EM EXTINÇÃO -
A Mata Atlântica é
considerada como a quinta área mais ameaçada
e rica em espécies endêmicas do mundo
A Mata Atlântica é
uma formação vegetal brasileira. Acompanhava o litoral do país do Rio
Grande do Sul ao Rio Grande do Norte (regiões meridionais e nordeste).
Nas regiões Sul e Sudeste chegava até Argentina e Paraguai. Em função do
desmatamento, principalmente a partir do século XX, encontra-se hoje
extremamente reduzida, sendo uma das florestas tropicais mais ameaçadas
do globo. Apesar de reduzida a poucos fragmentos, na sua maioria
descontínuos, a biodiversidade de seu ecossistema é uma dos maiores do
planeta. Cobria importantes trechos de serras e escarpas do Planalto
Brasileiro, e era contínua com a Floresta Amazônica. Foi a segunda maior
floresta tropical em ocorrência e importância na América do Sul, em
especial no Brasil.
Em termos gerais, a Mata Atlântica pode
ser vista como um mosaico diversificado de ecossistemas, apresentando
estruturas e composições florísticas diferenciadas, em função de
diferenças de solo, relevo e características climáticas existentes na
ampla área de ocorrência desse bioma no Brasil.
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Atualmente, restam cerca de 7,3% de sua
cobertura florestal original, tendo sido inclusive identificada como a
quinta área mais ameaçada e rica em espécies endêmicas do mundo. Na Mata
Atlântica existem 1.361 espécies da fauna brasileira, com 261 espécies de
mamíferos, 620 de aves, 200 de répteis e 280 de anfíbios, sendo que 567
espécies só ocorrem nesse bioma. Possui, ainda, cerca de 20 mil espécies
de plantas vasculares, das quais 8 mil delas também só ocorrem na Mata
Atlântica. Várias espécies da fauna são bem conhecidas pela população,
tais como os mico-leões e muriquis, espécies de primatas dos gêneros
Leontopithecus e Brachyteles, respectivamente. Vale lembrar que, no sul da
Bahia, foi identificada, recentemente, a maior diversidade botânica do
mundo para plantas lenhosas, ou seja, foram registradas 454 espécies em um
único hectare.
A exploração da Mata Atlântica vem
ocorrendo desde a chegada dos portugueses ao Brasil, cujo interesse
primordial era a exploração do pau-brasil. O processo de desmatamento
prosseguiu durante os ciclos da cana-de-açúcar, do ouro, da produção de
carvão vegetal, da extração de madeira, da plantação de cafezais e
pastagens, da produção de papel e celulose, do estabelecimento de
assentamentos de colonos, da construção de rodovias e barragens, e de um
amplo e intensivo processo de urbanização, com o surgimento das maiores
capitais do país, como São Paulo, Rio de Janeiro, e de diversas cidades
menores e povoados.
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A sua área atual
encontra-se altamente reduzida e fragmentada com seus remanescentes
florestais localizados, principalmente, em áreas de difícil acesso. A
preservação desses remanescentes vem garantindo a contenção de
encostas, propiciando oportunidades para desfrute de exuberantes
paisagens e desenvolvimento de atividades voltadas ao ecoturismo, além
de servir de abrigo para várias populações tradicionais, incluindo
nações indígenas. Além disso, nela estão localizados mananciais
hídricos essenciais para abastecimento de cerca de 70% da população
brasileira. |
A conservação da Mata Atlântica tem sido
buscada por setores do Governo, da sociedade civil organizada,
instituições acadêmicas e setor privado. Vários estudos e iniciativas têm
sido desenvolvidos nos últimos anos, gerando um acervo de conhecimento e
experiência significativo. Vale ressaltar, também, a existência de um
amplo arcabouço legal para a proteção do bioma.
