Ciclone tropical é um sistema tempestuoso
caracterizado por um sistema de baixa pressão, por
trovoadas e por um núcleo morno, que produz ventos
fortes e chuvas torrenciais. Este fenômeno meteorológico
forma-se nas regiões trópicas, onde constitui uma parte
importante do sistema de circulação atmosférica ao mover
calor da região equatorial para as latitudes mais altas.
Um ciclone tropical alimenta-se do calor libertado
quando ar úmido sobe e o vapor de água associado se
condensa. Os ciclones tropicais são alimentados por
formas diferentes de libertação de calor do que outros
fenômenos ciclônicos, como os ciclones extratropicais,
as tempestades de vento européias e as baixas polares,
permitindo a sua classificação como sistemas de 'núcleo
morno'.
Estes ciclones são chamados de 'tropicais' porque se
formam quase que exclusivamente em regiões trópicas e
também por se originarem de massas de ar tropicais
marítimas. Estes sistemas são chamados de 'ciclones'
devido a sua natureza ciclônica. No hemisfério norte, os
ciclones tropicais giram em sentido anti-horário e no
hemisfério sul giram em sentido horário. Dependendo de
sua localização geográfica e de sua intensidade, os
ciclones tropicais podem ganhar vários outros nomes,
tais como furacão, tufão, tempestade tropical,
tempestade ciclônica, depressão tropical ou simplesmente
ciclone.
Os ciclones tropicais produzem ventos fortes e chuvas
torrenciais. Estes sistemas também são capazes de gerar
ondas fortes e a Maré de tempestade, uma elevação do
nível do mar associada ao sistema. Estes fatores
secundários podem ser tão devastadores quanto aos ventos
e às chuvas fortes. Os ciclones tropicais formam-se
sobre grandes massas de água morna e perdem sua
intensidade assim que se movem sobre terra. Esta é a
razão porque regiões costeiras são geralmente as áreas
mais afetadas pela passagem de um ciclone tropical;
regiões afastadas da costa são geralmente poupadas dos
ventos mais fortes. Entretanto, as chuvas torrenciais
podem causar enchentes severas e as marés ciclônicas
podem causar inundações costeiras extensivas, podendo
chegar a mais de 40 quilômetros da costa. Seus efeitos
podem ser devastadores para a população humana, embora
podem amenizar estiagens.
Muitos ciclones tropicais formam-se quando as condições
atmosféricas em torno de uma perturbação fraca na
atmosfera são favoráveis. Outros se formam quando outros
tipos de ciclones adquirem características tropicais.
Estes sistemas tropicais movem-se por meio de correntes
de ar na troposfera. Quando as condições atmosféricas
continuam favoráveis, o ciclone tropical se intensifica
e geralmente se forma no seu núcleo um olho. Por outro
lado, quando as condições atmosféricas tornam-se
desfavoráveis ou o sistema atinge a costa, o sistema
começa a se enfraquecer e posteriormente se dissipa.
Estrutura física
Estrutura de um ciclone tropicalTodos os
ciclones tropicais são áreas de baixa pressão atmosférica próximos à
superfície terrestre. As medições da pressão atmosférica nos centros dos
ciclones tropicais estão entre as menores já registradas mundialmente ao
nível do mar. Os ciclones tropicais são caracterizados e guiados pela
liberação de grandes quantidades de calor de condensação, que ocorre
quando ar úmido é levado para cima e seu vapor se condensa. Este calor é
distribuído verticalmente em torno do centro do ciclone. Desta forma, em
qualquer altitude, exceto ao nível do mar onde a temperatura da
superfície do mar controla a temperatura ambiente, o interior de um
ciclone tropical é mais quente do que as partes externas ou áreas em
torno. |
|
Bandas de tempestade
Bandas de tempestade são bandas de nuvens
que produzem tempestades e trovoadas que se movem
ciclonicamente e em espiral em direção ao centro do
sistema. Ventos fortes e aguaceiros freqüentemente
ocorrem em bandas de tempestade individuais. Entre
bandas de tempestade podem ocorrer regiões de calmaria.
Tornados freqüentemente ocorrem nas bandas de tempestade
de um ciclone tropical que está prestes a atingir a
costa. Ciclones tropicais anulares se distinguem de
outros ciclones tropicais pela ausência de bandas de
tempestade.
Os ciclones tropicais anulares apresentam uma massiva
área circular de distúrbios meteorológicos em torno de
seus centros de baixa pressão atmosférica. Enquanto
todos os ciclones requerem divergências atmosféricas
acima para continuarem a se aprofundar, a divergência
atmosférica sobre ciclones tropicais está em todas as
direções a partir de seus centros.
Nos s de ciclones tropicais destacam-se ventos que
saem de seus centros para as áreas externas, realizando
um movimento anticiclônico, devido ao efeito Coriolis.
Ventos associados a um ciclone tropical na superfície
são extremamente ciclônicos, enfraquecem-se conforme a
altitude e num determinado instante conforme aumenta a
altitude, começam a girar ao contrário. Ciclones
tropicais têm como única característica própria a
necessidade de pouco ou nenhum vento de cisalhamento
para manterem seu núcleo morno nos seus centros.
Olho e o núcleo interno
Um ciclone tropical intenso irá acolher
uma área de ar no centro de sua circulação. Se esta área
for suficientemente forte, poderá evoluir para um olho.
