Matéria enviada do Governo do Paraná
SOJA TRANSGÊNICA
Não vale a pena plantá-la.....
Perguntas e respostas
sobre a soja
convencional
e a soja transgênica
O QUE VOCÊ GANHA COM A
SOJA PURA DO PARANÁ?
O QUE VOCÊ PERDERÁ COM
A SOJA TRANSGÊNICA?
O mercado mundial prefere a soja
transgênica ou a soja tradicional?
Para consumo humano, até os Estados Unidos utilizam mais a soja
convencional. Os principais países da Europa e da Ásia também preferem a
soja convencional. Muitos países rejeitam completamente a soja
transgênica.
Tanto é que os Estados Unidos estão perdendo mercado, porque sua soja é
basicamente transgênica. Suas exportações em 2004 (janeiro/agosto),
tiveram uma expressiva queda de 41,5% em volume, caindo de 16 milhões de
toneladas para 9 milhões de toneladas em comparação a igual período de
2003. E uma redução de 14,7% no preço médio por tonelada.
Mais significativa ainda é a redução de vendas dos Estados Unidos para a
União Européia. As exportações caíram de 2,2 milhões de toneladas para
apenas 937 mil toneladas. O mesmo aconteceu com as vendas para a China,
com dramática
queda de 5 milhões de toneladas para 2,2 milhões de toneladas.
A soja transgênica tem maior
produtividade que a soja convencional?
De jeito nenhum.
A soja transgênica não oferece maior produtividade. Já a soja convencional
brasileira tem maior produtividade que a soja transgênica americana,
produzindo na safra 2004 a média de 2.820 kg/ha, enquanto os americanos
produziram 2.280 kg/ha.
No Brasil, os
sojicultores gaúchos que plantaram soja transgênica na safra 2003/2004
produziram apenas 1.400 kg/ha , produtividade muito menor que a da soja
convencional do Paraná que, na mesma safra, teve rendimento de 2.550
kg/ha. Não foi um bom negócio para os gaúchos!
A soja transgênica
economiza em herbicidas?
Não. Estudos mundiais têm mostrado que a soja transgênica utiliza em média
11% mais herbicidas que os sistemas convencionais.
Mas vamos comparar o que acontece no Brasil. Os produtores gaúchos, para
plantar soja transgênica, tiveram que aumentar o consumo de glifosato em
94% nos últimos quatro anos, embora sua área semeada tenha crescido apenas
19,5%. Enquanto isso, o Paraná que planta soja convencional, teve um
incremento de 27,5% em sua área semeada e só aumentou a utilização de
glifosato em 12,7%.
E a contaminação
química do solo
e meio ambiente, como é que fica?
Aumenta.
Dados de pesquisadores independentes, reconhecidos internacionalmente (Qaim
& Traxler, 2003), afirmam que o número de aplicações de herbicida na soja
transgênica é 16% maior que na soja convencional. A quantidade de litros
de herbicida por hectare aplicado na soja transgênica chega a ser 248%
maior do que na soja convencional.
Outro grande risco é a contaminação pela polinização das lavouras de soja
convencional, a partir das plantações de soja transgênica.
Resíduos de herbicidas contaminam
mais o grão de soja transgênica?
Sim.
É alarmante o fato de que o limite de tolerância de resíduos de glifosato
para comercializar a soja transgênica tenha sido elevado de 0,2 mg/kg (que
era o limite para a soja convencional) para 10 mg/kg. Isso quer dizer que
agora se admite que a soja transgênica possa estar contaminada com 50
vezes mais resíduos de glifosato que a soja convencional.
E o volume total de glifosato aplicado é 5,50 l/ha na soja transgênica,
superando a soja convencional em 248,1% que usa apenas 1,58 l/ha.
As pragas estão desenvolvendo resistência ao glifosato, exigindo aumento
do número de aplicações, elevando os custos de produção. Cada vez o
agricultor tem que aumentar o coquetel de produtos para combater as
pragas. Logo o benefício do glifosato como secante não é real, porque é
provisório.
O preço da semente
de soja transgênica
é menor que o da soja convencional?
Claro que não.
Comparado com os preços da Argentina (no Brasil ainda não se comercializam
sementes transgênicas), a semente de soja transgênica custa, no mínimo, o
dobro do preço da semente de soja convencional. Nos últimos anos, em todo
o mundo, o preço da semente transgênica vem subindo mais que o da
convencional.
Quando a soja transgênica começou a ser plantada nos Estados Unidos, o
produtor pagava US$ 6,00 por bushel (saca de 27,5 quilos). Hoje, o preço
está em US$ 33,00 por bushel.
É muito alto o custo
da patente
da soja transgênica?
A
patente tem custos elevados para o produtor que paga os royalties na
compra das sementes ou na fase de comercialização. A Monsanto cobra R$
1,20 por saca comercializada. Na safra passada, esse custo era de R$ 0,60
por saca. Houve um aumento de 100%.
No Rio Grande do Sul, os royalties levaram cerca de 50% dos lucros dos
produtores gaúchos, representando um custo de 3,8% no preço de cada saca
comercializada.
Nos Estados Unidos,
este custo já chega a 18% por saca vendida.