Ecossistemas de Mata
Atlãntica
Ecossistemas
florestais e ecossistemas associados de Mata Atlântica
A totalidade da Floresta
Ombrófila Densa, do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte;
Florestas Estacionais
Deciduais e Semideciduais do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná,
São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo;
Florestas Estacionais
Semideciduais de Mato Grosso do Sul (vales dos rios da margem direita do
rio Paraná), Minas Gerais (vales dos rios Paranaíba, Grande e afluentes),
Minas Gerais e Bahia (vales dos rios Paraíba do Sul, Jequitinhonha, rios
intermediários e afluentes) e de regiões litorâneas limitadas do Nordeste,
contíguas às florestas ombrófilas; Totalidade da Floresta Ombrófila Mista
e os encraves de Araucária nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e
Minas Gerais;
Formações florísticas
associadas (manguezais, vegetação de restingas e das ilhas litorâneas);
Encraves de Cerrados,
campos e campos de altitude compreendidos no interior das áreas acima;
Matas de de morro e de encostas do Nordeste (brejos e chás),
particularmente as do Estado do Ceará, com ênfase nas da Serra de Ibiapaba
e de Baturité, e nas da Chapada do Araripe; e
Formações vegetacionais
nativas da Ilha de Fernando de Noronha.
Características
A área de domínio (área cuja vegetação clímax era esta formação
vegetal) abrangia total ou parcialmente dezessete estados:
Alagoas,cobria originalmente 52% da área do estado
Bahia, 31%
Ceará, 3%
Espírito Santo, 100%
Goiás, 3%
Mato Grosso do Sul, 14%
Minas Gerais, 45%
Paraíba, 12%
Paraná, 32%
Pernambuco, 18%
Piauí, 9%
Rio de Janeiro, 99%
Rio Grande do Norte, 6%
Rio Grande do Sul, 47%
Santa Catarina, 99%
São Paulo, 80%
Sergipe, 32%
A área original era 1.290.692,46 km², 15% do território brasileiro.
Atualmente o remanescente é 95.000 km², 7,3% da área original. |
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Formações do Domínio da Mata Atlântica
Definidas pelo CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) em 1992:
Floresta Ombrófila Densa
Floresta Ombrófila Mista
Floresta Ombrófila Aberta
Floresta Estacional Decidual
Floresta Estacional Semidecidual
Mangues
Restingas
Campos de altitude
Brejo de altitude
Enclaves Florestais do Nordeste
A proteção do CONAMA se estende não só à mata primária, mas também
aos estágios sucessionais em áreas degradadas que se encontram em
recuperação. A mata secundária é protegida em seus estágios inicial,
médio e avançado de regeneração.
O descobrimento e a exploração da Mata
Logo em seguida ao descobrimento, praticamente toda a vegetação
atlântica foi destruída devido à exploração intensiva e desordenada
da floresta. O pau-brasil foi o principal alvo de extração e
exportação dos exploradores que colonizaram a região e hoje está
quase extinto. O primeiro contrato comercial para a exploração do
pau-brasil foi em 1502, o que levou o Brasil a ser conhecido como
"Terra Brasilis", ligando o nome do país à destruição ecológica.
Outras madeiras de valor também foram exauridas: tapinhoã, sucupira,
canela, canjarana, jacarandá, araribá, pequi, jenipaparana, peroba,
urucurana e vinhático.
Esta foto foi tirada um dia antes da terraplanagem de uma grande
área de Mata Atlântica no litoral sul do Estado de São Paulo divisa
com Paraná em 1998, para construção de um grande condomínio de
luxoOs relatos antigos falam de uma floresta densa aparentemente
intocada, apesar de habitada por vários povos indígenas com
populações numerosas. A Mata Atlântica fez parte da inspiração
utópica para o renascimento do mito do paraíso terrestre, em obras
como as de Tommaso Campanella e Bacon.
No nordeste brasileiro a extinção foi total, o que agravou as
condições de sobrevivência da população, causando fome, miséria e
êxodo rural só comparados às regiões mais pobres do mundo. Nesta
região, seguindo a derrubada da mata, vieram plantações de
cana-de-açúcar; na região sul, foi a cultura do café a principal
responsável pela destruição total da vegetação nativa, restando uma
área muito pequena para a preservação de espécies; estas foram
postas em risco pela poluição ambiental ocasionada pela emissão de
agentes nocivos à sua sobrevivência.
Além da exploração de recursos florestais, houve um significativo
comércio exportador de couros e peles de onça (que chegou ao preço
de um boi), anta, cobras, capivara, cotia, lontra, jacaré,
jaguatirica, paca, veado, e outros animais, de penas e plumas e
carapaças de tartarugas.
Ao longo da história, personagens como José Bonifácio de Andrada e
Silva, Joaquim Nabuco e Euclides da Cunha protestaram contra o
modelo predatório de exploração.