As condições meteorológicas no olho são normalmente
calmas e livres de nuvens, embora o mar poderá estar
extremamente violento. O olho é normalmente circular em
sua forma e pode variar em tamanho entre 3 a 370
quilômetros de diâmetro. Ciclones tropicais intensos e
maduros pode às vezes exibir uma curvatura interna do
de sua parede do olho, o que pode lembrar um
estádio; este fenômeno às vezes é referido como efeito
estádio.
Há outros destaques que podem estar em torno do olho ou
cobri-lo. O centro denso nublado é uma área concentrada
onde há intensa atividade de trovoadas localizado perto
do centro do sistema; em ciclones tropicais fracos, o
centro denso nublado poderá cobrir o centro do sistema
completamente.
A parede do olho é um círculo de tempestades violentas
que envolve o olho; é nesta região de um ciclone
tropical que são encontrados os ventos mais fortes, onde
as nuvens alcançam o pico de intensidade e também onde a
precipitação é a maior. Os maiores danos causados por um
ciclone tropical são quando a parede do olho passa sobre
terra. Ciclos de substituição da parede do olho podem
ocorrer naturalmente em ciclones tropicais intensos.
Quando os ciclones tropicais atingem seu pico de
intensidade, eles normalmente têm uma parede do olho e
um raio de vento máximo que podem se contrair para um
tamanho muito pequeno em comparação ao ciclone como um
todo, por volta de 10 a 25 quilômetros. Bandas de
tempestade externas podem se organizar para formar outro
anel de tempestades e trovoadas (uma nova parede do
olho) que move-se lentamente em direção ao olho e começa
a usurpar da umidade da parede do olho e de seus
momentum angular.
Quando a parede do olho enfraquece-se, o ciclone
tropical enfraquece (em outras palavras, o vento máximo
sustentado se enfraquece e a pressão atmosférica central
sobe). A parede do olho externa substitui completamente
a outra parede do olho no fim do ciclo. O ciclone pode
voltar a ter a intensidade inicial ou em alguns casos, o
ciclone poderá estar mais forte após a substituição da
parede do olho terminar. O ciclone poderá fortalecer-se
novamente assim que o sistema constrói uma nova parede
do olho para o próximo ciclo de substituição da parede
do olho.
Medida
Uma medida de tamanho de um ciclone tropical é
determinada pela medição da distância de seu centro de circulação até a
sua isóbara mais externa, também conhecida como seu "ROCI". Se a medida
do raio for menos do que dois graus de latitude (222 km), então o
ciclone é 'muito pequeno' ou 'anão'.
Descrições de tamanhos de ciclones tropicais
ROCI Tipo
Menos do que 2 graus de latitude
Muito pequeno/anão
2 a 3 graus de latitude Pequeno
3 a 6 graus de latitude
Médio/normal
6 a 8 graus de latitude Grande
Mais de 8 graus de latitude
Muito grande
Mecanica
Se a medida do raio for entre 2 a 3 graus (222 a 333 km), então o
ciclone é considerado 'pequeno'. Se a medida do raio for entre 3 a 6
graus (333 a 666 km), então o ciclone será considerado um ciclone de
'tamanho normal'. Ciclones tropicais são considerados 'grandes' quando
seu raio fica entre 6 a 8 graus (666 km a 888 km). Ciclones tropicais
são considerados ‘muito grandes’ quando o seu raio ultrapassa 8 graus
(mais de 888 km). Outros métodos de determinar o tamanho de um ciclone
tropical incluem a medida do raio de ventos máximos no qual seu campo
relativo de vorticidade diminui para 1×10−5 s−1 de seu centro.
A fonte primária de energia dos ciclones tropicais é a
liberação do calor de condensação pela condensação do vapor de água em
altitudes altas, sendo que o aquecimento solar é a fonte inicial do
processo de evaporação. Portanto, um ciclone tropical pode ser visto
como uma máquina térmica gigante suportada pela mecânica guiada pelas
forças físicas tais como a rotação e a gravidade da Terra.
Em outro ponto de vista, ciclones tropicais podem ser vistos como um
tipo especial de complexo convectivo de mesoescala, que continua a se
desenvolver sobre uma vasta fonte de calor relativo e umidade. A
condensação leva a uma maior velocidade do vento, assim como uma ínfima
parte da energia liberada é transformada em energia mecânica.
Os ventos mais fortes e a baixa pressão atmosférica associadas, por suas
vezes, aumentam a evaporação de superfície e, portanto, ainda mais
condensação. Uma boa parte da energia liberada ascende, o que aumenta a
altura das nuvens da tempestade, acelerando a condensação. Esta
retroalimentação positiva continua se as condições continuarem
favoráveis para o desenvolvimento de ciclones tropicais.
Fatores tais como uma contínua ausência de equilíbrio na distribuição de
massas de ar daria também energia de suporte ao ciclone. A rotação da
Terra faz que o sistema gire, um efeito conhecido como força de Coriolis,
dando-lhe uma característica ciclônica e afetando a trajetória da
tempestade.
O que distingue primariamente um ciclone tropical de outros fenômenos
meteorológicos é a convecção profunda como força motriz. Sendo a
convecção mais forte em clima tropical, define o domínio principal do
ciclone tropical. Em contrapartida, ciclones extratropicais obtêm a
maior parte de sua energia em gradientes de temperatura pré-existentes
na atmosfera.
Para continuar a conduzir a sua máquina de calor, um ciclone tropical
deve continuar sobre águas mornas, que provê a umidade atmosférica
necessária para manter a retroalimentação positiva em funcionamento.
