portaria de 06/08/1806, quando pertencia à Diocese de Pernambuco, pelo Bispo Azeredo
Coutinho.
Por Decreto da Sagrada Congregação Consistorial de 25/05/1854, mandado executar pelo Delegado
Apostólico Martins Marini, a 01/05/1855, foi esta Freguesia desmembrada da Diocese de Pernambuco e
incorporada à da Bahia.
Já no Catálogo Geral da Arquidiocese da Bahia, às fls. 57, vê-se que a Freguesia de São José de
Carinhanha foi criada por carta Régia da Rainha D. Maria I, a 29 de abril de 1779 e instalada a
Paróquia pelo visitador Francisco José Correia por delegação do Bispo de Pernambuco, Dom Azeredo
Coutinho.
Outras informações dão conta de que foi desmembrada de Paracatu, Minas Gerais, em 06/08/1806.
Colonizada pelo Bispo Azevedo Coutinho em 1804, sendo o primeiro Vigário o Pe. Pedro Machado da
Cruz Pereira.
Em 1913, Carinhanha passou à categoria de Freguesia de São José de Carinhanha, pertencente à
Comarca do Rio São Francisco, e foi elevada à categoria de vila em 20 de abril de 1832, sendo
inaugurada em 1834.
A emancipação do Município ocorreu em 17 de agosto de 1909, por força do Decreto Lei nº 762, sendo
desmembrada do município de Barra do Rio Grande.
Referencias:
IBGE
Ache Tudo e Região