Hoje, praticamente 90% da Mata Atlântica em toda a extensão
territorial brasileira está totalmente destruída. Do que restou,
acredita-se que 75% está sob risco de extinção total, necessitando
de atitudes urgentes de órgãos mundiais de preservação ambiental às
espécies que estão sendo eliminadas da natureza aceleradamente. Os
remanescentes da Mata Atlântica situam-se principalmente nas Serras
do Mar e da Mantiqueira, de relevo acidentado.
Exemplos claros da destruição da mata são a Ilha Grande e Serra da
Bocaina, e muitas regiões do Estado do Rio de Janeiro.
Entre 1990 e 1995, cerca de 500.317 ha foram desmatados. É a segunda
floresta mais ameaçada de extinção do mundo. Este ritmo de
desmatamento é 2,5 vezes superior ao encontrado na Amazônia no mesmo
período.
Em relação à exuberância do passado, poucas espécies sobreviveram à
destruição intensiva. Elas se encontram nos estados do Rio de
Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Paraná, sendo que existe a ameaça
constante da poluição e da especulação imobiliária.
A biodiversidade
Nas regiões onde ainda existe, a Mata Atlântica caracteriza-se pela
vegetação exuberante, com acentuado higrofitismo. Entre as espécies
mais comuns encontram-se algumas briófitas, cipós, e orquídeas.
Estrada da Graciosa, ParanáA fauna endêmica é formada principalmente
por anfíbios (grande variedade de anuros), mamíferos e aves das mais
diversas espécies. É uma das áreas mais sujeitas a precipitação no
Brasil. As chuvas são orográficas, em função das elevações do
planalto e das serras.
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A biodiversidade da
Mata Atlântica era maior até mesmo que a da Amazônia,
bem, era, desde que o "governo" comunista do (PT) trocou
a maior riqueza do país por combustiveis. |
Há subdivisões da mata, devidas a variações de latitude e altitude.
Há ainda formações pioneiras, seja por condições climáticas, seja
por recuperação, zonas de campos de altitude e enclaves de tensão
por contato. A interface com estas áreas cria condições particulares
de fauna e flora.
A exuberância da biodiversidadeA vida é mais intensa no estrato
alto, nas copas das árvores, que se tocam, formando uma camada
contínua. Algumas podem chegar a 60 m de altura. Esta cobertura
forma uma região de sombra que cria o microclima típico da mata,
sempre úmido e sombreado. Desta forma, há uma estratificação da
vegetação, criando diferentes habitats nos quais a diversificada
fauna vive. Conforme a abordagem, encontram-se de seis a onze
estratos na Mata Atlântica, em camadas sobrepostas.
Da flora, 55% das espécies arbóreas e 40% das não-arbóreas são
endêmicas (ocorrem apenas na Mata Atlântica). Das bromélias, 70% são
endêmicas dessa formação vegetal, palmeiras, 64%. Estima-se que 8
mil espécies vegetais sejam endêmicas da Mata Atlântica.
Observa-se também que 39% dos mamíferos dessa floresta são
endêmicos, inclusive mais de 15% dos primatas, como o
mico-leão-dourado. Das aves 160 espécies, e dos anfíbios 183, são
endêmicas da Mata Atlântica.
Flora
Se você fizer uma viagem do nordeste ao sul do Brasil, pelo litoral
e pelos planaltos interioranos, não irá admirar simplesmente a bela
paisagem da floresta atlântica, mas sim uma série de variações
conhecidas por nomes como Ombrófila Densa, Ombrófila Mista,
Estacional Semidecidual, Estacional Decidual, além de ecossistemas
associados como os campos de altitude, manguezais, restingas, brejos
interioranos e ilhas oceânicas.
Tal variedade se explica pois, em toda sua extensão, a Mata
Atlântica é composta por uma série de ecossistemas cujos processos
ecológicos se interligam, acompanhando as características climáticas
das regiões onde ocorrem e tendo como elemento comum a exposição aos
ventos úmidos que sopram do oceano. Isso abre caminho para o
trânsito de animais, o fluxo gênico das espécies e as áreas de
tensão ecológica, onde os ecossistemas se encontram e se
transformam.
É fácil entender, portanto, porque a Mata Atlântica apresenta
estruturas e composições florísticas tão diferenciadas. Uma das
florestas mais ricas em biodiversidade no Planeta, a Mata Atlântica
detém o recorde de plantas lenhosas (angiospermas) por hectare (450
espécies no Sul da Bahia), cerca de 20 mil espécies vegetais, sendo
8 mil delas endêmicas, além de recordes de quantidade de espécies e
endemismo em vários outros grupos de plantas. Para se ter uma idéia
do que isso representa, em toda a América do Norte são estimadas
17.000 espécies existentes, na Europa cerca de 12.500 e, na África,
entre 40.000 e 45.000.
