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"Salmonella typhi" invade c�lula humana. |
Hist�rico
Franz Schubert, grande compositor austr�aco, faleceu
v�tima da Febre Tif�ideA Salmonella typhi � tamb�m
conhecida como bacilo de Elberth, assim chamado em
homenagem a Karl Joseph Elberth que o descreveu pela
primeira vez em 1880.
Em 1907, Mary Mallon (a original "Maria Tif�ide") foi o
primeiro portador a ser identificado ap�s uma epidemia,
nos EUA.
A tif�ide vitimou v�rias personagens hist�ricas,
incluindo o compositor Franz Schubert, o consorte da
Rainha Vit�ria do Reino Unido, Alberto de
Saxe-Coburgo-Gota, Wilbur Wright, um dos primeiros
aviadores, P�ricles (governante de Atenas) e ainda a
princesa do Brasil Leopoldina de Bragan�a e Bourbon.
Caracter�sticas
O g�nero Salmonella corresponde a bacilos
Gram-negativos, m�veis e anaer�bios facultativos,
pertencentes � fam�lia Enterobacteriaceae. Possuem
metabolismo aumentado em compara��o com outras
bact�rias.
A Salmonella typhi n�o � propriamente uma esp�cie, mas
sim a designa��o comum do serotipo Salmonella enterica
typhi (S.enterica subesp�cie typhi), que inclui v�rias
outras subesp�cies que n�o causam esta doen�a. O
serotipo Salmonella enterica paratyphi causa uma doen�a
semelhante, a febre paratif�ide.
Como a maioria das bact�rias gram-negativas, possuem
lipopolissac�rides (LPS) na membrana celular, que atuam
como fortes indutores de resposta imunit�ria, podendo
levar a vasodilata��o sist�mica, choque s�ptico e, em
casos mais graves, �bito. Al�m disso, a sua dissemina��o
e multiplica��o pode tamb�m levar a danos org�nicos
graves.
Transmiss�o
� transmitida atrav�s da ingest�o de alimentos ou �gua
contaminada, o mais comum, ou ent�o pelo contato direto
com os portadores, atrav�s de um beijo por exemplo. Seja
qual for a origem a �nica porta para a sua entrada � a
via digestiva.
Epidemiologia
A doen�a � exclusiva dos seres humanos. � sempre
transmitida via orofecal, ou seja, pela contamina��o,
por fezes, de alimentos ou objetos levados � boca e
principalmente a �gua.
Muitos casos s�o devidos � prepara��o n�o higi�nica da
comida, em que um indiv�duo portador (com a bact�ria no
intestino, por�m saud�vel e sem sintomas por per�odos
prolongados) suja os dedos com os seus pr�prios detritos
fecais e n�o lava as m�os antes de manusear os
alimentos. Cerca de 5% dos doentes n�o tratados com
antibi�tico tornam-se portadores ap�s resolu��o da
doen�a.
Quadro cl�nicoAs bact�rias s�o ingeridas e a partir do
l�men intestinal invadem um tipo especializado de c�lula
do epit�lio do �rg�o, a c�lula M, por mecanismos de
endocitose ou invas�o direta, passando depois �
subserosa. A� s�o fagocitadas por macr�fagos, mas
resistem � destrui��o intracelular. Como estas c�lulas
linf�ticas s�o altamente m�veis, s�o transportadas para
tecidos linf�ticos por todo o corpo, como g�nglios
linf�ticos, ba�o, f�gado, pele e medula �ssea. A sua
dissemina��o � inicialmente pela linfa, e depois
sangu�nea.
Os primeiros sintomas, aumentando ao longo da primeira
semana, s�o febre de cerca 40�C, dores de cabe�a,
fadiga, bradicardia, agita��o durante o sono e, �s
vezes, podem aparecer manchas rosas na pele. Ap�s cerca
de 3 semanas, o enfermo pode apresentar falta de apetite
(anorexia), hemorragia nasal (epistaxis), diarreia e
v�mitos, esplenomeg�lia, tosse, del�rios e estado de
torpor, surgindo depois quadros de septicemia, com
poss�vel choque s�ptico mortal.
Se n�o for tratada, a febre tif�ide pode complicar-se em
hemorragia ou at� perfura��o intestinal e inflama��o da
ves�cula biliar. A mortalidade chega a 25% nos casos n�o
tratados, sendo frequentemente causada pela septicemia e
choque (perda catastr�fica da tens�o arterial com
isqu�mia fatal dos �rg�os).
Diagn�stico
Para o diagn�stico definitivo da FT � necess�rio o
isolamento da Salmonella typhi, uma vez que o quadro
cl�nico � inespec�fico e comum a outras patologias.
Eventualmente podem ser usados m�todos que demonstram a
presen�a de ant�genos ou anticorpos contra esta
bact�ria.
Sorologia e detec��o de ant�genos
A rea��o de Widal � um teste de
aglutina��o em tubo que demonstra resposta serol�gica
contra a S. typhi. Este teste, apesar de apresentar
v�rias limita��es, � ainda muito utilizado em regi�es
pouco desenvolvidas. Atualmente est�o dispon�veis testes
comerciais que utilizam uma metodologia modificada e
possibilitam a detec��o de anticorpos contra os
ant�genos O, H, ou Vi da S.typhi.
Preven��o
Al�m da vacina��o, para evitar o cont�gio da febre
tif�ide � necess�rio tratar a �gua e os alimentos,
controlar o lixo, observar boas condi��es de higiene e a
boa alimenta��o. � importante no seguimento de qualquer
epidemia identificar os portadores e eliminar as
bact�rias que transportam com antibi�ticos.
Por ser uma doen�a altamente contagiosa, normalmente
isola-se o infectado, isolando assim tamb�m a doen�a em
locais de pr�tica cl�nica e de higiene adequada evitando
sua prolifera��o atrav�s da �gua, um dos mais
importantes vetores de cont�gio em todo mundo.
Refer�ncias:
TRABULSI, L.R.; ALTERTHUM, F. Microbiologia, 4� ed,
Atheneu. 2004.