Quando um ciclone tropical passa sobre terra, é interrompido o
fornecimento de calor e umidade e a sua força diminui rapidamente.
Gráfico mostrando a queda da temperatura da superfície do
no Golfo do México após a passagem dos furacões Katrina e Rita
A passagem de um ciclone tropical sobre o oceano pode
causar o resfriamento substancial das camadas superiores do oceano, o
que pode influenciar posteriormente o desenvolvimento do ciclone. O
resfriamento é causado principalmente pela ressurgência das águas das
profundezas do oceano, por causa ao vento que atinge a própria
tempestade induz sobre a superfície do mar.
Resfriamentos adicionais podem vir na forma de água fria das chuvas
causadas pelo ciclone. A cobertura de nuvens também pode desempenhar um
papel no resfriamento do oceano, por impedir a chegada dos raios solares
antes ou ligeiramente depois da passagem da tempestade. Todos estes
efeitos podem combinar-se para produzir uma queda dramática na
temperatura da superfície do mar sobre uma grande área em apenas alguns
dias.
Cientistas no Centro Nacional para Pesquisas Atmosféricas dos EUA
estimam que um ciclone tropical libera energia térmica à taxa de 50 a
200 exajoules (1018 J) por dia, equivalente a 1 PW (1015 watts). Esta
quantidade de energia liberada equivale a 70 vezes o consumo humano
mundial de energia e 200 vezes a capacidade de geração de energia
elétrica mundial ou também como se explodisse uma bomba nuclear de 10
megatons a cada 20 minutos.
Embora o movimento das nuvens mais evidentes seja em direção ao centro
do sistema, os ciclones tropicais também desenvolvem fluxos externos de
nuvens em altos níveis (alta atmosfera). Estes se originam do ar que
libera a sua umidade e é expelido para altas altitudes através da
"chaminé" da "maquina da tempestade". Este fluxo externo produzem altas
nuvens tipo cirrus tênues que se espiralam e distanciam-se do centro.
Estes altos cirrus podem ser os primeiros sinais da aproximação de um
ciclone tropical.
Bacias principais e centros de avisos correspondentes
Há seis Centros Meteorológicos Regionais Especializados (CMREs)
espalhados pelo mundo. Estas organizações são designadas pela
Organização Meteorológica Mundial e são responsáveis por monitorar
ciclones tropicais e emitir avisos e boletins sobre ciclones tropicais
em suas áreas de responsabilidade designadas.
Além do mais, há seis Centros de Avisos de Ciclone Tropical (CACTs) que
provêm informações sobre ciclones tropicais em pequenas regiões.[28]
Entretanto, os CMREs e CACTs não são os únicos a prover informações
sobre ciclones tropicais para o público. O Joint Typhoon Warning Center
(JTWC) emite avisos não oficiais para todas as bacias, exceto o
Atlântico Norte e o Pacífico Nordeste.
A Administração de Serviços Atmosféricos, Geofísicos e Astronômicos das
Filipinas também emite avisos não oficiais e dá nomes aos ciclones
tropicais que se aproximam das Filipinas, no pacífico Noroeste. O Centro
Canadense de Furacões (CHC) emite avisos sobre furacões quando eles
afetam o Canadá.
Em 26 de Março de 2004, o Furacão Catarina tornou-se o primeiro ciclone
tropical do Atlântico sul registrado. Catarina atingiu o sul do Brasil
com ventos equivalentes a um furacão de categoria 2 na Escala de
furacões de Saffir-Simpson. Como o ciclone formou-se numa região sem a
monitoração de qualquer centro de aviso, os meteorologistas brasileiros
inicialmente trataram o sistema como um ciclone extratropical, embora um
ano depois tenham classificado Catarina como um ciclone tropical.
Períodos dos Ciclones
Mundialmente, a atividade de ciclones tropicais atinge o
seu pico no final do verão, quando a diferença entre a temperatura
ambiente e a temperatura da superfície do mar é a maior. No entanto,
cada bacia em particular tem seus próprios padrões sazonais. Numa escala
mundial, Maio é o mês menos ativo enquanto Setembro é o mês mais ativo.
No Oceano Atlântico norte, uma temporada de furacões distinta ocorre
entre 1º de Junho a 30 de Novembro, sendo que o pico de atividade ocorre
no final de Agosto e por todo o mês de Setembro. O pico estatístico de
uma temporada de furacões no Atlântico ocorre em 10 de Setembro. O
Oceano Pacífico nordeste possui um período maior de atividade, mas num
intervalo de tempo similar ao Atlântico. No Oceano Pacífico noroeste,
ciclones tropicais ocorrem durante todo o ano, com atividade mínima em
Fevereiro e Março e com atividade máxima no começo de Setembro. Na bacia
do Oceano Índico norte, as tempestades são mais comuns entre Abril e
Dezembro, com picos de atividade em Maio e Novembro.
No hemisfério sul, a atividade de ciclones tropicais começa no final de
Outubro e termina em Maio. O pico de atividade de ciclones tropicais no
hemisfério sul ocorre em meados de Fevereiro e no começo de Março.