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Mas a Mata Atlântica encontra-se em um estado de intensa
fragmentação e destruição, iniciada com a exploração do pau-brasil
no século XVI. Até hoje, ao longo do bioma são exploradas inúmeras
espécies florestais madeireiras e não madeireiras - como o caju, o
palmito-juçara, a erva-mate, as plantas medicinais e ornamentais, a
piaçava, os cipós, entre outras. Se por um lado essa atividade gera
emprego e divisas para a economia, grande parte da exploração da
flora atlântica acontece de forma predatória e ilegal, estando
muitas vezes associada ao tráfico internacional de espécies.
Contribuem ainda para o alto grau de destruição da Mata Atlântica,
hoje reduzido a 7% de sua configuração original, a expansão da
indústria, da agricultura, do turismo e da urbanização de modo não
sustentável, causando a supressão de vastas áreas de biodiversidade,
com a possível perda de espécies conhecidas e ainda não conhecidas
pela ciência, influindo na quantidade e qualidade da água de rios e
mananciais, na fertilidade do solo, bem como afetando
características do microclima e contribuindo para o problema do
aquecimento global. Os números impressionantes da destruição do
bioma demonstram a deficiência em políticas de conservação ambiental
no país e a precariedade do sistema de fiscalização dos órgãos
públicos.
A busca de um contexto de desmatamento zero no bioma passa pela
adoção de critérios de [[sustentabilidade]] em todas as atividades
humanas. Isso significa um esforço coletivo da indústria, do
comércio, da agricultura e do setor energético na adoção de novos
modelos de produção, menos agressivos ao meio ambiente, bem como do
poder público, no sentido de garantir a fiscalização ambiental e a
elaboração e cumprimento das leis, e finalmente dos cidadãos em
geral, exigindo padrões de sustentabilidade enquanto consumidores,
cobrando os governantes e se mobilizando pela manutenção da floresta
de pé e pela recuperação das áreas degradadas.
Além disso, a Mata
Atlântica oferece outras possibilidades de atividades econômicas,
que não implicam na destruição do meio ambiente e em alguns casos
podem gerar renda para comunidades locais e tradicionais. Alguns
exemplos são o uso de plantas para se produzir remédios,
matérias-primas para a produção de vestimentas, corantes, essências
de perfumes; insumos para a indústria alimentícia ou ainda a
exploração de árvores por meio do corte seletivo para a produção de
móveis certificados - o chamado manejo sustentável -, o ecoturismo e
mais recentemente o mercado de carbono.
Fauna
Mico-leão-dourado, onça-pintada, bicho-preguiça, capivara. Estes são
alguns dos mais conhecidos animais que vivem na Mata Atlântica. Mas
a fauna do bioma onde estão as principais cidades brasileiras é bem
mais abrangente do que nossa memória pode conceber. São, por
exemplo, 261 espécies conhecidas de mamíferos. Isto significa que se
acrescentássemos à nossa lista inicial o tamanduá-bandeira, o
tatu-peludo , a jaguatirica, e o cachorro-do-mato ainda faltariam
252 mamíferos para completar o total de espécies dessa classe do
reino animal na Mata Atlântica.
O mesmo acontece com os pássaros, répteis, anfíbios e peixes. A
garça, o tiê-sangue, o tucano, as araras, os beija-flores e
periquitos? A jararaca, o jacaré-do-papo-amarelo, a cobra-coral O
sapo-cururu, a perereca-verde, a rã-de-vidro? Ou peixes conhecidos
como o dourado, o pacu e a traíra? Esses nomes já são um bom começo,
mas ainda estão longe de representar as 1020 espécies de pássaros,
197 de répteis, 340 de anfíbios e 350 de peixes que são conhecidos
até hoje no bioma. Sem falar de insetos e demais invertebrados e das
espécies que ainda nem foram descobertas pela ciência e que podem
estar escondidas bem naquele trecho intacto de floresta que você
admira quando vai para o litoral.
