A região do atual estado do Amapá foi originalmente povoada por grupos
indígenas do tronco Aruaque, entre os quais destacam-se:
Guaiampis
Palicures
Tucujus
Chegada dos europeus
Vicente Yáñez Pinzón, em fevereiro de 1500.
Daniel de La Touche, Senhor de la Ravardière
Em sua obra "A Descoberta da Guiana", o navegador e explorador britânico
Sir Walter Raleigh descreveu uma "Província da Amapaia" como uma terra "maravilhosa
e rica em ouro", povoada por indígenas chamados "anebas" que teriam
presenteado o espanhol Antonio de Berreo com várias jóias daquele metal:
"A Província da Amapaia é um terreno muito plano e pantanoso próximo ao
rio; e por causa da água barrenta que se espraia em pequenas
ramificações por entre a terra úmida, lá crescem vermes e serpentes
venenosas. (...) Berreo esperava que a Guiana fosse mil milhas mais
próxima do que calhou de ser ao final; por meios dos quais suportaram
tanta carência e tanta fome, oprimidos com doenças dolorosas, e todas as
desgraças que se pode imaginar, perguntei àqueles na Guiana que haviam
viajado pela Amapaia, como sobreviveram com aquela água parda ou rubra
quando andaram por lá; e disseram-me que após o sol estar no meio do céu,
eles costumavam encher seus potes e pás com aquela água, mas antes disso
ou até o crepúsculo era perigosa de beber e, à noite, forte veneno."
Raleigh narra ainda como o rival espanhol tentou sair da região para
tomar a cidade mítica de Eldorado (que então se acreditava ficar na
Guiana) e não conseguiu, barrado pelo que seria hoje chamada de Serra
Tumucumaque:
"Desta província Berreo se apressou em sair tão logo a primavera e o
início do verão aparecera, e buscou sua entrada nas fronteiras do
Orinoco pelo lado sul; mas lá havia uma cordilheira de montanhas tão
altas e impenetráveis, que ele não pôde por modo algum marchar sobre
elas (...); e mais, para sua desvantagem, os caciques e reis da Amapaia
haviam dado saber de seu propósito aos guianeses, e que ele queria
saquear e conquistar o império, por esperar sua tão grande abundância e
quantidade de ouro. Ele passou pelas desembocaduras de vários grandes
rios que caem no Orinoco tanto do norte quanto do sul, que evito listar,
por enfado, e porque são mais prazerosos de descrever do que de ler."
Embora várias destas características sejam condizentes com o território
do Amapá, no entanto a interpretação da historiografia oficial situa
esta terra de "Amapaia" junto ao vale do rio Orinoco, no leste da
Venezuela.
O período colonial
Durante a Dinastia Filipina (1580-1640), estabelecida a presença
portuguesa em Belém do Pará a partir de 1616, iniciou-se a luta pela
ocupação e posse da bacia amazônica, que perdurou cerca de meio século
pelas armas, e mais de dois séculos pela diplomacia.
Em 1619, Manuel de Souza d'Eça foi designado para servir na Capitania do
Pará, no Estado do Maranhão, por três anos. As suas funções incluíam a
"(...) expulsão do inimigo do Cabo do Norte, e mais descobrimentos
(...)", para o que requeria homens, armas e equipamentos diversos. O
memorial que apresentou a respeito, detalha a situação estratégica da
embocadoura do rio Amazonas à época, descrevendo as atividades
estrangeiras e sugerindo as providências mais urgentes a serem tomadas
pela Coroa.
O Aviso de 4 de novembro de 1621 do Conselho da Regência de Portugal,
recomendava que se tomassem as medidas necessárias com o fim de povoar e
fortificar a costa que se estendia do Brasil a São Tomé da Guyana e
bocas do [rio] Drago [na Venezuela], e os rios daquela costa.
Finalmente, a partir de 1623, Luiz Aranha de Vasconcelos e Bento Maciel
Parente, tendo como subordinados Francisco de Medina, Pedro Teixeira e
Ayres de Souza Chichorro, com forças recrutadas em Lisboa, no Recife, em
São Luís do Maranhão e Belém do Pará, apoiadas por mais de mil índios
flecheiros mobilizados pelo frade franciscano Cristóvão de São José,
atacaram e destruíram posições inglesas e neerlandesas ao longo da
embocadoura do rio Amazonas, na ilha de Gurupá e na ilha dos Tocujus.