O produtor de soja transgênica não pode se
livrar de pagar o custo da patente. Ficará para sempre “na mão” da
Monsanto.
E os agricultores do Paraná, que só plantaram soja convencional na safra
de 2003/2004, produzindo 10 milhões de toneladas, deixaram de pagar R$ 60
milhões de royalties. Na
safra de 2004/2005,
com o royalties de R$ 1,20, os produtores paranaenses de soja teriam que
pagar mais de R$ 120 milhões para a Monsanto.
Além dos problemas
econômicos, a soja
transgênica apresenta outros problemas?
Sim. A falta de pesquisas conclusivas e os riscos potenciais nos deixam
alertas para os efeitos sobre o meio ambiente e para as conseqüências para
a saúde de todos nós. Quando há ameaças deste tipo é melhor não arriscar.
Por isso, deve-se tomar precaução com a soja transgênica.
O princípio da precaução é adotado internacionalmente.
Porque é um caminho que não tem volta. Tanto para o produtor, para o
consumidor como para o meio ambiente.
A utilização da soja transgênica, no momento, é uma aventura
irresponsável.
O mercado da soja
paranaense corre
riscos com a soja transgênica?
Claro que sim.
O Paraná levou décadas para conquistar os mercados europeu e asiático pela
qualidade de sua soja convencional e pelos seus custos competitivos.
Podemos perder todo esse mercado e ficar na dependência de vender apenas
para quem compra soja transgênica, perdendo competitividade por deixar de
produzir um produto diferenciado e de 1ª linha.
Além do mais, com a soja transgênica ficaremos na dependência tecnológica
das sementes patenteadas e herbicidas produzidos pela Monsanto, empresa do
país que é nosso principal concorrente, ou seja, nos colocamos nas mãos de
nossos concorrentes pelo mercado mundial.
Como os Estados Unidos plantam soja transgênica em larga escala podem
controlar
as
cotações de soja transgênica em épocas de maior produção. Mas, não podem
influir no mercado de soja convencional.
Além disso, o governo norte-americano subsidia o seguro agrícola de seus
produtores com 40% do valor e garante, no local da colheita, um preço
mínimo consistente. O Brasil não tem condições de oferecer as mesmas
vantagens. Logo, se cairmos na armadilha dos
transgênicos, os nossos produtores não poderão competir em igualdade com a
soja transgênica norte-americana.
O agronegócio norte-americano já chegou a tentar pagar para que os
produtores brasileiros deixassem de plantar soja convencional, numa
manobra para impor o domínio de oferta de soja transgênica no mercado
mundial. Para os norte-americanos seria
mais barato pagar aos produtores brasileiros do que competir com a soja
convencional.
O bom senso mostrou, através dos tempos, que devemos nos aliar aos
consumidores e não aos concorrentes.
Como o consumidor está
reagindo ?
O
consumidor está exigindo cada vez mais o direito de se alimentar com
produtos não transgênicos, garantindo assim mais segurança para sua saúde
e de seus familiares. O consumidor está se informando melhor sobre os
riscos de produtos transgênicos. Países e consumidores passam a recusar
este tipo de produto.
Como ninguém vai a um supermercado e pede carne com anabolizantes, ninguém
vai pedir alimentos com transgênicos. O que se quer hoje é consumir
alimentos naturais.
E, daqui para frente, a tendência é que em todo o mundo os transgênicos
sejam rejeitados. Então, a soja transgênica perderá totalmente o mercado
na indústria de alimentos. E seu preço despencará, enquanto a soja
convencional terá a preferência e, conseqüentemente preço diferenciado.
Onde está ocorrendo esta reação ?
A rejeição à soja transgênica é uma tendência em vários países, mas com
grande repercussão na Europa, China e Japão. Cadeias multinacionais de
supermercados na Europa como Carrefour, Asda e Mark & Spencer preferem
comercializar alimentos totalmente livres de transgênicos. O mesmo
acontece com as gigantes Nestlé e Unilever .
Qual a posição do
Governo do Paraná?
O Governo do Paraná está
lutando pelo direito de só plantar soja convencional e soja orgânica no
Estado. Com isso o Governo do Paraná pretende:
- Garantir e preservar
os mercados para a soja paranaense, evitando a possibilidade de um colapso
econômico para os produtores de soja do Estado e para a própria economia
do Paraná;
- Manter a lucratividade
e a competitividade do complexo da soja no Paraná;
- Preservar o meio
ambiente e evitar a contaminação do solo e da água pelo uso excessivo de
herbicidas;
- Ter alimentos mais
saudáveis e seguros para o consumidor, com valor diferenciado ao produtor;
-
Usar o
princípio da precaução para zelar pela saúde da população, para cuidar do
meio ambiente e para preservar a economia do Estado.
-
E,
sobretudo, usar o princípio da precaução comercial para garantir a
produção de uma commodity diferenciada – a soja convencional – que terá
sempre mercados garantidos em todo o mundo.
O Governo tem a
obrigação de esclarecer produtores e
consumidores e proteger a economia do Paraná e do Brasil
MAIS INFORMAÇÕES:
Tel: 41-313-4064
E-mail:
sojadoparana@seab.pr.gov.br