Outro número impressionante da fauna da Mata Atlântica se refere ao
endemismo, ou seja, as espécies que só existem em ambientes
específicos dentro do bioma. Das 1711 espécies de vertebrados que
vivem ali, 700 são endêmicas, sendo 55 espécies de mamíferos, 188 de
aves, 60 de répteis, 90 de anfíbios e 133 de peixes. Os números
impressionantes são um dos indicadores desse bioma como o de maior
biodiversidade na face da Terra.
A grande riqueza da biodiversidade na Mata Atlântica também é
responsável por surpresas, como as descobertas de novas espécies de
animais. Recentemente, foram catalogadas a rã-de-alcatrazes e a
rã-cachoeira, os pássaros tapaculo-ferrerinho e bicudinho-do-brejo,
os peixes Listrura boticário e o Moenkhausia bonita, e até um novo
primata, o mico-leão-da-cara-preta, entre outros habitantes.
Num bioma reduzido a cerca de 7% de sua cobertura original é
inevitável que a riqueza faunística esteja pressionada pelas
atividades antrópicas. A Mata Atlântica abriga hoje 383 dos 633
animais ameaçados de extinção no Brasil, de acordo com o Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Causas para o desaparecimento de espécies e indivíduos são a caça e
a pesca predatórias, a introdução de seres exóticos aos ecossistemas
da Mata Atlântica, mas principalmente a deterioração ou supressão
dos hábitats dos animais, causados pela expansão da agricultura e
pecuária, bem como pela urbanização e implementação mal planejada de
obras de infra-estrutura.
No caso dos anfíbios, por exemplo, seus locais de procriação, como
brejos e áreas alagadas, são muitas vezes considerados um empecilho
e extirpadas por meio de drenagem ou até utilizadas para despejo de
esgoto. Os anfíbios são animais de extrema importância para o
equilíbrio da natureza, pois controlam a população de insetos e
outros invertebrados e servem de comida para répteis, aves e
mamíferos.
A proteção da fauna está diretamente ligada à proteção dos
ambientes. Em paralelo, outras medidas importantes são a
fiscalização da caça, da posse de animais em cativeiro, do comércio
ilegal de espécies silvestres; fiscalização efetiva da atividade
pesqueira; e realização de programas de educação ambiental junto à
população.
No que se refere à legislação, a proteção da fauna está prevista em
nível federal na Constituição pela Lei 5.197/67 e também pela Lei de
Crimes Ambientais (9.605/98). Iniciativas de caráter global com
desdobramentos de ação regional e local, como a Agenda 21, também
são um instrumento de apoio para a proteção da fauna. Mas todos
esses elementos dependem da vontade política dos governantes, da
conscientização, mobilização e participação dos cidadãos e da
introjeção do conceito de sustentabilidade nas atividades
econômicas.
Água
É comum pensarmos na complexidade de um bioma por aspectos de sua
fauna e flora, mas um elemento fundamental para a existência da
biodiversidade é a água. E se a água é essencial para dar vida a um
bioma como a Mata Atlântica, suas florestas têm um papel vital para
a manutenção dos processos hidrológicos que garantem a qualidade e
volume dos cursos d'água. Além disso, as atividades humanas
desenvolvidas dentro do bioma também dependem da água para a
manutenção da agricultura, da pesca, da indústria, do comércio, do
turismo, da geração de energia, das atividades recreativas e de
saneamento.
Atualmente, um conceito-chave para se estudar a relação entre a
água, a biodiversidade e as atividades humanas é o da bacia
hidrográfica, ou seja, o conjunto de terras drenadas por um rio
principal, seus afluentes e subafluentes. Na Mata Atlântica estão
localizadas sete das nove grandes bacias hidrográficas do Brasil,
alimentadas pelos rios São Francisco, Paraíba do Sul, Doce, Tietê,
Ribeira de Iguape e Paraná. As florestas asseguram a quantidade e
qualidade da água potável que abastece mais de 110 milhões de
brasileiros em aproximadamente 3,4 mil municípios inseridos no
bioma.
Mas o fato de 70% da população brasileira estar concentrada em
regiões de domínio da Mata Atlântica resulta em grande pressão sobre
a biodiversidade e os recursos hídricos do bioma, que já enfrenta em
diversas regiões problemas de crise hídrica, associados à escassez,
ao desperdício, à má utilização da água, ao desmatamento e à
poluição.
Em relação à escassez, as causas envolvem o aumento do consumo que
acompanha o crescimento populacional, o desmatamento e a poluição,
associados ao desenvolvimento desordenado das cidades e a impactos
das atividades econômicas, além do desperdício e da falta de
políticas públicas que estimulem o uso sustentável, a participação
da sociedade na gestão dos recursos hídricos e a educação ambiental.