Períodos e médias de cada
bacia |
Bacia |
Começo da temporada |
Término da temporada |
Tempestades tropicais
(>34 nós) |
Ciclones tropicais
(>63 nós) |
CTs Categoria 3+
(>95 nós) |
Pacífico Noroeste |
Abril |
Janeiro |
26,7 |
16,9 |
8,5 |
Índico sul |
Outubro |
Maio |
20,6 |
10,3 |
4,3 |
Pacífico nordeste |
Maio |
Novembro |
16,3 |
9,0 |
4,1 |
Atlântico norte |
Junho |
Novembro |
10,6 |
5,9 |
2,0 |
Pacífico sudoeste |
Outubro |
Maio |
10,6 |
4,8 |
1,9 |
Índico norte |
Abril |
Dezembro |
5,4 |
2,2 |
0,4 |
|
Fatores
A formação de ciclones tropicais é o tema de grandes pesquisas em
andamento e ainda não é totalmente entendido. Enquanto que seis fatores
parecem ser geralmente necessários, ciclones tropicais podem
ocasionalmente formar-se sem a reunião de todas as seguintes condições.
Na maioria das situações, é necessário que a temperatura da água esteja
no mínimo em 26,5 °C (80 °F) e que as águas nesta temperatura estejam
presentes até uma profundidade de 50 m; as águas nesta temperatura
causam instabilidades suficientes na camada da atmosfera logo acima do
nível do mar para que tempestades e trovoadas possam se formar e se
estabelecer.
Outro fator é o rápido resfriamento conforme a altitude, que permite a
liberação de calor de condensação que provê energia para um ciclone
tropical. É necessário muita umidade, especialmente na baixa ou na média
troposfera, quando há grandes quantidades de umidade na atmosfera, as
condições são mais favoráveis para as perturbações se desenvolverem.
É necessário que haja poucos ventos de cisalhamento, pois fortes ventos
de cisalhamento é prejudicial para a circulação da tempestade. Ciclones
tropicais necessitam geralmente estar a uma distância de pelo menos 5
graus de latitude da linha do Equador (500 km), permitindo que o efeito
Coriolis desvie os ventos que iam em direção ao centro da área de baixa
pressão e com isso criando uma circulação ciclônica. Por último, um
ciclone tropical desenvolvido necessita de um sistema pré-existente de
distúrbios meteorológicos, embora sem uma circulação, nenhum
desenvolvimento ciclônico terá início.
LocalizaçãoA maioria dos ciclones tropicais forma-se de uma banda com
atividade de tempestades e trovoadas que pode receber vários nomes; a
Frente Intertropical (ITF); a zona de convergência intertropical (ZCIT)
ou cavado de monção. Outra fonte importante de instabilidade atmosférica
é encontrada nas ondas tropicais, que causam cerca de 85% dos ciclones
tropicais intensos no Oceano Atlântico e tornam-se a maioria dos
ciclones tropicais na bacia do Pacífico nordeste.
Em geral, ciclones tropicais deslocam-se para oeste, gradualmente
afastando-se da linha do Equador, através da periferia de uma alta
subtropical, intensificando-se enquanto se movem. A maioria dos ciclones
tropicais formam-se entre 10 a 30 graus de latitude (1.000 a 3.000 km)
de distância da linha do Equador e 87% formam-se a menos de 20 graus de
latitude de distância da linha do Equador. Por causa do efeito Coriollis,
que inicia e mantém a rotação de um ciclone tropical, ciclones tropicais
raramente formam-se a menos de 5 graus de latitude da linha do Equador,
onde o efeito de Coriolis é mais fraco. Entretanto, é possível a
formação de ciclones tropicais nessas latitudes, assim como fez a
tempestade tropical Vamei em 2001 e o Ciclone Agni em 2004.
Movimento e trajetória[editar] Correntes de ventoEmbora ciclones
tropicais sejam sistemas de grande escala que geram grandes quantidades
de energia, seus movimentos sobre a superfície da Terra são controlados
por ventos de grande escala - os fluxos de ventos na atmosfera
terrestre. A trajetória de movimento é referida como o "caminho" do
ciclone tropical e foi comparada pelo Dr. Neil Frank, ex-diretor do
Centro Nacional de Furacões, como sendo "folhas sendo carregadas ao
longo de um riacho".
Os ciclones tropicais, embora localizados geralmente entre a linha do
Equador e o paralelo 20° norte ou sul, são levados primariamente para
oeste por ventos de leste-para-oeste na periferia equatorial da alta
subtropical – uma persistente área de alta pressão sobre os oceanos. No
Atlântico norte tropical e no Pacífico nordeste, ventos alísios – outro
nome para os ventos que vão de leste para oeste – levam ondas tropicais
para oeste, da costa da África até o Mar do Caribe, América do Norte e
por último para o Pacífico centro-norte antes das ondas perderem sua
umidade. Estas ondas são as precursoras de muitos ciclones tropicais
nestas regiões. No Oceano Índico e no Pacífico noroeste (tanto ao norte
como ao sul destes oceanos), o ciclogênese tropical é fortemente
influenciado pelo movimento sazonal da zona de convergência
intertropical e de cavados de monção, mais do que a influência de ondas
orientais.
Efeito Coriolis
A rotação da Terra transmite uma aceleração conhecida
como o efeito Coriolis, aceleração de Coriolis ou coloquialmente força
de Coriolis. Esta aceleração causa a sistemas ciclônicos o giro em
direção aos pólos na ausência de fortes correntes de ar.
A porção polar de um ciclone tropical contém ventos orientais e o efeito
Coriolis leva-os ligeiramente estes ventos para a direção dos pólos. Na
porção equatorial de um ciclone tropical, existem os ventos ocidentais e
o efeito Coriolis leva-os ligeiramente em direção à linha do Equador,
mas, por causa do efeito Coriolis que se enfraquece em direção à linha
do Equador, a tendência é que os ventos orientais prevaleçam sobre os
ventos ocidentais. Deste modo, ciclones tropicais no hemisfério norte
normalmente giram para o norte (antes de girarem para o leste) e os
ciclones tropicais no hemisfério sul normalmente giram para o sul (antes
de girarem para leste) quando não há outros eventos que agem contra o
efeito Coriolis.
