Origem e povoamento
A primeira idéia
equivocada, e largamente difundida, diz respeito à existência aqui de
aldeia de índios caetés. Ora, sendo este um povo indígena extinto, do
tronco tupi, que habitava a costa da PB, de PE e AL, jamais habitaram o
sertão baiano. Os caetés pertenciam ao grupo tupi-guarani, enquanto os
índios do interior, originalmente chamados tapuias, compunham-se da etnia
Jê, cujas principais tribos foram dos aimorés, goitacás e cariris. Eram
tidos como mais atrasados que os primeiros.
A origem do
imbróglio tem sua justificativa, e como tal encontra-se disseminada. O
equívoco ganhou corpo já em 1892, no governo Rodrigues Lima, quando João
Gumes foi encarregado, pelo diretor do Arquivo Público da Bahia, de
fornecer informes sobre o Município. Arthur Dias, em 1896 já assinalava:
"Consta de antigas tradições que Caetité fôra em suas origens históricas
uma aldeola de índios Cahetés d'onde talvez lhe procede o nome, felizmente
ainda não substituído por alguma lei crismadora."
Apesar de corrigido nas
páginas do Jornal A Penna, (1927/28), a
informação ainda subsiste nos anais oficiais e
livros de memórias (a exemplo de "Caetité e o
clã dos Neves", de Marieta Lobão Gumes).
Habitavam a região ramos interioranos dos tupis,
os tupinaens e os patachós. Embora considerados
ágrafos, em Caetité resistem em grutas diversas
pinturas rupestres, marco da cultura silvícola
pré-colombiana.
O nome de Caetité -
Conquanto haja confusão entre o nome da cidade e
a tribo dos caetés, a historiografia local
(Helena Lima e Bartolomeu Mendes) justificam em
suas obras a real origem: caetité, vem do tupi,
forma sincopada de CAA (mata) ITA (pedra) ETÉ
(grande), devido ao local onde o núcleo
primitivo, inda hoje conhecido por "Caetité
Velho", ter se instalado, estar junto à famosa
Pedra Redonda, afloração rochosa a Leste da
cidade, visível de seu centro. Caetité, assim,
significa, grosso modo, "mata da pedra grande".
Povoamento - Os primeiros núcleos foram
postos de catequese, já no século XVII. As
terras pertenciam ao senhor da Casa da Torre, e
eram primitivamente destinadas à criação de
gado. Devido aos fatores climáticos agradáveis,
assim como a água farta, qual oásis em meio à
caatinga, o núcleo logo ganhou importância com a
vinda de diversas famílias que fugiam às
perseguições da Coroa Portuguesa, quando da
Inconfidência Mineira. Fazendas de criação agora
conviviam com engenhos e farta escravatura: a
riqueza e aristocracia compõem um núcleo onde a
cultura, permeada de civismo, nacionalismo,
fariam germinar um povo distinto de toda a
região, adentrando o século XIX com o pleito de
tornar-se Vila.
A Vila Nova do Príncipe e
Santana de Caetité - No ano de 1801 os
habitantes do local, então pertencente à Comarca
de Rio de Contas, se cotizaram para comprar à
Coroa o título de Vila, para tanto encaminhando
à Metrópole européia o requerimento. Houve
grande oposição por parte de Rio de Contas, o
que não impediu o deferimento do pleito no ano
de 1803.
O atraso se deu em
virtude da fuga da família Real para o Brasil,
face a invasão napoleônica. Foi somente depois
da mudança da administração para o Rio de
Janeiro, portanto, que Caetité foi elevada à
condição de vila, sob o pomposo nome de Vila
Nova do Príncipe e Santana de Caetité. Assim,
depois de erguido o Pelourinho na praça da
matriz, e construído o Prédio da Cadeia e Casa
da Câmara, no largo onde se realizavam as feiras
livres, foi instalada a vila no dia 05 de abril
de 1810.
Embora alguns desmembramentos
tenham ocorrido, conforme a historiografia
estadual o mapa da Bahia no ano de 1860 era o
apresentado a seguir. O território de Caetité,
então, limitava-se assim: a Oeste, com Urubu; a
Leste, com Barra do Rio de Contas, Ilhéus e
Belmonte; a Norte, com Minas do Rio de Contas;
ao Sul, com o Estado de Minas Gerais. Deste
imenso território inicial nasceram quarenta e
quatro cidades (listadas adiante). A 12
de outubro de 1867 a vila foi elevada a cidade,
pela Lei nº 995. Já então a cidade contava com a
participação no cenário cultural e político
baiano, como referência nas grandes decisões.
Caetité, terra de eleição. Quando o Imperador D.
Pedro I engendrou um destino para o herói da
Independência da Bahia, organizador do famoso e
destemido Batalhão dos Periquitos, no qual
serviu a nossa Joana d'Arc Maria Quitéria, foi
para Caetité que o enviou, sendo este o primeiro
grande vulto que nossa cidade abrigou. Era nada
menos que o Major José Antonio da Silva Castro,
vulgo Perequitão, tio do poeta Castro Alves.
Municípios que fizeram parte de Caetité
ANAGÉ
ARACATU
BARRA DO CHOÇA
BELO CAMPO
BOA NOVA
BOM JESUS DA SERRA
BRUMADO
CAATIBA
CACULÉ
CAETANOS
CANDIBA
CÂNDIDO SALES
CARAÍBAS
CONDEÚBA
DÁRIO MEIRA
ENCRUZILHADA
GUAJERU
GUANAMBI
IBIASSUCÊ
IBICUÍ
IGAPORÃ
IGUAí |
ITAGIBÁ
ITAPETINGA
JACARACI
LAGOA REAL
LICÍNIO DE ALMEIDA
MACARANI
MAETINGA
MALHADA DE PEDRAS
MANOEL VITORINO
MORTUGABA
NOVA CANAÃ
PINDAÍ
PIRIPÁ
PLANALTO
POÇÕES
PRESIDENTE JÂNIO QUADROS
RIBEIRÃO DO LARGO
RIO DO ANTONIO
TREMEDAL
URANDI
VITÓRIA DA CONQUISTA |
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