Quanto ao desperdício, estima-se que no Brasil o índice de perda
chegue a 70%, sendo que 78% de toda a água consumida é utilizada no
ambiente doméstico. Associado ao desperdício também está o mau uso
dos recursos hídricos, como no caso de técnicas ultrapassadas para
irrigação na agricultura e para o uso na indústria e a opção ainda
tímida pelo reuso da água.
Finalmente, destaca-se o desmatamento como fator agravante da crise
hídrica, já que a supressão da vegetação, principalmente em áreas de
mata ciliar, acarreta no assoreamento dos cursos d'água e até
desaparecimento de mananciais. Como se não bastasse, a poluição por
esgoto, lixo e agrotóxicos afeta a vida dos rios, podendo levá-los à
morte e tornando a água imprópria para uso.
Em busca de maneiras de se gerir mais eficientemente a água e
promover a preservação ambiental, o conceito das bacias
hidrográficas vem sendo trazido, desde a década de 70, para a esfera
governamental e também para estratégias de conscientização,
mobilização e participação pública. A idéia central dessa abordagem
é que todo desenvolvimento de regiões urbanizadas e rurais é
definido de acordo com a disponibilidade de água doce, em termos de
quantidade e qualidade.
Também faz parte desse pensamento o
entendimento dos recursos hídricos de modo interligado e
interdependente, ou seja, uma ação realizada em determinada região
de uma bacia pode afetar outra região, como é o caso de lançamento
de esgoto em rios, a contaminação por agrotóxicos, obras de
infra-estrutura etc.
O processo político decorrente dessa visão sobre a água resultou
entre outros desdobramentos na criação da Lei 9.433/97, que
estabelece a bacia hidrográfica como unidade territorial para
implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do
Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Faz parte do sistema,
uma rede de colegiados deliberativos em nível federal e estadual,
que são os chamados Comitês de Bacias Hidrográficas.
Os comitês representam a base da gestão participativa e integrada
dos recursos hídricos e são compostos por integrantes do Poder
Público, da sociedade civil e de usuários de água. Além disso, os
comitês permitem o levantamento mais preciso e a compilação de
informações sobre cada bacia, facilitando o planejamento sobre
captação, abastecimento, distribuição, despejo e tratamento da água,
otimizando obras de infra-estrutura e o uso do dinheiro público.
Desse modo, tornam-se um instrumento para a elaboração de políticas
públicas integradas para gestão dos recursos hídricos.
Espécies endêmicas ameaçadas de extinção
Mico-Leão litoral do Paraná foto rara tirada a 500 metros de
distância aproximadamenteÉ possível que muitas espécies tenham sido
extintas sem mesmo terem sido catalogadas. Estima-se que 171
espécies de animais, sendo 88 de aves, endêmicas da Mata Atlântica,
estão ameaçadas de extinção. Segundo o relatório mais recente do
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis - Ibama, entre essas espécies estão o muriqui,
mico-leão-dourado, bugio, tatu, tamanduá, entre outros.
Recordes mundiais da Mata Atlântica
454 espécies de árvores por hectare – no Sul da Bahia.
Animais: aproximadamente 1.600.000 espécies, incluindo insetos
Mamíferos, aves, répteis e anfíbios: 1361 espécies, 567 endêmicas
2 % de todas as espécies do planeta somente para estes grupos de
vertebrados
A preservação
Atualmente existem menos de 10% da mata nativa. Existem diversos
projetos de recuperação da Mata Atlântica, que esbarram sempre na
urbanização e o não planejamento do espaço, principalmente na região
Sudeste. Existem algumas áreas de preservação em alguns trechos em
cidades como São Sebastião (litoral norte de São Paulo).
No Paraná, graças à reação cultural da população, à criação de APAs
(Áreas de Preservação Ambiental), apoiadas por uma legislação rígida
e fiscalização intensiva dos cidadãos, aparentemente a derrubada da
floresta foi freada e o pequeno remanescente dessa vegetação
preserva um alto nível de biodiversidade, das quais estão o
mico-leão-dourado, as orquídeas e as bromélias.