O efeito Coriolis também inicia a rotação ciclônica, mas não é a força
motriz que traz esta rotação a altas velocidades – a força que causa o
aumento na velocidade é o calor de condensação.
Interação com ventos de médias latitudes
Quando um ciclone tropical cruza o eixo da alta
subtropical, sua trajetória em volta da área de alta pressão é desviada
significativamente por ventos que se movem em direção a uma área de
baixa pressão ao seu norte. Quando a trajetória do ciclone torna-se
evidente em direção aos pólos com um componente oriental (geralmente
altas subtropicais), o ciclone começou a recurvatura. Um tufão
movendo-se através do Oceano Pacífico em direção à Ásia, por exemplo,
irá recurvar próximo à costa do Japão para o norte e então para
nordeste, se o tufão encontrar ventos vindos do sudoeste (carregando
para nordeste) em torno de um sistema de baixa pressão passando sobre a
China ou Sibéria.
Muitos ciclones tropicais são forçados em direção a nordeste por
ciclones extratropicais nesta maneira, que se movem de oeste para leste
ao norte da alta subtropical. Um exemplo de um ciclone tropical quanto a
recurvatura foi o tufão Ioke em 2006, que fez uma trajetória similar.
LandfallVeja também: Landfall (meteorologia).
Oficialmente, landfall é quando o centro da tempestade (o centro da
circulação, não sua borda) cruza a linha da costa. Condições
tempestuosas podem ser experimentados na costa e em terra horas antes do
landfall; de fato, um ciclone tropical pode afetar com seus ventos mais
fracos a costa, mas ainda não fez landfall; se isto ocorre, então é dito
que a tempestade atingiu diretamente a costa. Devido a esta definição, a
área do landfall já foi afetada pela metade do ciclone. Para
preparativos de emergência, ações devem tomadas a partir do momento em
que o vento alcança determinada velocidade ou a chuva alcança
determinada intensidade, não quando o ciclone faz landfall.
Interações entre múltiplos ciclonesVeja também: Efeito Fujiwara.
Quando dois ciclones tropicais aproximam-se, seus centros começarão a
orbitar ciclonicamente em torno de um ponto entre os dois ciclones. As
duas vórtices serão atraídos e, num determinado momento, espiralam em
torno ponto central da órbita e fundem-se. Quando os ciclones são
desiguais quanto a intensidade, o vórtice maior tenderá a dominar a
interação e o vórtice menor irá orbitar em torno do maior. Este fenômeno
é chamado de efeito Fujiwara, conforme o Dr. Sakuhei Fujiwara.
Dissipação
Um ciclone tropical pode perder suas características por
meio de vários modos diferentes. Quando o ciclone tropical move-se sobre
terra, ele mesmo priva-se da água morna que ele precisa para fortalecer
a si mesmo. A maioria das tempestades fortes perde sua força muito
rapidamente após o landfall e tornam-se áreas de baixa pressão
desorganizadas dentro de um dia ou dois, ou tornam-se ciclones
extratropicais. Enquanto que há uma chance de um ciclone tropical se
regenerar se ele conseguir recordar sobre águas mornas abertas, há a
chance dele permanecer sobre áreas montanhosas, mesmo por pouco tempo,
irá enfraquecer-se rapidamente.
Muitas fatalidades causadas pela tempestade ocorrem em terrenos
montanhosos quando a tempestade agonizante despeja chuvas torrenciais,
levando a enchentes e deslizamentos de terras potencialmente mortíferas,
de forma semelhante àquelas que aconteceram com o Furacão Mitch em 1998.
Além do mais, a dissipação pode ocorrer se a tempestade permanecer na
mesma área por muito tempo, misturando as águas dos primeiros 30 metros
a partir da superfície com as águas das profundezas. Isto ocorre porque
o ciclone faz com que as águas das profundezas do mar subam para a
superfície através da ressurgência e isto causa o esfriamento da
superfície do mar, não mais suportando a tempestade. Sem águas mornas, a
tempestade não pode sobreviver.
Um ciclone tropical pode dissipar-se quando se move sobre águas com
temperaturas significativamente menores do que 26,5 °C. Isto causará a
tempestade a perder suas características tropicais (ou seja, tempestades
e trovoadas próximas ao centro e ao núcleo morno) e torna-se uma área de
baixa pressão remanescente, que pode persistir por vários dias. Este é o
mecanismo principal no Oceano Pacífico nordeste.
O enfraquecimento ou a dissipação pode ocorrer se o ciclone experimentar
ventos de cisalhamento verticais, causando o afastamento das áreas de
convecção e da máquina de calor do centro do sistema; isto normalmente
cessa o desenvolvimento de um ciclone tropical. Além do mais, a sua
interação com as correntes principais de ventos ocidentais, por meio de
sua fusão com uma zona frontal pode causar a evolução dos ciclones para
ciclones extratropicais. Esta transição pode levar de um a três dias.
Mesmo se for dito que um ciclone tropical tornou-se um ciclone
extratropical ou dissipou-se, ainda pode ter ventos com força de
tempestade tropical (ou ocasionalmente ventos com força de
furacão/tufão) e produzir vários milímetros de precipitação acumulada.