Como conseqüência, seis fidalgos ingleses foram mortos, os fortes
neerlandeses de Muturu e Nassau foram destruídos, centenas de
combatentes mortos ou capturados, provisões, armas, munições e escravos
da Guiné foram apresados, e um navio neerlandês afundado.
Dois anos mais tarde, em 1625, Pedro da Costa Favela, Jerônimo de
Albuquerque e Pedro Teixeira, com destacamentos de Belém e Gurupá,
reforçados por algumas centenas de indígenas chefiados pelo franciscano
Frei Antônio de Merciana, destruíram novos estabelecimentos na costa do
Macapá e no rio Xingú.
O Macapá era a designação genérica da região
compreendida entre a foz do rio Paru e a margem esquerda da foz do rio
Amazonas, abrangendo quatro províncias de indígenas ali aldeados por
missionários franciscanos, entre elas a chamada Província dos Tocujus.
Em 1637, o Rei Felipe IV de Espanha e III de Portugal concedeu a
donataria da Capitania do Cabo Norte a Bento Maciel Parente. A doação
foi registrada no livro Segundo da Provedoria do Pará.
Até meados do século XVII foram registrados choques entre portugueses,
neerlandeses e britânicos no delta do Amazonas e na Capitania do Cabo
Norte. No século XVIII, a França reivindicou a posse da região do Cabo
Norte, e embora o Tratado de Utrecht (1713) tenha estabelecido os
limites entre o Estado do Maranhão e a Guiana francesa, estes não foram
respeitados pelos franceses: o problema da posse da região permaneceria
pendente nas relações entre as duas Cortes.
À época, o governador de Caiena, marquês de Férolles, à frente de uma
força expedicionária francesa e indígena, arrasou os fortes portugueses
na região do Cabo Norte e apossou-se da região. Foram logo expulsos.
Da ocupação de Caiena à Proclamação da República
No contexto da Guerra Peninsular, após a chegada da Família Real
Portuguesa ao Brasil (1808), D. João VI determinou a ocupação da Guiana
Francesa como forma de retaliação pela ocupação de Portugal continental.
A Guiana Francesa esteve sob domínio português de 14 de janeiro de 1809
a 21 de novembro de 1817, tendo sido seu governador João Severiano
Maciel da Costa.
Dessa ocupação resultou a introdução, no Brasil, de certas plantas e
árvores ali aclimatadas e depois difundidas no país. Entre elas contam-se
a cana-de-açúcar (variedade caiena ou caiana), e a fruta-pão.
Após a Independência do Brasil (1822), a região mergulha em relativo
esquecimento, entrecortada por episódios da história regional, como a
Cabanagem (1835-1840).
A descoberta do ouro e a valorização da borracha no mercado
internacional, no último quartel do século XIX, promoveram o povoamento
do Amapá e acirraram as disputas territoriais. Uma comunidade de colonos
russos foi fundada em Calçoene em fins do século XIX.
Da proclamação da República aos nossos dias
Território Federal do Amapá
Graças à brilhante defesa da diplomacia do Barão do Rio Branco, a
Comissão de Arbitragem em Genebra, na Suíça, concedeu a posse do
território disputado ao Brasil (1 de maio de 1900), incorporado ao
Estado do Pará com o nome de Araguari.
Em plena Segunda Guerra Mundial, visando fatores estratégicos e de
desenvolvimento econômico, a região foi desmembrada do estado do Pará
pelo Decreto-lei n° 5.812, de 13 de setembro de 1943, constituindo o
Território Federal do Amapá.
A descoberta de ricas jazidas de manganês na Serra do Navio, em 1945,
revolucionou a economia local.
Com a promulgação da Constituição brasileira de 1988, a 5 de Outubro, o
Amapá foi elevado à categoria de Estado.
Guerra da Lagosta
Guerra da Lagosta
Em 1961, o então presidente da República, Jânio da Silva Quadros,
preparou um plano secreto para a invasão e conseqüente anexação
brasileira da Guiana Francesa. A operação chegou a entrar em fase de
treinamento militar, mas foi abortada pela inesperada renúncia de
Quadros.
Referencias;
Wikipedia
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