Um trabalho coordenado por pesquisadores do Instituto Florestal de
São Paulo mostrou que, neste início de século, a área com vegetação
natural em São Paulo aumentou 3,8% (1,2 quilômetro quadrado) em
relação à existente há dez anos. O crescimento, ainda tímido,
concentrou-se na faixa de Mata Atlântica, o ecossistema mais extenso
do estado.
A Constituição Federal de 1988 coloca a Mata Atlântica como
patrimônio nacional, junto com a Floresta Amazônica brasileira, a
Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira. A
derrubada da mata secundária é regulamentada por leis posteriores,
já a derrubada da mata primária é proibida.
A Política da Mata Atlântica (Diretrizes para a politica de
conservação e desenvolvimento sustentável da Mata Atlântica), de
1998, contempla a preservação da biodiversidade, o desenvolvimento
sustentável dos recursos naturais e a recuperação das áreas
degradadas.
Há milhares de ONGs, órgãos governamentais e grupos de cidadãos
espalhados pelo país que se empenham na preservação e revegetação da
Mata Atlântica. A Rede de ONGs Mata Atlântica tem um projeto de
monitoramento participativo, e desenvolveu com o Instituto
Socio-Ambiental um dossiê da Mata, por municípios do domínio
original.
Unidades de conservação
No domínio da Mata Atlântica existem 131 unidades de conservação
federais, 443 estaduais, 14 municipais e 124 privadas, distribuídas
por dezesseis estados, com exceção de Goiás. Entre elas destacam-se,
de norte a sul:
Parque das Dunas, estadual, Rio Grande do Norte
Jericoacoara, federal, Ceará
Chapada do Araripe, Pernambuco, Piauí e Ceará
Parque Zoobotânico Benjamim Maranhão, João Pessoa, Paraíba
Reserva Biológica Guaribas, Mamanguape, Paraíba
Área de Proteção Ambiental da Barra do Rio Mamanguape, Rio Tinto,
Paraíba
Parque Nacional da Chapada Diamantina, federal, Bahia
Parque Marinho dos Abrolhos, federal, Bahia
Parque Estadual do Rio Doce, estadual, Minas Gerais
Mosteiro Zen Morro da Vargem, municipal, Espírito Santo
Santuário do Caraça, privada, Minas Gerais
Serra do Cipó, federal, Minas Gerais
Serra da Bodoquena, federal, Mato Grosso do Sul
Parque Estadual dos Três Picos
Reserva de Sooretama, Sooretama, Espírito Santo
Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, estadual, Santa Catarina
Serra dos Órgãos e Parque da Tijuca, federais, e Barra da Tijuca,
municipal, Parque Estadual da Serra da Tiririca,Rio de Janeiro
Parque Municipal da Grota, Mirassol, São Paulo
Parque do Itatiaia, Minas Gerais e Rio de Janeiro
Serra da Bocaina, Rio de Janeiro e São Paulo
Serra da Cantareira, São Paulo, São Paulo
Serra da Mantiqueira, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo
Ilha Queimada Pequena e Ilha Queimada Grande, federal, Parque da
Cantareira, Parque da Juréia e Ilha Anchieta, estaduais, São Paulo
Parque Estadual da Serra do Mar, São Paulo
Parque Iguaçu, federal, Vila Velha, Paraná
Ilha do Mel, estadual, Paraná
Serra Geral, estadual, Rio Grande do Sul
Parque Nacional da Serra do Itajaí, federal, Santa Catarina
Importância econômica
Da população brasileira, 70% vive na área de domínio da Mata
Atlântica, que mantém as nascentes e mananciais que abastecem as
cidades e comunidades do interior, regula o clima (temperatura,
umidade, chuvas) e abriga comunidades tradicionais, incluindo povos
indígenas.
Entre os povos indígenas que vivem no domínio da Mata Atlântica
estão os Wassu, Pataxó, Tupiniquim, Gerén, Guarani, Krenak, Kaiowa,
Nandeva, Terena, Kadiweu, Potiguara, Kaingang e Guarani M'Bya.
Entre os usos econômicos da mata estão as plantas medicinais (a
maioria não estudadas), como espinheira-santa, caixeta, e o turismo
ecológico.
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O partido comunista (PT) substituiu
quase toda a riqueza do planeta por soja, gado e cana de
açúcar, desmatou um espaço do tamanho da Groelândia, a
maior ilha do mundo.
O Brasil continuando neste ritmo de destruição ficará
sem água, perderá toda sua agricultura e se transformará
em deserto, em poucos anos. |
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