No Oceano Pacífico e no Oceano Atlântico, tais ciclones derivados de
ciclones tropicais em latitudes altas podem ser violentos e podem
continuar ocasionalmente com ventos equivalentes a de furacões/tufões
quando eles alcançam a costa oeste da América do Norte. Estes fenômenos
também podem afetar a Europa, onde eles são conhecidos como tempestades
de vento europeias; os remanescentes extratropicais do furacão Iris são
um exemplo de tempestade de vento em 1995.
Além disso, um ciclone pode fundir-se com outra área de baixa pressão,
tornando-se uma área de baixa pressão maior. Isto pode fortalecer o
sistema resultante, embora ele não seja mais considerado um ciclone
tropical.
Efeitos
Ciclones tropicais em mar aberto causam grandes ondas, chuvas e ventos
fortes, perturbando a navegação internacional e, às vezes, provocando
naufrágios.
Ciclones tropicais causam a agitação no mar, deixando um rastro de água
fria atrás deles, que deixam a região menos favoráveis para ciclones
tropicais posteriores. Em terra, ventos fortes podem danificar ou
destruir veículos, edifícios, pontes e outros objetos, transformando
detritos soltos em projéteis voadores mortais.
A Maré de tempestade, ou o aumento no nível do mar devido ao ciclone, é
tipicamente o pior efeito de ciclones tropicais que fazem landfall,
resultando historicamente em 90% das mortes provocadas por ciclones
tropicais.
A grande rotação de um ciclone tropical em landfall e os ventos de
cisalhamento em sua periferia, gera tornados. Tornados podem ser gerados
como um resultado dos mesovórtices da parede do olho, que persistem até
o momento do landfall.
Nos dois últimos séculos, os ciclones tropicais têm sido responsáveis
por cerca de 1,9 milhão de mortes em todo o mundo. Grandes áreas de água
parada causadas pela enchente levam a infecções, bem como doenças
provocadas por mosquito. A lotação de desabrigados em abrigos aumentam o
risco da propagação de doenças. Ciclones tropicais causam danos
significativos a infraestruturas, levando a interrupção do fornecimento
de eletricidade, a destruição de pontes e dificultam os esforços de
reconstrução.
Embora ciclones tropicais matem muitas pessoas e causem danos a bens
pessoais, podem ser fatores importantes no regime de precipitação de
lugares em que afetam, pois podem trazer a precipitação muito esperada
para regiões secas. Ciclones tropicais ajudam também no equilíbrio de
calor mundial por mover ar tropical morno e úmido para latitudes médias
e regiões polares.
A maré ciclônica e os ventos dos furacões podem ser destrutivos à
construções, mas podem agitar a água dos estuários costeiros, que são
normalmente importantes para os locais de reprodução de peixes. A
destruição por ciclones tropicais incentiva o redesenvolvimento,
aumentando grandemente os valores das propriedades locais.
Previsões
Ciclones tropicais intensos representam um desafio
particular de observação, pois são fenômenos oceânicos perigosos, e
estações meteorológicas, sendo relativamente escassas, raramente estão
disponíveis na localização da própria tempestade.
Observações na superfície estão geralmente disponíveis se a tempestade
estiver passando sobre uma ilha ou uma área costeira. Normalmente,
medidas em tempo real são tomadas na periferia do ciclone, onde as
condições são menos catastróficas e a sua força real não pode ser
avaliada. Por esta razão, há equipes de meteorologistas que vão para a
trajetória da tempestade para ajudar na avaliação de sua força no local
do landfall.
Ciclones tropicais distantes da costa são seguidos por imagens de
satélites no canal visível e infravermelho do espaço, normalmente em
intervalos de meia hora ou de quinze minutos. Assim que uma tempestade
se aproxima de terra, ele pode ser observado por radares Doppler
baseados em terra. Os radares têm um papel crucial no momento perto do
landfall porque mostram a localização da tempestade e a intensidade a
cada vários minutos.
Medições in situ, em tempo real, podem ser tomados pelo envio de vôos de
reconhecimento especialmente equipados para o ciclone. Na bacia do
Atlântico, estes vôos são feitos regularmente por caçadores de furacões
do governo dos Estados Unidos. Os aviões usados são o Hercules WC-130 e
o Orion WP-3D, ambos equipados com quatro turbopropulsores. Estes aviões
voam diretamente no ciclone e tomam medições diretas e de sensoriamento
remoto. O avião lança também dropsondes equipados com GPS no interior do
ciclone. Estas sondas medem a temperatura, umidade, pressão, e
especialmente ventos entre a altitude do voo e a superfície do oceano.
Uma nova era na observação de ciclones tropicais começou quando uma
aerosonda pilotada remotamente, um pequeno avião-robô, foi pilotado
através da tempestade tropical Ophelia assim que a tempestade passava
sobre a costa leste de Virgínia durante a temporada de furacões de 2005.
Uma missão similar também foi completada com sucesso no Oceano pacífico
noroeste. Isto demonstrou um novo meio de investigar as tempestades em
baixas altitudes onde pilotos humanos raramente atrevem-se a adentrar.
Previsão de ciclones tropicais, Modelo de previsão de ciclones
tropicais, Previsão de chuvas de ciclones tropicais
Por causa das forças que afetam a trajetória de ciclones tropicais,
previsões precisas de trajetórias dependem na determinação da posição e
da força de áreas de alta e de baixa pressão e em prever como aquelas
áreas irão se comportar durante o período de existência de um sistema
tropical. O fluxo de camada profunda ou a média de ventos através de
toda a altura da troposfera é considerada a melhor ferramenta para
determinar a direção da trajetória e a velocidade.
Se as tempestades estão sendo afetadas por ventos de cisalhamento, o uso
das medições da velocidade do vento em baixas altitudes, tal como à
pressão atmosférica de 700 hPa (3.000 metros acima do nível do mar), irá
produzir previsões mais precisas. Meteorologistas de tempo tropical
também consideram a própria trajetória da tempestade em curto prazo para
determinar uma trajetória em longo prazo mais precisa.
Computadores de alta velocidade e softwares de simulação sofisticados
permitem aos meteorologistas a produzir modelos de computador que
preveem a trajetória de ciclones tropicais baseados na posição futura e
na força dos sistemas de alta e baixa pressão. Combinando-se os modelos
de previsão com um aumento no entendimento das forças que agem em
ciclones tropicais, bem como na abundância de dados de satélites
meteorológicos e outros sensores, os cientistas têm aumentado a precisão
das previsões de trajetórias nas décadas recentes.
No entanto, os cientistas estão menos habilidosos em predizer a
intensidade de ciclones tropicais. A falta de melhoria em previsões de
intensidade é atribuída à complexidade dos sistemas tropicais e num
entendimento incompleto de fatores que afetam seu desenvolvimento.
Intensidade
Ciclones tropicais são classificados em três grupos
principais, baseados na intensidade: depressões tropicais, tempestades
tropicais e um terceiro grupo de tempestades mais intensas, cujo nome
depende da região. Por exemplo, se uma tempestade tropical no Pacífico
noroeste alcança força de furacão na escala de Beaufort, o sistema é
referido como um tufão; se uma tempestade tropical atingir a mesma força
mencionada anteriormente na bacia do Pacífico nordeste ou no Atlântico,
então o sistema é chamado de furacão. Nem "furacão" ou "tufão" são
usados no Pacífico sul.
Além disso, como indicado na tabela abaixo, cada bacia usa um sistema de
terminologia, fazendo da comparação entre diferentes bacias dificultosa.
No Oceano Pacífico, furacões do Pacífico centro-norte às vezes cruzam a
Linha Internacional de Data, adentrando a bacia do Pacífico noroeste,
tornando-se tufões (tal como o furacão/tufão Ioke em 2006); em ocasiões
raras, o inverso também ocorre.
Também deve ser notado que tufões com ventos sustentados maiores do que
130 nós (240 km/h ou 150 mph) são chamados de Super Tufões pelo Joint
Typhoon Warning Center.
Uma depressão tropical é um sistema organizado de nuvens e trovoadas com
uma circulação definida e fechada com ventos máximos sustentados de
menos que 17 m/s (33 nó, 62 km/h ou 38 mph. O sistema não tem olho e
normalmente não tem a organização ou a forma de tempestades mais fortes.
No entanto, o sistema já é um sistema de baixa pressão e portanto,
adquirindo a designação "depressão".
As Filipinas normalmente atribuem nomes às depressões tropicais quando
estas estão dentro da área de responsabilidade do país.
Uma 'tempestade tropical é um sistema organizado de fortes trovoadas com
uma circulação de superfície definida e com ventos máximos sustentados
entre 17 e 32 m/s (34-63 kt, 62-117 km/h ou 39-73 mph). Neste momento,
uma forma ciclônica distinta começa a se desenvolver, embora um olho não
esteja normalmente presente. Serviços de meteorologia governamentais,
exceto as Filipinas, atribuem nomes aos sistemas que atingem esta
intensidade (mesmo que o termo tempestade nomeada).
Um furacão ou tufão (às vezes referido simplesmente como um ciclone
tropical, para diferenciar de uma tempestade ou depressão tropical) é um
sistema com ventos máximos sustentados de no mínimo 33 m/s (64 kt, 118
km/h ou 74 mph).
Um ciclone nesta intensidade tende a desenvolver um olho, uma área de
calmaria relativa (e a região cuja medida da pressão atmosférica é a
mais baixa) no centro da circulação. O olho é frequentemente visível em
imagens de satélite como uma mancha circular, pequena e livre de nuvens.
Cercando o olho encontra-se a parede do olho, uma área de cerca de 16-80
km (10-50 mi) de diâmetro no qual as trovoadas mais fortes e os ventos
circulam em volta do centro da tempestade. Os ventos máximos sustentados
nos ciclones mais fortes têm sido estimados em cerca de 85 m/s (305
km/h, 190 mph ou 165 kt).
Classificações de ciclones tropicais (a velocidade do vento é
considerada como em 10 min. sustentados) |
Escala de Beaufort |
Ventos sustentados
em 10 minutos (nós) |
Ventos sustentados
em 10 minutos (km/h) |
Oceano
Índico N
DMI |
Oceano
Índico SO
M-F |
Austrália
BOM |
Pacífico SO
SMF |
Pacífico NO
AMJ |
Pacífico NO
JTWC |
Pacífico NE e
Atlântico N
NHC e CPHC |
0–6 |
<28 |
<52 |
Depressão |
Perturbação trop. |
Baixa tropical |
Depressão tropical |
Depressão tropical |
Depressão tropical |
Depressão tropical |
7 |
28–29 |
52-54 |
Depressão profunda |
Depressão |
30–33 |
55-61 |
Tempestade tropical |
Tempestade tropical |
8–9 |
34–47 |
62-87 |
Tempestade ciclônica |
Tempestade tropical moderada |
Ciclone tropical (1) |
Ciclone tropical |
Tempestade tropical |
10 |
48–55 |
88-102 |
Tempestade
ciclônica intensa |
Tempestade
tropical intensa |
Ciclone tropical (2) |
Tempestade
tropical intensa |
11 |
56–63 |
103-117 |
Tufão |
Furacão (1) |
12 |
64–72 |
118-133 |
Tempestade ciclônica
muito intensa |
Ciclone tropical |
Ciclone tropical intenso (3) |
Tufão |
73–85 |
134-157 |
Furacão (2) |
86–89 |
158-165 |
Ciclone tropical inteso (4) |
Grande furacão (3) |
90–99 |
166-183 |
Ciclone tropical intenso |
100–106 |
184-196 |
Grande furacão (4) |
107–114 |
197-211 |
Ciclone tropical intenso (5) |
115–119 |
212-220 |
Ciclone tropical
muito intenso |
Super Tufão |
>120 |
>221 |
Super tempestade
ciclônica |
Grande furacão (5) |
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Aquecimento Global
O Laboratório Geofísico de Dinâmica dos Fluidos da
National Oceanic and Atmospheric Administration ,dos Estados Unidos,
realizou uma simulação para determinar se há uma tendência estatística
na freqüência ou na intensidade de ciclones ao decorrer do tempo. A
simulação concluiu que "os furacões mais fortes no clima atual podem
apenas fazer sombra em comparação aos intensos furacões do próximo
século assim que o clima terrestre está aquece-se pelo aumento dos
níveis de gases causadores do efeito estufa na atmosfera."
Gráfico mostrando as variações na energia ciclônica
acumulada (ECA), entre 1950 e 2004
Em um artigo na revista científica Nature, Kerry Emanuel disse sobre o
potencial destrutivo de furacões, uma medida que combina a força, a
duração e a freqüência, que "está grandemente ligada com a temperatura
da superfície do mar, refletindo os sinais climáticos bem documentados,
incluindo as oscilações multidecadais do Atlântico norte e no Oceano
Pacífico norte e o aquecimento global". Emanuel previu "um aumento
significativo das perdas relacionadas a furacões no século vinte e um.
Similarmente, P. J. Webster e outros publicaram um artigo na revista
científica Science, examinando as "mudanças na quantidade, duração e na
intensidade de ciclones tropicais" nos últimos 35 anos, período quando
as imagens de satélite tornaram-se disponíveis. Sua conclusão principal
foi a diminuição no número de ciclones em todo o planeta, exceto o norte
do Oceano Atlântico, onde houve um grande aumento na quantidade e na
proporção dos ciclones muito fortes.
A força dos efeitos relatados é surpreendente nos estudos de modelagem
meteorológica, que prevêem um pequeno aumento na intensidade dos
ciclones tropicais como resultado de um aumento de cerca de 2 °C (3,6
°F) no clima mundial. Tal resposta teria previsto apenas um aumento de
10% no índice de potencial destrutivo de Emanuel durante o século vinte,
ao invés de um aumento de 75-120% que ele relatou.
Em segundo lugar, após os ajustes nas mudanças na população e inflação,
e apesar do aumento de mais de 100% no índice de potencial destrutivo de
Emanuel, não foram observados aumentos significativos em danos
monetários resultados de furacões do Atlântico.
Ambos os estudos consideram que a temperatura da superfície do mar
suficientemente morna seja vital para o desenvolvimento de ciclones.
Embora nenhum estudo pode ligar diretamente os ciclones tropicais e o
aquecimento global, acredita-se que o aumento da temperatura da
superfície do mar seja causado pelo aquecimento global e pela
variabilidade natural, como por exemplo, a Oscilação multidecadal do
Atlântico, embora não tem sido definida uma atribuição exata. No
entanto, observações recentes indicam o aquecimento da temperatura da
superfície do mar em muitas bacias oceânicas.
Em Fevereiro de 2007 o Painel Intergovernamental sobre Mudanças
Climáticas das Nações Unidas liberou seu quarto relatório de avaliação
sobre mudanças climáticas. O relatório mencionou as muitas mudanças
observadas no clima, incluindo a composição atmosférica, a temperatura
média global, as condições oceânicas, entre outros. O relatório concluiu
que o aumento observado na intensidade dos ciclones tropicais é maior do
que as previsões dos modelos climáticos. Além do mais, o relatório
considerou que é provável que a intensidade das tempestades continuará a
aumentar durante o século vinte e um, e declarou que não é mais provável
que tenha havido alguma contribuição antropogênica no aumento da
intensidade dos ciclones tropicais.
No entanto, não há um acordo universal sobre a magnitude dos efeitos
antropogênicos do aquecimento global têm sobre a formação, trajetória e
a intensidade dos ciclones tropicais. Por exemplo, críticos tais como
Chris Landsea afirmam que os efeitos feitos pelo homem seriam "muito
pequenos comparados com a grande variabilidade natural dos furacões".
Uma declaração da American Meteorological Society em 1º de Fevereiro de
2007 indicava que as tendências dos registros dos ciclones tropicais
oferecem "as provas a favor e a contra da existência de um sinal
antropogênico detectável" no ciclogênese tropical.
Embora muitos aspectos de uma ligação entre os ciclones tropicais e o
aquecimento global ainda estão a ser "muito debatidos", um ponto de
acordo é que nenhum ciclone tropical individual ou uma única temporada
pode ser atribuída ao aquecimento global.
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